Capítulo 7

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Mike levanta da cadeira e como um animal enjaulado anda um pouco pela sala tentando acalmar a mente. Jimmy tem um lápis partido na mão enquanto os nós dos dedos de Vengeance estão esbranquiçados pela força com que fecha os punhos em razão da impotência que sentem por não poderem fazer nada por aquelas mulheres.

A gravação, no entanto não para por ai. Os dois homens reaparecem descendo uma escada parcialmente iluminada, seus rostos permanecem ocultos. A escada termina no que parece o inicio de um porão. Carlyle grava o desconhecido retirando uma chave de um pequeno suporte na parede. A chave tinha um formato antigo e Mike que havia se acalmado e retomado seu lugar congela a imagem e da um print na chave.

Vengeance fica intrigado. Sua pergunta não formulada é respondida por Mike – Tenho um amigo colecionador de chaves antigas. Mandarei a imagem para ele e veremos se ele pode nos ajudar dizendo em que região elas eram mais comumente usadas.

Jimmy assente com a cabeça enquanto Mike faz o CD rodar novamente. Carlyle continua a filmar, o lugar esta na penumbra e no inicio os três imaginaram que eles estivessem andando por um corredor com paredes, mas Carlyle vira um pouco a câmera e eles vêem com horror que não eram paredes.

– Isso são celas!! – Jimmy se espanta, mas sua atenção é desviada ao ver o desconhecido entrar em uma delas, os três ouvem os gemidos e suplicas da vítima, que não são atendidos pelo desconhecido quando este a arrasta para fora da cela.

Carlyle vira um pouco a câmera ao dar espaço para o desconhecido passar e a vítima se agarra à barra de sua calça em desespero. Ele baixa um pouco a câmera para dar um safanão e se soltar, e uma espécie de borrão passa pela câmera antes do vídeo ser interrompido bruscamente.

– Vocês viram isso? – Rosna Vengeance praticamente se deitando em cima de Mike em seu afã para tentar entender o que viu – Parecia um rosto.

– Volta isso Mike! – Ordena Jimmy para um Mike já em ação.

– Parecia mais uma assombração – Mike observa passando a gravação quadro a quadro para tentar captar o que tinham visto.

Ele dá mais um clique e os três se centram na imagem dos olhos coloridos e assustados em um rostinho com orelhas pontudas que some rapidamente em meio a um emaranhado de cabelos brancos.

– Jesus!! É uma criança espécie!? – Jimmy constata incrédulo – Mike, tem como descobrir de quando é esse vídeo?

Vengeance não consegue desviar os olhos do rosto assustado.

– A gravação data de pelo menos 16 anos atrás – Mike anuncia num tom baixo depois de agilmente teclar alguns comandos.

– Tira um print Mike e envia à Tim. Põe o vídeo para rodar novamente, precisamos descobrir alguma pista de onde fica esse lugar – Jimmy orienta.

– Enviarei também o print da chave para sondar com meu amigo a procedência dela – Mike responde já teclando os comandos. Em seguida a gravação continua até ser interrompido com a mulher sendo arrastada de volta pela escada.

Mike pega o próximo CD e o põe na bandeja, o tremor de suas mãos definem seu estado de repulsa pelo que viu no vídeo anterior.

O vídeo mostra a principio apenas a imagem de uma sala branca e estéril oscilando, como se alguém estivesse tentando ajustar a câmera procurando o ângulo perfeito. Em seguida um Coronaro bem mais novo aparece saindo de trás da câmera ajustada.

Vengeance não percebe que esta grunhindo zangado, ao vê-lo no vídeo, até que Jimmy lhe aperta o braço. Parando de grunhir fica mais atento ao desenrolar dos fatos quando uma das portas da sala se abre e por ela uma menina menor que Ann Lien é trazida por um dos técnicos da Mercille.

A pequena está assustada, mas ninguém da sala dá atenção a isso. Por um momento Vengeance acredita que seja uma menina totalmente humana até que o técnico a põe de pé numa espécie de banco alto. A câmera a pega num ângulo em que suas características ficam em evidencia. Seus olhos estão fechados como se a pequena estivesse com muito medo de abri-los, mas as orelhas pontudas sobressaindo por entre os cabelos totalmente brancos não negam que é uma espécie.

– Jesus!! É a mesma criança espécie? – Pergunta Mike.

FEHÉROnde histórias criam vida. Descubra agora