Mamãe, acabei de matar um homem
Coloquei uma arma contra sua cabeça
Puxei o gatilho, agora ele está morto
Mamãe, a vida acabou de começar
Mas agora eu joguei tudo isso foraBohemian Rhapsody - Queen
POV Jade Emerson (finalmente, UFA)
Saio da faculdade e sento em minha Harley que ganhei no meu aniversário de dezoito anos, lembro-me que esperei ansiosa por essa moto desde quando tinha dez anos e ia aos encontros de motoqueiros junto com meu pai que também é fanático por motos.
Eu gosto quando estou sobre uma moto, é como se nada mais existisse além de mim e o vento.
Em alguns minutos chego em casa e estaciono minha moto com cuidado, quando chego na porta escuto gritos e temo o pior.
Depois que Mason, meu pai, começara a beber, virou todo o nosso mundo de cabeça para baixo, ele chegava em casa bêbado e agredia minha mãe. No outro dia ela ameaçava ir embora, mas ele sempre dizia que iria mudar.
E ele de fato mudava, quando estava sóbrio.
Era só uma questão de tempo até as últimas doses que ele tomaria.
Algum tempo depois eu fui crescendo, e com o meu crescimento a minha raiva também cresceu, estava cansada de vê-lo bater em minha mãe sempre que ele perdia a cabeça.
E ele parecia não se importar de me machucar.
Ele ficava furioso e batia em nós duas, e como eu era fraca demais, apanhava calada.
Minhas marcas roxas espalhadas por todo meu corpo começaram a ser frequentes, porque toda vez que iria bater em minha mãe, eu o enfrentava, enfrentava com todas as minhas forças - mas nunca era o bastante.
Mas não hoje.
Hoje acordei diferente, acordei pronta para tudo.
Entro em casa com meus passos firmes e determinados.
Meu "pai" estava na cozinha e segurava minha mãe pelos cabelos enquanto ela choramingava e pedia para ela parar.
Mas ele não parava.
Ele parecia não ouvi-la.
Estava distribuindo socos por sua cabeça e as mãos dela tentavam impedir que ele a tocasse e fizesse algo pior.
Tudo porque bebia e não sabia se controlar.
Toda aquela cena fez com meu coração doesse e se naquele momento eu pudesse trocar de lugar com ela, eu trocaria.
Os gritos da minha mãe preencheram meu cérebro e ficaram se repetindo diversas vezes me perturbando e fazendo com que um ódio desconhecido tomasse conta de mim.
Eles não me viram, sorri amargamente e algo reluziu em meus olhos como se me instigasse a pegá-lo.
Uma faca brilhou com a luz do sol e com a mente a mil desatei a pegá-la. Segurei a faca com força em minhas duas mãos e enquanto meu pai socava a cabeça da minha mãe na bancada da cozinha estava me concentrando no ponto certo de suas costas.
Respirei fundo e com o máximo de força que eu tinha penetrei a faca em suas costas bem no ponto onde eu sabia que acertaria seu coração, ele gritou, e seus gritos só me incentivaram a afundar mais a faca e girá-la fazendo com que ele sentisse toda a dor que eu estava sentindo.
Eu estava incontrolável.
- Jade. - seus olhos me olharam com espanto. - Você não é assim.
- A muito tempo que eu não sou EU.
E então como se eu fosse experiente em fazer aquilo tirei a faca dele. Mason começou a cuspir sangue e a ficar tonto andando de um lado para o outro. Minha mãe olhava tudo com os olhos cheios de lágrimas e gritava infernizando ainda mais o meu cérebro.
Fiquei tão desconcertada com seus gritos que não percebi quando Mason tenta tirar a faca de mim e dá um corte profundo em meu pulso. Grito assustada e consigo tomar a faca dele cravando finalmente de frente para seu coração.
Nossa hora a cozinha estava inundada de sangue para todo lado.
Depois de muito tempo Mason caiu no chão e se agonizou até morrer, ele morreu com os olhos abertos e me olhava como se não acreditasse no que eu havia feito.
- ISSO É CULPA SUA! - grito quando ele para de respirar, mas ele não me ouviu.
Eu o matei.
Matei o que eu mais amava.
Mas o que eu mais amava tinha se tornado um monstro desconhecido.
Meu coração estava em ruínas.
Olho para minha mãe e ela pega em meu braço aos prantos.
- Jade, o que você fez? - pergunta e jogo minha faca com força no chão.
- O que eu fiz? - pergunto. - O que ele fez?!
- Filha...
- NÃO ME CHAME ASSIM! - interrompo.
Viro-me de costas para ela e saio de casa apenas com minha moto e pronta para enfrentar qualquer coisa que entrar no meu caminho.
Ouço minha mãe gritar atrás de mim e acelero minha moto deixando com que seus gritos fiquem para trás.
Dirijo por alguns minutos sem saber para onde ir e uma nuvem densa e carregada paira sobre mim, ótimo, até o tempo quer me ferrar. Desço da minha moto e ando um pouco, me surpreendo com o que vejo, estou tão alto que consigo ver toda a cidade de Atlanta.
Deixo minhas lágrimas caírem e pego uma maça em uma árvore que estava perto de mim. Logo o céu começa a chorar junto comigo e a me molhar, jogo a maçã longe e caio de joelhos no chão.
Grito e rasgo minhas roupas de cor azul e fico olhando a cidade calma e com vários aviões decolando sem pressa. Pego os restos de minha roupa e enrolo as mesmas em meu pulso.
Meu pulso latejou de dor - mas eu ignorei.
Desde aquele momento eu já não sentia mais dor.
Sentia apenas um grande vazio por dentro.
A partir daquele momento eu nunca mais usaria roupas coloridas, eu estaria quebrada para sempre.
Porque todo o melhor de mim se foi com eles.
Ao me lembrar de Brian começo a ter a certeza de que eu não tenho mais ninguém e quem eu tinha EU matei. Nesse momento eu só queria que uma bala perdida me acertasse em cheio.
Levanto do chão e olho para a cidade.
A partir de hoje vou me fechar, não quero mais ser fraca.
Cansei de ser fraca e indefesa, não sou mais aquela menininha que chorava para poder andar de moto - eu sou muito mais.
Eu sou um monstro!
E monstros não são fracos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Juro (CONCLUÍDO)
Teen FictionEla é fria ele é carinhoso, ela é manipuladora ele é obsessivo, ela é calculista ele é sincero, ela é misteriosa ele é curioso, ela finge não se importar e ele não vive sem ela. Ambos são o oposto um do outro mas com a convivência e com os erros a...