q u a t r o

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" tem dois dias no meu diário: Hoje e aquele Grande Dia."

Martin Luther King

- Pathiel! - alguém me acorda. - Você vai se atrasar.

Abro meus olhos devagar, depois de ter um sonho com Jade me sinto bem melhor, é mais curioso para saber de sua vida. Sonhei que encontrava ela arrumando seu carro e quando me aproximei ela me beijou sem pudor e depois...depois já sabe né?

Vejo as horas e o rosto sério do meu irmão, eu não vou me atrasar porque...

- Eu já estou atrasado! - me levanto e começo a vestir outras roupas.

- Eu bem que tentei, mas sabe, você tava dormindo tão fofinho que não quis te acordar. - Eneko ri do meu desespero, eu raramente me atraso.

Fuzilo ele com os olhos e ele sai rindo.

Saio de casa correndo e entro em meu jipe, giro a chave mas ele morre, por que diabos fui comprar um jipe tão velho?

Saio do carro e dou um chute no pneu, entro de volta é o carro funciona normalmente. Viu, simples e fácil.

Chego na faculdade alguns minutos depois e sou barrado por Mike me olhando com cautela.

- O que você quer? Eu estou atrasado.

Ele mexe em seu bolso e tira de la uma nota de ciquenta dólares.

- Pega. - me entrega a nota. - Não tive tempo de te entregar naquele dia.

Recebo a nota surpreso e percebo que seu olho está um pouco roxo e alguns roxos estão espalhados pelo seu braço - como se ele tivesse apanhado.

Interessante.

- Esqueçe aquele dia, eu estava meio...hum, meio bebâdo. - ele estende a mão e num movimento involuntário pego na mesma e me afasto.

Pelo jeito as coisas estão mais diferentes do que imaginei. Mike, o cara mais valentão que eu conheço me pedindo desculpas, essa é nova.

Corro para a aula é pela primeira vez na vida, estou atrasado. Mas tudo tem a primeira vez - é hoje será a primeira vez que invado uma casa. Parece que a noite vai ser longa.

(...)

Chego em casa a noite, depois de chegar atrasado fui para a biblioteca e fiquei estudando desde então. Lissa e Mikael quase surtaram quando disse o que Mike fez, mas não é para tanto, o cara deve ter apanhado.

Só não sei o porquê.

Troco de roupa vestindo agora uma roupa toda preta. Passo a mão nos meus cabelos bagunçados e vou até meu jipe - abro o porta-malas e coloco lá as coisa que vou precisar: cordas, uma máscara preta, luvas (para não deixar digitais), um grampo, uma garrafa de água (sou viciado em água) é por fim meu taco de beisebol.

Tudo pronto, ligo meu jipe e saio. Dirijo com cautela para não chamar atenção de nuinguém e em alguns minutos estaciono meu carro um pouco longe da casa de Jade - não quero levantar suspeitas.

Pego minhas coisas no porta-malas e vou caminhando devagar até sua casa que se encontra escura e silenciosa. Avalio o local antes e presumo que esteja vazia, a não ser que ela não faz nenhum ruído e enxerga no escuro - o que não duvido, aliás, não duvido de nada.

Coloco minha máscara e luvas, vou até a porta e confiro se está aberta e por mais incrível que pareça a porta não está trancada. Quem em plena consciência deixaria a porta aberta durante a noite? Qualquer pessoa poderia entrar ali e assaltar toda a casa que ela não descobriria.

Ando devagar e como o interior da casa está escuro não consigo distinguir as coisas com exatidão, ligo a lanterna do meu celular e começo a subir as escadas sem fazer ruído algum.

Chego em um corredor e entro na primeira porta que encontro dando de cara com um quarto sem personalidade alguma. Olho debaixo da cama mas não há nada ali, desistindo de procurar qualquer vestígio vou para o outro comôdo dando de cara com uma mesa de escritório.

Abro as gavetas da escrivaninha e encontro o que parece ser um diário, o que me surpreendeu, ela não parece ser daquelas garotas que escreve em um diário.

Abro o diário e não encontro nada, depois de folheá-lo todo encontro algumas palavras escritas em uma caligrafia impecável.

Ele se foi, não sei mais o que fazer.

Eu matei meu pai, eu o matei de verdade.

As palavras me atingiram como agulhas afiadas, estou prestes a ler o resto quando a porta por onde entrei faz barulho e começo a ouvir seus passos lá embaixo.

Droga, ela chegou.

Meu primeiro ímpeto é correr, mas não o faço. Guardo o diário devagar e me afasto. Os passos de Jade fazem barulho do lado de fora do cômodo e apago minha laterna indo para o canto da parede.

Seus passos são suaves e estão se aproximando cada vez mais. A porta do escritório é aberta e prendo todo meu ar como se isso fosse me deixar invisível, nessas horas queria muito ser a Nince negra do Xman Evolution (Vantagens de ser um nerd, mas ninguém precisa saber disso), porque assim poderia atravessar as paredes e ir para casa em paz.

Mas como não tenho poderes...

Abro meus olhos e encontro ela apontando uma arma para mim. Só então percebo que não coloquei a máscara que eu trouxe.

Ela parece irritada.

Não, ela não parece, ela está IRRITADA.

- O que você está fazendo aqui?

Ferrou.

Juro (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora