t r i n t a e s e t e

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Cada coração que eu segurei antes que eu tinha certeza de quebra-lo

eu não sei o que você fez, mas eu simplesmente não consigo parar

pensando em você todo dia.

Jason Derulo - Cheyenne


- Onde está Clementina? – pergunto a Jade depois de acordamos.

Acho que essa está sendo as melhores férias que eu já tive, quando não estou dormindo, estou com Jade e quando não estou com Jade estou desenhando.

Se eu soubesse que minhas férias seriam boas assim teria ansiado há muito tempo.

- Esqueci de te falar que ela está de férias. – Jade responde.

- É o que nós vamos comer?

- Não sei, talvez pizza? – olho sério para ela. – Ei, não me olha desse jeito, eu não sei cozinhar.

- Não sabe cozinhar? Que tipo de pessoa não sabe cozinhar?

- Desculpa aí, "master chef". – faz uma voz fina. – Já que sabe reclamar tanto assim por que não faz algo para comermos?

Olho sorrindo para ela e vou para a cozinha sem dizer nada, preparo tudo e em uma hora estamos sentados no sofá comendo macarrão a bolonhesa. Jade me olha de esguelha e reviro meus olhos.

- Não, não e não. – falo. – Não vou virar cozinheiro da casa.

- O que vamos comer então? – pergunta fazendo cara de triste. – Não posso viver apenas de pizza.

Bato em minha testa, como perdi meus pais muito novo aprendi tudo o que uma dona de casa sabe fazer, sei fazer tudo desde comida a roupa bem passada.

- Está bom, eu cozinho então, mas não se acostume. – respondo algum tempo depois.

Jade pula com entusiasmo em meu colo e distribui beijos por todo meu rosto, seguro meu prato com cuidado para não derramar e ela parece não notar.

- Eu sabia que você não ia me decepcionar. – e me lambuza de macarrão.

Jade desce do meu colo e pega seu copo de coca que estava no chão e dá um gole grande, fico olhando ela beber seu copo de coca e ela começa a fazer umas caretas e sua barriga uns barulhos estranhos.

- Droga. – ela murmura antes de sair em disparada até o banheiro.

Sigo Jade que fecha a porta do banheiro na minha cara, mas dessa vez não fico do lado de fora, entro e seguro os cabelos dela enquanto ela põe tudo o que comeu para fora.

- Pathiel. – murmura. – Sai, não quero que você veja isso.

- Não vou sair de perto de você. – beijo sua cabeça.

Ela me olha e mais vômito sai até que ela para e senta no chão de frente ao vaso.

- Está tudo bem? Não sabia que você não gostava de macarrão. – pego um pedaço de papel higiênico e limpo sua boca.

- Nem eu, só me senti mal e com vontade de colocar tudo para fora. – fala e apoia a cabeça em meu ombro.

- Quer ir ao médico? – pergunto.

- Não.

- Jade...

- Eu estou bem, só preciso descansar. – se levanta e vou atrás dela até seu quarto.

Jade deita e deito ao seu lado com alguma noção do que pode ser o motivo de Jade estar passando tanto mal. Afago seus cabelos até ela dormir e quando tenho certeza absoluta de que Jade dormiu vou procurar outra roupa para vestir, mas lembro que as mesmas ainda estão em meu carro.

Desço até meu carro e pego tudo, coloco minhas malas perto da cama de Jade e logo visto outra roupa. Pego as chaves do meu carro e vou a farmácia comprar algo que poderá dizer se o que estou pensando é verdade ou não.

Chego em casa alguns minutos e com o máximo de cuidado possível acordo Jade e quando seus olhos se abrem ela me olha confusa.

- Path...

- Preciso te pedir uma coisa. – falo.

- Eu não acredito que você me acordou em plenas férias para me pedir algo, por que não pediu quando eu estava acordada? – se levanta e me fuzila com os olhos.

Pode ser paranoia minha, mas ultimamente ela anda mais bipolar que o normal e como fui um bom aluno e não faltei as aulas de biologia, sei um pouco sobre hormônios e ainda mais hormônios no período de gravidez.

Tiro da sacola quatro testes de gravidez e mostro para ela que me olha confusa, Jade faz uma careta e fica de pé.

- Pathiel...

- Por favor, só faça, se der negativo tudo bem e se der positivo... tudo bem. – falo e entrego os testes para ela.

Jade pega os testes e se tranca no banheiro, começo a andar de um lado para o outro apreensivo, e se der positivo? Eu serei pai pela primeira vez e detalhe: EU AINDA NÃO TERMINEI A DROGA DA FACULDADE.

Com o nervosismo nas alturas começo a roer minhas unhas e se Jade não sair do banheiro eu vou ter um pire paque.

- Amor? – chamo na porta do banheiro, mas Jade não responde nada.

Me impressiono com o que acabei de dizer, eu acabei de chamar Jade de amor, o que me surpreendeu bastante, mas saiu, assim, involuntário.

Tudo continua em silêncio e Jade ainda não deu sinal de vida – estou ficando cada vez mais ansioso. Nunca me imaginei segurando um bebê, e se ele chorar muito e eu não souber o que fazer, e ainda tem o detalhe das fraldas, droga, EU NÃO SEI TROCAR UMA FRALDA.

Nessas horas que eu queria muito ter um irmão mais novo, acho que assim saberia mais sobre bebês e teria mais facilidade.

Nossa, acho que estou me precipitando, Jade pode sair com os testes com apenas uma listra e ser negativo.

Mas, no fundo eu queria que desse positivo, não sei, a ideia de ser pai me pareceu legal.

Continuo com minha crise existencial e não percebo quando Jade sai do banheiro com os testes nas mãos, ela não diz nada e tomo os testes de sua mão olhando-os com ansiedade.

Duas listras vermelhas estão nos quatros testes.

Quatro testes positivos.

É verdade.

Eu vou ser pai.

Sorrio para ela sem conter minhas emoções e deixo minhas lágrimas saírem.

Mas não são lágrimas de tristeza, são lágrimas de alegria – porque eu estou transbordando alegria. Tudo graças a ela. De repente todos os meus medos de ter um bebê desapareceram e só consigo pensar na felicidade que estou sentindo nesse momento.

Abraço Jade que retribui meu abraço e giro ela no ar.

- Isso é incrível. – digo com minhas lágrimas molhando seu cabelo. – Você é incrível.

Juro (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora