Espero que eu possa fazer o tempo voltar
Para fazer tudo dar certo, tudo dar certo para nós
Eu prometo construir um mundo novo para nós dois Corrigir
Com você no meio
DJ Snake - Middle
Faço todo o percurso até a cabana que outro dia vi Eneko com Brian e quando chego lá encontro um movimento que estava diferente do outro dia que fui.Desço do carro com várias armas em um cinto improvisado que fiz, Lissa e Mikael vem atrás de mim e falo para eles entrarem pelos fundos enquanto eu vou pela frente, assim fica mais fácil evitar surpresas.
Deixo eles irem pela frente e quando chego a porta vejo um carro familiar, aliás, um não, dois carros familiares. O carro de Brian que outro dia chutei ainda está com a marca e o de Eneko se encontra ao lado dele.
Pérfido.
A porta da pequena cabana parece bem acabada e lá de dentro escuto vozes conhecidas, pego dois cassetetes nas minhas mãos e chuto a porta que na mesma hora cai para baixo e levanto minhas mãos para cima encarando rostos conhecidos.
- Eu vim buscá-la. - falo e minha voz sai tão grave que até eu me assusto.
Dois homens que eu não conheço miram suas armas para mim e ao meu lado Brian e Eneko me olham boquiabertos, Jade está atrás dos homens, um pano vermelho cobre sua boca e cordas prendem seu corpo, ela me olha e seus olhos brilham. Por um momento até me esqueci de tudo, mas infelizmente minhas últimas lembranças dela voltaram com força máxima.
Inspiro e com uma velocidade que eu não conhecia corro até os homens acertando seus rostos em cheio - bela mira, afinal. Os homens caem desacordados no chão e dessa vez me viro para os traidores que estavam atrás de mim.
- Olá, irmão fofo. - Eneko diz com escarnecimento.
Giro os cassetes em minhas mãos e os jogo no chão, Eneko me olha com desdém e saco duas facas no meu cinto improvisado, mas que cabe muita coisa.
- Você é um traidor! - grito me aproximando dele.
- Agora que você veio descobrir? - ri com escárnio e bate palmas.
- Eu vou te matar. - rosno mas ele continua imóvel e Brian nos olha intrigado sem dizer nada.
- Boa sorte, mas depois de matar nossos pais, o meu "fofo" será o próximo. - quando essa última frase é dita meu coração para por alguns segundos e depois torna a bater.
Ele matou meus pais? Com catorze anos? Sacudo minha cabeça para não acabar me desestabilizado e morrer por um deslize e foco nos seus olhos que riem.
- Fofo, como você é lento, eu matei nossos pais, satisfeito? - sorri.
- Por... por quê?
- Por quê? Porque eu estava cansado deles gostarem mais de você ao invés de gostarem de mim, porque eu estava cansado de você tomar TUDO o que é meu e ainda sim eles te amarem. - faz uma pausa agora com seu típico sorriso desaparecendo. - É tudo isso aqui - aponta em volta de nós. -, é sua culpa.
Pouco tempo para processar tudo de uma vez, ele termina de dizer tais palavras com uma frieza que chega a fazer meu corpo tremer, depois de tudo que passamos juntos tudo isso que ele diz simplesmente não faz sentido!
- Nunca tomei nada que é seu! - grito. - Você fez isso porque é ruim, que menino aos catorze anos mata seus próprios pais por ciúmes?
- Não diga nada que não sabe, não foi você que teve que ver seu irmão mais novo chegar e de repente ter toda a atenção que era sua, e ainda ouvir todo dia que você só faz coisa errada e o seu irmão não, mas acabou, porque eu vou te matar, fofo.
- Não vai não. - sussurro e corro em direção a Eneko com minha faca apontando para ele. - Você é doentio!
Graças as minhas corridas matinais cheguei mais rápido e com um rápido movimento minha faca entrou em um olho de Eneko fazendo o mesmo cair no chão e com gritos guturais.
- Seu filho de...
Ele é interrompido por minha mão puxando minha faca de volta. Limpo seu sangue em sua blusa e falo perto dele:
- Dá próxima vez, você não perderá só um olho, fofo.
