Capítulo 11 - Mrs. Madness Love

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Segunda-feira, Nova York, 06h30min, Quarto 1023.

Na virada entre 06h29min e 06h30min, o celular ao bolso de Emmett vibrou. Acordando de súbito, preocupado em desligar o som estrondoso que poderia acordar Rosalie, ao seu lado, por pouco não se esqueceu de que ainda tinha a mão esquerda enlaçada nos dedos dela, entre seus corpos. Desligou o alarme e se permitiu sorrir, em seguida, se lembrando de ambos na noite passada. Maneou a cabeça numa tentativa de desprender-se do momento de recordação e levantou lentamente, fazendo o mínimo possível de barulho.

No passo seguinte, pegou sua mochila ao lado da poltrona e foi direto para o banheiro. Lá, retirou a camisa e calça que usava no corpo, se permitindo refrescar o rosto com água fresca antes de vestir-se outra vez. Escovou os dentes com a escova trazida, molhou os cabelos, os ajeitando com os próprios dedos, e por fim, vestiu-se com a camisa de mangas longas azul marinho, que ainda cheirava ao amaciante de roupas que usava de costume, completando com uma calça jeans cinza surrada: sua preferida, por sinal. Antes de sair, lembrou-se ainda de passar o desodorante, junto ao perfume que espalhou pelo pescoço e à frente do peito, coberto pelo tecido fino da blusa que vestia.

Certificou-se de que tudo estava na mochila, inclusive o material escolar, e saiu do cômodo, fechando a porta atrás de si. Antes de sair do quarto, mesmo um tanto apressado, usou um pedaço de guardanapo inutilizado, ao lado da cama de Rosalie, para escrever um bilhete à ela. Deixou sua mensagem breve e, por cima, um chaveiro de basquete, tirado de sua própria mochila, que permitiu que Emmett ainda escrevesse três ou cinco palavras, em seu verso liso e livre de desenhos ou letras. Passou seu perfume em ambas as "lembrancinhas" deixadas, e após um beijo breve na testa de Rosalie, seguido de um "Eu te amo." ao pé do ouvido, se retirou do quarto com a mochila pendurada em um dos ombros, rumo à escola.

Mais tarde, no quarto 1023...

Rosalie acordara assustada, em consequência de um barulho na janela, que parecia ser capaz de quebrá-la em mais algumas batidas. Certificou-se de que não passara de um susto e outro bom motivo para acordar mais cedo do que de costume, em conjunto com a luz que a incomodara minutos atrás, e se permitiu tanquilizar a respiração. Olhou ao redor e se sentiu confusa, talvez também um tanto quanto incompleta, o que seu deu pela ausência de Emmett no ambiente. Antes que pudesse pegar o celular e se precipitar, perguntando-se onde ele teria ido, o painel diário da televisão, no canto do quarto, a mostrou o dia e hora, o que a lembrou de que Emmett devia ter ido à aula. Sorriu, constatando não o ter impedido de um seus compromissos essenciais, ainda que o quisesse por perto.

Buscando pelo celular com uma das mãos, desatenta, notou apalpar algo diferente, duas vezes, duas coisas diferentes. Olhou de relance e embalou nas mãos o papel e o chaveiro que lhe foram encontrados entre os dedos, sobre a cômoda, antes. Sentiu o perfume e soube: coisas de Emmett. Leu a cartinha breve, que dizia:

"Bom dia, meu Pedaço de Paraíso,

Como acordou hoje, anjo? Se sente melhor, depois de uma noite tão feliz quanto a de ontem? J ♥. Espero que sim, meu bem. Estou indo para a aula, mas volto para o almoço, está bem? Me espere, não faça nenhuma arte, mocinha. Embora o dia provavelmente vá estar corrido, vou tentar arrumar tempo para te ligar, e saber das novidades. De qualquer maneira, vou sentir saudades e voltarei correndo, o mais rápido possível, para vê-la e provar um pouco mais de ti e de nós dois juntos, o que é ainda melhor - se é que algo superaria você -.

Bom, agora sim: enfim, depois de ler isso, que acredito ser logo depois de acordar, ligue para o número que deixei colado à fita adesiva no telefone ao lado da sua cama, e chame as enfermeiras para que tragam seu café e a ajudem a se aprontar para o dia que se seguirá. Meu pai passará por aí mais tarde.

Assim, do meu jeito.Onde histórias criam vida. Descubra agora