d e z e n o v e

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Não quero quebrar seu coração

Quero dar um tempo ao seu coração

Eu sei que você está com medo, que é errado

Como se você fosse cometer um erro

Há apenas uma vida para viver

E não há tempo a perder, perder

Então, me deixe dar um tempo ao seu coração

Dar um tempo ao seu coração

Demi Lovato - Give your heart a break

Levanto minutos depois e Jade ainda dorme, pelo jeito ela confia o suficiente em mim para dormir pesado ao meu lado. Beijo sua cabeça antes de me levantar e visto minhas roupas, saio do quarto na ponta dos pés e vou para a cozinha onde Clementina cozinha algo que está cheirando muito bem.

Olho pelas janelas e já está de noite, pelo jeito passamos o dia no quarto, sorrio ao me lembrar e quando percebo Clementina está na minha frente com um sorriso radiante no rosto.

- Olha só para você garoto, está pálido de tanta fome. - ela passa a mão no meu rosto. - Venha, vou colocar algo para você comer.

Clementina me guia até a mesa e põe sentado na mesma, ela sorri para mim e pergunta:

- O que gostaria de comer?

- Não sei, qualquer coisa.

- Fique ai, vou lhe trazer uma sopa.

Ela começa a mexer no armário e fico olhando tudo ao redor, os empregados que antes estavam trabalhando agora não estão mais e fora Clementina há apenas duas mulheres que limpam o chão sem prestar muita atenção em mim.

Clementina volta com um prato na mão e me entrega sentando-se ao meu lado. Levo uma colher e me surpreendo com o sabor.

- Está ótimo. - elogio.

Clementina sorri e balança a cabeça.

- Vocês são muito próximos não é mesmo?  - pergunta.

- Acho que sim, por quê?

- Você sabe da história dela?

- Que ela matou o próprio pai? Sei sim.

Clementina não fala nada e balança a cabeça.

- Não diga isso menino. - adverte olhando para os lados.

- Também tem aquele tal de Brian que um dia me ameaçou dizendo ser namorado dela, você sabe por que ela ficou fora esse tempo todo? E onde estava? - pergunto.

O rosto de Clementina fica pálido de repente com a simples menção do nome Brian e parece não gostar de eu falar esse nome.

- Brian... você falou com ele? - pergunta ainda pálida. - O que ele te disse?

Então quer dizer que o ridículo conhece até os empregados?

- Disse algumas merdas sobre eu ficar longe dela, essas coisas. - respondo simples.

- E você concordou?

- Claro que não, ninguém vai me tirar ela. - respondo com minha ira sobre ela e ela encolhe os ombros. - Desculpe.

- Não tem problemas, mas escuta o que estou te dizendo, fique longe dele, ele é... ele é ruim.

- Quem é ele?

Clementina olha ao redor como se isso de alguma forma fosse proibido de falar e diz:

- Não sei se devo dizer, Jade não gosta quando falo nele, é sinceramente, nem eu.

- Por quê?

- Porque ele fez mal a Jade. - responde e na mesma hora cobre a boca como se acabasse de ter dito um absurdo.

Fecho minhas mãos em punhos e sou tomado por uma raiva desconhecida, então o ridículo fez mal a ela?

- Que tipo de mal?

- Ele...

- Clementina. - Jade chama atrás de mim. - Pelo jeito vocês se deram bem, já estão até falando pelas minhas costas.

Por um momento pensei que Jade tivesse escutado mas ela veio até eu e beijou minha bochecha, considerei esse ato e soube que ela não nos ouviu.

- Que foi? Clementina já está te enchendo de sopa? - Jade me pergunta.

- Não, na verdade está ótimo. - pego uma colher e com a mínima vontade possível a levo até minha boca.

- Vamos, vou te levar até sua casa, não quero um irmão policial preocupado com seu irmão mais novo. - Jade senta ao meu lado.

Como se eu me importasse com o que Eneko vai achar.

Termino de comer e me levanto indo para a moto de Jade, me despeço de Clementina e vamos em direção a minha casa.

No caminho fiquei em silêncio e meus pensamentos foram para o tal de Brian, o que o ridículo fez que ninguém pode me dizer?

- Jade? - chamo-a e ela me olha pelo retrovisor. - Quem é Brian?

A moto freia bruscamente. Acho que não foi uma boa hora para perguntar sobre isso.

- Quem te falou esse nome? - pergunta com um tom agressivo.

- Por que não me responde logo? Não confia em mim o suficiente? - tiro meu capacete.

Ela desce da moto ficando de frente para mim.

- Não diga esse nome perto de mim. - aponta o dedo na direção do meu rosto.

- Por quê? Por que tem alguma coisa com ele é você quer que ninguém saiba?

Meu rosto é atingido, Jade acertou sua mão em mim, tudo aconteceu um câmera lenta e não teve nada que pude fazer para impedir. Ela me bateu, com meu rosto ardendo jogo o capacete que estava em minhas mãos no chão.

- Path...

- Não diga nada, eu vou embora. - desço da moto e começo a andar.

- Eu sinto muito eu... eu perdi o controle. - ela fala atrás de mim. - Olha para mim por favor.

- Não venha atrás de mim.

Começo a andar e quando dobro a esquina, eu corro, com um ódio crescente chuto algumas lixeiras que estão no meu caminho e quando chego em casa entro debaixo do chuveiro com água fria.

- Por quê?

Fecho meus olhos e deixo com que a água leve minha raiva, tristeza, um monte de sentimentos misturados.

Juro (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora