FEHÉR

Capítulo 19

Não havia contado com a possibilidade de encontrarem Carlyle na clinica tão cedo, havia ido até lá para ver se ele ainda estava vivo. Tinha sentido muito prazer em ver seu antigo tutor se contorcer de dor. Iria, depois de brincar um pouco mais, meter uma bala na cabeça dele, um tiro de misericórdia a quem tanto amou. Havia entrado na clinica um pouco antes do tremor e quando teve certeza que a intensidade não foi tão forte ele decidiu ir verificar se Carlyle havia sido soterrado. Quando ouviu as portas do elevador serem abertas só teve reação de pegar a arma no bolso e atirar a esmo antes de correr para fora da clinica. Já no carro saiu em disparada pelas ruas quase atropelando algumas pessoas ao ver que estava sendo perseguido.

Quando teve certeza que havia despistado seus perseguidores, Marcus Cesari parou o carro, encostando a cabeça no volante para tomar fôlego e relembrou a raiva que havia sentido quando Carlyle tentou lhe tomar o que havia lhe dado. Ela era dele, era um presente de quem a muito tempo amava, ele não tinha direito de tomá-la de volta, não tinha!!

Depois que Carlyle a deu de presente a ele, levou-a para uma de suas propriedades e a deixou por lá, lhe levava comida da mesma forma que levava para as outras que de vez em quando "hospedava" por lá. Às vezes parava em frente a cela da criatura para ver como ela estava se desenvolvendo e sorria ao ver como ela se escondia de medo. Seu humor era alimentado pelo medo que causava. Carlyle lhe mandava algumas injeções para aplicar na criatura lhe dizendo que ela era muito valiosa e que deveria ser mantida com saúde. Ele as aplicava por que gostava de ver as reações que elas causavam na criatura.

A pequena besta a seu ver mais parecia um rato. Era pequena, tinha orelhas meio pontudas, os cabelos eram brancos e depois que a deixou ali ficaram emaranhados, ele notou que os olhos dela eram diferentes, mas só conseguiu descobrir o porque depois de alguns dias, já que ela sempre os mantinha fechados quando ele se aproximava. Um era amarelado e o outro era azulado. Ela tinha heterocromia, às vezes eles pareciam brilhar no escuro quando ele passava pela cela arrastando alguma de suas vítimas. Suspeitava que foi misturada com genes de pequenos felinos, talvez felinos albinos. Lhe intrigava o fato dela sempre manter os olhos fechados quando percebia que Carlyle estava por perto e olhava diretamente.

Apesar de não ter interesse nas pesquisas com aquelas bestas ele se sentiu curioso sobre o que aconteceria se lhe desse companhia. Então ele caçou e depois de usufruir da caça, junto com Carlyle, a jogou ali para ver o que a pequena besta faria. Essa foi uma ótima decisão porque depois que as duas se apegaram ele pode se esbaldar por um bom tempo no medo que a vítima tinha dele voltar seu interesse para a pequena besta. Até o dia em que ela o mordeu. Ele decidiu que a diversão já não lhe interessava mais e deu um fim na vítima se comprazendo na dor que isso trouxe a pequena besta.