E então mais sangue sai de seu olho e com o olho que sobrou ele me olha incrédulo.
Levanto e me aproximo de Brian que corre quando percebe que estou me aproximando, mas meus amigos são mais rápidos e o seguram primeiro.
- Me soltem, eu não tenho nada a ver com isso, foi tudo ideia dele. - aponta com o queixo para o corpo do meu irmão caído no chão.
- É mesmo? - pergunta Lissa. - Porque não foi isso o que eu vi.
Ignoro meus amigos e me viro em direção a Jade que me olha diferente, ela me olha com admiração, então tudo ao nosso redor pareceu desaparecer e eu só via ela e nada mais.
Caminho até ela ainda meio atrapalhado por causa do meu cinto improvisado e corto as cordas que prendem seu corpo com a mesma faca que furei o olho de Eneko.
Logo ela fica com seus braços soltos e tira o pano que cobre sua boca, ela me olha e diz:
- Obrigada. - se levanta ficando de frente para mim. - Obrigada por me salvar, mesmo quando eu não merecia.
Com uma vontade imensa de abraçá-la e matar um pouco da minha saudade deixo com que meus braços passem ao redor de seu corpo e por um instante esqueço tudo - me foco apenas nela e no fato dela estar bem e em segurança.
- Eu nunca te deixaria desamparada. - falo em seu ouvido.
- Eu sei. - ela me olha e naquele momento vi que não queria ninguém que não fosse ela. - Pathiel. - me chama e nossos olham se fundem. - Sobre o que você viu naquele dia, eu...
- Por favor, não diga nada...
- Não, você tem que saber, para se você escolher ir... - ela engole em seco. - Que seja por um motivo.
- Jade...
- Ele chegou na minha casa, bom, ele invadiu a minha casa. Eu estava no quarto e ele me perguntou sobre você, eu respondi que te amava, porque eu te amo. - seus dedos acariciam minhas bochechas. - Depois ele começou a tirar minhas roupas, e eu não fiz nada para impedir porque eu sabia.
- Sabia?
- Sabia que não queria ninguém que não fosse você, então quando estava prestes a expulsá-lo de perto de mim você apareceu. Mas naquele dia eu percebi algo, percebi que depois de tudo que passamos. - respira fundo. - Eu quero apenas você.
Fico sem reação com tudo que ela acabara de dizer e fico apenas fitando aquelas órbitas que me fizeram apaixonar por ela, os mesmos olhos que estavam nos meus sonhos e em cada desenho que eu fazia.
Os mesmos olhos que eu faria de tudo para vê-los todas as manhãs da minha vida.
- Eu te amo. - falo como se isso fosse a minha maior certeza. - Te amo como nunca amei ninguém.
Ela sorri e nossas bocas se unem, passo meus braços ao redor dela e me perco em seu beijo - não conseguirei viver sem ela.
- Eu te amo, nerd. - ela se afasta um pouco e nossas bocas riem ao mesmo tempo.
- Já acabou a cena? - pergunta Lissa. - Porque nós temos um fugitivo, um não, dois fugitivos.
- Quê?
- Isso mesmo. - começa Mikael. - Enquanto vocês estavam vivendo o romance de vocês eles fugiram.
- Como isso foi acontecer? - pergunto ainda sem me livrar de Jade.
- Brian enfiou uma faca na minha barriga e fugiu. - Lissa reclama e mostra uma poça de sangue que antes não tinha visto.
Direciono meus olhos para Mikael ele estende os braços para cima em rendição.
- Que foi? - pergunta. - Eu fiz de tudo, mas eles foram mais fortes.
- Você não fez nada seu bundão. - reclama Lissa.
Jade me olha e nós caímos na gargalhada, eu tenho um amigo muito medroso mesmo - mas isso não vai nos impedir de achá-los.
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Juro (CONCLUÍDO)
Teen FictionEla é fria ele é carinhoso, ela é manipuladora ele é obsessivo, ela é calculista ele é sincero, ela é misteriosa ele é curioso, ela finge não se importar e ele não vive sem ela. Ambos são o oposto um do outro mas com a convivência e com os erros a...