Não quero quebrar seu coração
Quero dar um tempo ao seu coração
Eu sei que você está com medo, que é errado
Como se você fosse cometer um erro
Há apenas uma vida para viver
E não há tempo a perder, perder
Então, me deixe dar um tempo ao seu coração
Dar um tempo ao seu coração
Demi Lovato - Give your heart a break
Levanto minutos depois e Jade ainda dorme, pelo jeito ela confia o suficiente em mim para dormir pesado ao meu lado. Beijo sua cabeça antes de me levantar e visto minhas roupas, saio do quarto na ponta dos pés e vou para a cozinha onde Clementina cozinha algo que está cheirando muito bem.
Olho pelas janelas e já está de noite, pelo jeito passamos o dia no quarto, sorrio ao me lembrar e quando percebo Clementina está na minha frente com um sorriso radiante no rosto.
- Olha só para você garoto, está pálido de tanta fome. - ela passa a mão no meu rosto. - Venha, vou colocar algo para você comer.
Clementina me guia até a mesa e põe sentado na mesma, ela sorri para mim e pergunta:
- O que gostaria de comer?
- Não sei, qualquer coisa.
- Fique ai, vou lhe trazer uma sopa.
Ela começa a mexer no armário e fico olhando tudo ao redor, os empregados que antes estavam trabalhando agora não estão mais e fora Clementina há apenas duas mulheres que limpam o chão sem prestar muita atenção em mim.
Clementina volta com um prato na mão e me entrega sentando-se ao meu lado. Levo uma colher e me surpreendo com o sabor.
- Está ótimo. - elogio.
Clementina sorri e balança a cabeça.
- Vocês são muito próximos não é mesmo? - pergunta.
- Acho que sim, por quê?
- Você sabe da história dela?
- Que ela matou o próprio pai? Sei sim.
Clementina não fala nada e balança a cabeça.
- Não diga isso menino. - adverte olhando para os lados.
- Também tem aquele tal de Brian que um dia me ameaçou dizendo ser namorado dela, você sabe por que ela ficou fora esse tempo todo? E onde estava? - pergunto.
O rosto de Clementina fica pálido de repente com a simples menção do nome Brian e parece não gostar de eu falar esse nome.
- Brian... você falou com ele? - pergunta ainda pálida. - O que ele te disse?
Então quer dizer que o ridículo conhece até os empregados?
- Disse algumas merdas sobre eu ficar longe dela, essas coisas. - respondo simples.
- E você concordou?
- Claro que não, ninguém vai me tirar ela. - respondo com minha ira sobre ela e ela encolhe os ombros. - Desculpe.
- Não tem problemas, mas escuta o que estou te dizendo, fique longe dele, ele é... ele é ruim.
- Quem é ele?
Clementina olha ao redor como se isso de alguma forma fosse proibido de falar e diz:
- Não sei se devo dizer, Jade não gosta quando falo nele, é sinceramente, nem eu.
- Por quê?
- Porque ele fez mal a Jade. - responde e na mesma hora cobre a boca como se acabasse de ter dito um absurdo.
Fecho minhas mãos em punhos e sou tomado por uma raiva desconhecida, então o ridículo fez mal a ela?
- Que tipo de mal?
- Ele...
- Clementina. - Jade chama atrás de mim. - Pelo jeito vocês se deram bem, já estão até falando pelas minhas costas.
Por um momento pensei que Jade tivesse escutado mas ela veio até eu e beijou minha bochecha, considerei esse ato e soube que ela não nos ouviu.
- Que foi? Clementina já está te enchendo de sopa? - Jade me pergunta.
- Não, na verdade está ótimo. - pego uma colher e com a mínima vontade possível a levo até minha boca.
- Vamos, vou te levar até sua casa, não quero um irmão policial preocupado com seu irmão mais novo. - Jade senta ao meu lado.
Como se eu me importasse com o que Eneko vai achar.
Termino de comer e me levanto indo para a moto de Jade, me despeço de Clementina e vamos em direção a minha casa.
No caminho fiquei em silêncio e meus pensamentos foram para o tal de Brian, o que o ridículo fez que ninguém pode me dizer?
- Jade? - chamo-a e ela me olha pelo retrovisor. - Quem é Brian?
A moto freia bruscamente. Acho que não foi uma boa hora para perguntar sobre isso.
- Quem te falou esse nome? - pergunta com um tom agressivo.
- Por que não me responde logo? Não confia em mim o suficiente? - tiro meu capacete.
Ela desce da moto ficando de frente para mim.
- Não diga esse nome perto de mim. - aponta o dedo na direção do meu rosto.
- Por quê? Por que tem alguma coisa com ele é você quer que ninguém saiba?
Meu rosto é atingido, Jade acertou sua mão em mim, tudo aconteceu um câmera lenta e não teve nada que pude fazer para impedir. Ela me bateu, com meu rosto ardendo jogo o capacete que estava em minhas mãos no chão.
- Path...
- Não diga nada, eu vou embora. - desço da moto e começo a andar.
- Eu sinto muito eu... eu perdi o controle. - ela fala atrás de mim. - Olha para mim por favor.
- Não venha atrás de mim.
Começo a andar e quando dobro a esquina, eu corro, com um ódio crescente chuto algumas lixeiras que estão no meu caminho e quando chego em casa entro debaixo do chuveiro com água fria.
- Por quê?
Fecho meus olhos e deixo com que a água leve minha raiva, tristeza, um monte de sentimentos misturados.
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Juro (CONCLUÍDO)
Teen FictionEla é fria ele é carinhoso, ela é manipuladora ele é obsessivo, ela é calculista ele é sincero, ela é misteriosa ele é curioso, ela finge não se importar e ele não vive sem ela. Ambos são o oposto um do outro mas com a convivência e com os erros a...