q u a r e n t a e c i n c o

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Eu posso nos ver de mãos dadas
Caminhando na praia, nossas pegadas na areia
Eu posso nos ver no interior
Sentados na grama, lado a lado
Você pode ser o meu amor, deixe-me te fazer a minha dama,
Garota, você me surpreende
Não precisamos fazer nenhuma loucura
Eu apenas quero que você seja meu amor

Justin Timberlake - My love

Jade estava terrivelmente triste, ela comia pouco e sempre gostava de ficar mais afastada de mim, tentei de tudo para me reaproximar dela, mas ela sempre dava um jeito de se afastar.

Hoje é mais um dia em que ela ficaria triste, apesar de ter aceito se casar comigo ela continua triste e vê-la assim sem poder fazer nada para impedir me deixa maluco e tem tirado meus sono nos últimos dias.

– Está com fome? – me sento ao seu lado na cama e passo meus dedos por seus cabelos.

Ela nega com a cabeça e fecha os olhos.

Frustrado e com vontade de ajudá-la pego seu celular sem que ela veja e me tranco no quarto ao lado. Não sei se o que vou fazer vai ajudar, mas se meus dados estiverem certos isso poderá ajudá-la, ou piorar tudo de uma vez.

Eu não tenho escolha, tudo o que eu mais quero é ajuda-la.

Procuro em sua agenda o número de sua mãe e torço internamente para que ela ainda tenha o número de Jasmim. Procuro alguns minutos e logo vejo seu nome, não penso duas vezes antes de ligar e logo aperto o botão de ligar.

Demora dois toques e depois uma voz doce e aveludada atende.

–  Jade? –  pergunta Jasmim.

–  Não. –  digo. –  Sou eu, Pathiel.

–  Pathiel, que bom que você ligou, sabe, já faz um tempo que ela não me liga. –  Jasmim não precisou dizer quem é ela porque eu já sabia.

–  Preciso te falar uma coisa.

–  Pode dizer. –  responde.

Começo desde o começo e conto tudo, desde que Jade engravidou e quando eu disse isso ouvi ela soltar gritinhos de felicidade, mas quando disse que ela perdeu, Jasmim simplesmente se cala, por que diabos ela não disse nada? Até pensei que ela tinha desligado mas quando chamo seu nome, ela reaparece.

–  Nunca confiei naquele Brian. –  sua voz mostra todo o desgosto que ela está. –  Espere por mim, querido, eu já estou indo.

–  Obrigado. –  desligo.

Saio do quarto e vou para onde Jade está dormindo, pelo jeito ela não ouviu nada.

Ainda bem.

(...)

Algum tempo depois saio do quarto e vou para a sala esperar Jasmim chegar, Jade ainda dorme o que facilita para quando sua mãe chegar. Fico andando de um lado para o outro enquanto ela não chega que até Clementina brigou por eu estar assim.

–  Para de andar de um lado para o outro menino, desse jeito vai morrer de estresse. –  Clementina se aproxima de mim.

–  Estou esperando a mãe de Jade. –  falo de uma vez despejando minha ansiedade e Clementina me olha como se não acreditasse no que eu acabei de falar.

­–  A senhora Jasmim Emerson? – pergunta. –  Faz tempo que não a vejo que até parece mentira...

A campainha toca.

Clementina e eu trocamos olhares significativos e vou até a porta.

–  Bom, não é mentira. –  falo para Clementina e abro a porta revelando a imagem de Jasmim.

–  A senhora... –  Clementina fala como se não acreditasse no que via.

Jasmim sorriu e foi de encontro a ela lhe abraçando bem forte.

–  Que bom te ver de novo Clê. –  diz Jasmim.

–  Como a senhora está diferente. –  Clementina passa as mãos nos braços de Jasmim e sorri.

Jasmim devia seus olhos de Clementina e me olha.

–  Ela está no quarto dormindo. –  digo e ela assente com a cabeça.

Jasmim se despede de Clementina e começa a subir as escadas sozinha, vou atrás dela e quando paramos de frente ao quarto onde Jade está dormindo digo:

–  Acho melhor vocês duas ficarem a sós.

Jasmim concorda e entra no quarto.

Com a curiosidade me matando coloco uma orelha na porta e escuto a voz de Jade.

–  Mãe?

Me afasto na mesma hora, acho que essa conversa eu não posso ouvir, mesmo que esteja morrendo de vontade de ouvir. Me sento no chão e encosto minhas costas na parede de frente a porta enquanto elas conversam do lado de dentro do quarto. É que conversa demorada. Fico ali olhando para a porta como se fosse a coisa mais interessante que eu estivesse vendo (o que não é verdade), e não percebo que Jasmim estava saindo do quarto e ouvi o choro de Jade de longe.

–  O que você disse a ela? –  pergunto exasperado.

–  O que ela precisava. –  ela se aproxima do meu ouvido e sussurra: –  Se quer que ela melhore tire-a dessa casa, não faz bem a ela morar na mesma casa onde o pai dela morreu, e, aliás, parabéns pelo casamento, eu sempre soube que era você. –  Jasmim da uma piscadela e sai.

Entro no quarto e encontro Jade chorando em cima da cama, sento ao seu lado e seco suas lágrimas.

–  Está tudo bem. –  beijo sua testa. –  Eu estou aqui.

Então naquele momento eu a abracei com todas as minhas forças, ela é tudo o que preciso.

Juro (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora