Capítulo 26

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Então ela sente algo etéreo a abraçar, sente o aconchego de braços queridos. Conhecia aquele cheiro, mas não era possível que ela estivesse lá. Há muito ela havia sido levada brutalmente de sua vida. Seus cabelos são acariciados por lábios queridos, mas ela permanece com o rosto em seus joelhos, não queria que a sensação se fosse. Não queria deixar de sentir aquele odor tão querido. O sussurro vem de mansinho "Minha pequena princesinha dos olhos coloridos, elas estão tão perdidas quanto você. Não deixe que elas se tornem mais umas das vitimas dele. Você pode sair e ser livre apenas se não deixar o monstro vencer. Ele não pode vencer"...

Queria tanto ver sua Annuska novamente... Virando o rosto devagar e entreabrindo os olhos, por entre seus cabelos emaranhados ela observa o etéreo ao seu lado lhe sorrir. Fehér sorri de volta. Seu cabelo é afastado e suas lágrimas são enxugadas, ela levanta a mão e tenta tocar sua querida Annuska, mas ela se desvanece lhe sussurrando carinhos.

– An - nus - kaaa... – Pronuncia baixinho com a voz embargada e as lagrimas ainda escorrendo.

– Soltaaa elaaa!!! – Os gritos angustiados da menina mais velha a fazem voltar para o momento em que estava vivendo e explodir em ação. Ela corre de volta e salta dentro do buraco no teto da cela. Seu salto a põe quase no corredor onde ele estava segurando e maltratando a menina menor, a maior tentava segurá-lo, mas era ainda apenas uma criança. Seu rosto mostrava a angustia e o desespero por ver a menina menor ser machucada e não conseguir fazer nada.

Fehér impulsiona o corpo por puro instinto e encaixa as pernas na cintura de Marcos Cesari, suas garras se enterram nos ombros dele e ela o morde profundamente na junção de seu ombro e pescoço, grunhindo e rosnando ela sacode as presas para causar mais dano. Ele solta a menina menor e a maior a puxa para seu colo a arrastando para longe do embate e a esconde debaixo de uma das camas de concreto voltando em seguida para ajudar Fehér.

Marcus Cesari enlouquecido de raiva por as meninas terem deixado sua presente escapar não vê que está quase matando sua vitima até que sente o baque nas costas e a mordida no ombro. Quase se regozija de alegria mesmo estando em tal situação. Em sua mente a pequena besta optou por ficar com ele, era como se o próprio Carlyle houvesse voltado apenas para ficar com ele.

Colocando as mãos para trás ele a agarra pelos cabelos e tenta tirá-la de cima, mas as garras dela estavam bem colocadas e ele cambaleia com ela pelo corredor sentindo também os golpes da menina maior, os altos grunhidos repercutindo no corredor completavam o caos. Marcos Cesari se volta para a menina lhe desferindo uma violenta bofetada. A menina desmaia depois de bater a cabeça na parede. Ele finalmente consegue um bom agarre nos cabelos de Fehér, mas ao começar a puxá-la sente o corpo dela amolecer. Olhando para trás se depara com um rosto conhecido.

– Precisa de ajuda com essas outras? – Emeline com um sorriso demoníaco aponta para as meninas ainda segurando sua arma. Havia dado uma boa coronhada na cabeça de Fehér.

Seu sorriso demoníaco aumentou ainda mais ao reconhecer o olhar insano e malvado no rosto de Marcos Cesari. A raiva ainda estava presente em seu semblante, mas a calma estava predominando rapidamente. Era quando isso acontecia que ele tinha as idéias mais malvadas e que sempre lhes garantia mais diversão.

– Não me importa o destino das duas. De onde essas vieram tem muitas iguais. Tranque-as em uma das celas e toque fogo em tudo. A estrutura do local esta comprometida. Levarei apenas a pequena besta de volta a fazenda anterior até conseguir outras acomodações. Não a tirarão de mim.

Emeline observa Marcus Cesari fechar a porta do carro dela e ir embora com o bichinho que ganhou de Carlyle a muito tempo atrás. Seu carro era menor e tinha porta malas. Marcos não queria correr o risco de ter o carro reconhecido por um dos homens da perseguição que sofreu mais cedo na clinica.

Quando o carro some de vista ela se dirige a uma das estruturas da fazenda e recolhe os latões de gasolina usados para o gerador da casa principal, começando a espalhá-la sistematicamente ao redor da casa. Não tinha escrúpulo nenhum em tocar fogo e ver a estrutura queimar sabendo que havia duas crianças dentro. A casa era bastante isolada, ninguém conseguiria chegar até ali antes de tudo ser consumido pelo fogo. Não restaria nada para salvar ou mesmo para identificar. Sua convicção arrogante lhe fazia crer que dificilmente chegariam a Marcus Cesari.

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FEHÉROnde histórias criam vida. Descubra agora