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"Eu tenho amnésia

Quando eu estou perto de você-cê-cê."

Britney Spears, amnesia

Olho pela minha janela na espera de que ela venha "fumar" onde ela quer mas em vez de Jade encontro uma pessoa toda de preto olhando para minha janela, não consigo ver seu rosto, pois está coberto por um pano preto - mas pela sua fisionomia sei que é um homem.

Desço as escadas correndo na esperança de encontrar a pessoa que estava me olhando e quando chego fora de casa sinto meu espinhaço gelar. Não tem mais ninguém lá.

Está tudo vazio e silencioso.

- Algum problema? - Eneko toca meu braço e pulo de susto.

- Porra!

- Calma. - Eneko me solta.

- Tinha alguém me observando, ali. - aponto para o local que o homem estivera antes.

- Não estou vendo nada, mas vou ficar de olho caso note alguma coisa estranha, e, fofo, você deveria descansar, parece cansado. - olho pra ele com cara feia e ele sorri.

- Acho que não sou mais "fofo", Eneko. - resmungo e ele balança a cabeça rindo.

- Tá  bom, fofo, já vou indo.

Eneko sai e entra em sua viatura, como não o vi antes?

Com o coração na mão dou uma última olhada em volta e volto para casa, quem quer que estivesse me olhando antes não quer ser visto.

Pego meu carro e vou para casa de Jade, não sei dizer muito bem mas não consigo mais passar um dia sem vê-la, é como se tivesse faltando alguma coisa.

Paro de frente a sua casa e encontro as janelas acessas, ela está, mas eu devo entrar ou não? Dá última vez que eu entrei aqui fui expulso na maior cara dura.

Pego meu binóculo e vejo Jade sentada em uma cadeira alta e escrevendo algo com um cigarro na boca. Tão linda, poderia ir lá e... não, não posso ir lá. Ela já deve achar que eu sou paranóico por ficar atrás dela o tempo todo, mas a verdade e que não consigo mais controlar meu impulso de vê-la. Ligo meu carro e ela me olha intrigada.

Antes que eu possa ir embora a porta da casa dela abre e uma Jade estressada sai de lá.

- Invadindo minha casa de novo? - pergunta com as mãos na cintura.

- Só o suficiente para saber que você não é um serial killer. - Jade fica rígida quando digo isso e desvia os olhos.

- Não quero você na porta da minha casa o tempo todo. - ela fala sem me olhar nos olhos e isso me deixa um pouco incomodado.

- Jade...

- Para de chamar meu nome, será que você não percebe o que está fazendo? - grita descontrolada.

Não respondo.

- Você está acabando comigo, não chegue mais perto de mim. - desço do carro e encosto meu rosto no dela. - Não fale mais comigo e vai embora daqui... - sua voz foi diminuindo gradativamente quando a envolvi em meus braços.

- E deixe eu adivinhar, não me toque mais.- digo com nossas bocas quase colando.

- Acertou. - e com isso nossas bocas se unem em um beijo calmo.

Jade me beija como se sentisse saudades, ela passa as mãos em meu pescoço e sobe para meus cabelos.

- Sai daqui. - fala entre beijos.

- Odeio estar aqui. - respondo sem quebrar nosso beijo.

Nós rimos e sou pressionado em meu carro.

Aperto sua cintura e faço movimentos sutis acariciando suas costas.

- Path...

- Shh. - interrompo e selo nossos lábios mais uma vez.

Se eu dissesse que não estou me viciando nisso estaria mentindo é se eu dissesse que não estou me apaixonando por ela também estaria mentindo.

- Eu não posso...você não me merece. - ela diz quebrando nosso beijo.

- Mas não se trata disso.

- Pathiel, não faz isso. - murmura e sinto que suas barreiras estão sendo derrubadas.

Toco sua bochecha e ela fecha os olhos, me lembro da vez em que invadi sua casa e li seu diário. Ela matou mesmo seu pai? Porque olhado para ela assim não encontro nenhum vestígio de maldade.

- Nunca mais diga isso. - falo olhando bem para seus olhos escuros.

Por mais incrível que pareça ela balança a cabeça e em questão de segundos estou beijando-a como nunca beijei antes.

Jade para e fica me olhando por um tempo como se estivesse lendo minha alma, nossas testas se encostam e ficamos assim por um bom tempo.

Porque para mim ela não é maldade, para mim ela é bondade - toda a bondade que preciso.

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Juro (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora