Capítulo 17 - Namorados? Imagine... Só amigos! Bons amigos...

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Jovem Júlio havia chegado finalmente na casa de Milena, após andar quase por 1 hora. Era um trajeto difícil pela cidade de pedra. Um caminho longo, em sua metade era plano e a outra metade era quase, que na sua totalidade subida. Ela morava em um bairro vizinho só que bem no alto da cidade. Já estava mais do que acostumado a este trajeto, o fazia pelo menos umas quatro a cinco vezes por semana. Sem contar, alguns sábados e domingos. Nos finais de semana que ia, não ficava só na calçada ou na garagem. Nesses dias, ficava dentro de casa, onde conheceu o pai de Milena, sua mãe, e sua irmãzinha caçula que tinha apenas oito meses.

Ao chegar á casa de Milena, tocou a campainha, que ficava logo ao lado do portão, ao pé da escada que levava a porta de entrada da casa, pois, abaixo da casa era uma grande garagem. Toda a extensão da casa era o tamanho da garagem.

Milena aparece na porta, olha e fazendo sinal com a mão para esperar, diz:

- Jú, já estou descendo, aguenta aí, rapidinho!

- Beleza amores! – Responde Jovem Júlio ouvindo seu heavy metal extremo nos fones de ouvido á esperando. Alguns minutos se passaram e Milena desce. Abraçaram-se, Júlio da um beijo na bochecha de Milena demorado, como de costume.

- E ai mano, certo? – Diz Júlio sorrindo

- Certinho brother. Dá seu papo ai! – Disse ela em resposta. Os dois zoavam um ao outro o tempo todo.

- Estava morrendo de saudades de você. Faz menos de 40 horas que nós vimos pela última vez! Você não pode fazer esse tipo de coisa comigo! – Diz Júlio fingindo que esta chorando. - Eu já disse que te amo hoje?

Sorrindo, Milena senta-se no chão da garagem, estava de calça jeans e camiseta preta. Igualzinho a Júlio, a única diferença era a estampa da banda que estava.

- O que esta ouvindo hoje? – Pergunta Milena estendendo a mão para Júlio pedindo um dos fones de ouvido.

- Estou ouvindo o novo CD do Deicide - Once Upon the Cross. Muito foda! – Diz Júlio deitando ao chão, colocando sua cabeça no colo de Milena, e lhe entregando um dos fones. – Brutal o som dos caras, da vontade até de pegar um tacape e começar a bater em tudo a esmo.

- Me deixa ouvir! – Milena pega o fone e coloco na sua orelha. – Nossa! Que pedrada na cabeça! Muito bom!

- Bom não é? – Júlio pergunta com um sorriso no rosto.

- Bom é pouco! Totalmente insano. Onde você conseguiu? – Pergunta Milena

- Na galeria! Peguei na loja do castor! É lançamento, acabou de sair do forno. – Diz Júlio mostrando a capa do CD. - A Amanda não vem pra cá hoje?

- Não Jú! Ela ligou dizendo que ia sair com uns amigos, e que não viria. Vocês vão ficar se escondendo para sempre?

- Por enquanto sim! Não quero ninguém me infernizando ainda mais! – Disse Júlio mexendo no volume da música. – Tudo que eu aguento já é mais do que suficiente!

- Entendi! Eu preciso te contar uma coisa Jú! E acho que você vai ficar bravo! – Disse Milena preocupada. – Rodrigo me disse hoje que é apaixonado por mim, e que quer ficar comigo!

Júlio visivelmente mudou de fisionomia. Em menos de 2 segundos já havia mudado de humor, não estava se contendo de ódio, mas não queria demonstrar. Segurou-se ao máximo, respirou:

- E o que você respondeu?
- Disse pra ele que eu namorava você! – Disse Milena sorrindo, envergonhada.
- Como assim? Você é maluca! Eu namoro a Amanda! – Gargalhou nervosamente Júlio
- Estou falando sério Jú! – Milena sorriu de novo. – Acha que fiz bem?
- Não faço idéia! Imagino que isso não tem problema. Mas porque você disse isso?
- Porque ele vive me enchendo, fala um monte de besteiras, e perdi minha paciência!

Júlio sentia-se aliviado em saber que sua melhor amiga, não estava interessada em Rodrigo. Mas sentia-se preocupado. Rodrigo o odiava com todas as suas forças e ele, ao saber que possivelmente Milena é sua namorada o deixa numa posição bem delicada.

- Estou com fome. – Diz Júlio
- Vamos comer esfihas?
- Opa... Gostei de ideia! – Exclama Júlio
- Vamos á esfiaria Pinguim?
- Fechado! Vamos! – Júlio se põe prontamente de pé

Milena e Júlio saem juntos, de mãos dadas. Sempre andavam assim. Eram muito amigos mesmo, nunca foram namorados. Nunca havia rolado nada entre os dois. Não se gostavam! Amavam-se, mas como irmãos. Andavam junto o tempo todo, se falavam todos os dias, na escola, depois da escola, pelo telefone, nos finais de semana, de madrugada.

Subiam a rua lentamente, rindo e conversando. Até a esfiaria Pinguim que era apouco mais de 10 minutos de caminhada. Era pertíssimo da casa de Milena, e sempre que podiam, iam e compravam várias esfihas, um refrigerante de dois litros e voltavam para a casa. Chamavam Suzana e comiam até não aguentar mais.

Chegaram á esfiaria e não havia muito gente. Ainda era cedo, cerca de oito da noite de uma quinta-feira. Aproximaram-se do balcão, e folhearam o cardápio do restaurante. Escolheram as esfihas e fizeram seu pedido. O rapaz do caixa, já até os conhecia de tantas vezes que os dois iam juntos até lá.

Pegaram seu pedido, e caminharam de volta á casa de Milena. Ao virarem a rua da esfiaria a qual era uma avenida muito grande, chagavam a uma praça simples, que tinha dois bancos de cimento, e alguns brinquedos de concreto. Quando de repente, Pimenta, para á frente dos dois.

- Guilherme? O que faz aqui? – Pergunta Milena.
- Cale a boca! Meu assunto é com ele! – Pimenta apontou para Júlio.
- O que você quer Guilherme? – Perguntou Milena preocupada.
- Você é namorada desse verme?– Pimenta deu um passo encarando Júlio nos olhos.
- Sou sim! Por quê? – Milena entrou na frente ficando entre Pimenta e Júlio.
- Você ainda pergunta? - Pimenta empurrou Milena, que caiu sentada em um dos bancos de cimento da praça.

Júlio não titubeou, pela primeira resolveu reagir, em um ímpeto de coragem fechou o punho, e acertou Pimenta em cheio, no meio do rosto de Pimenta, que caiu feito mamão maduro. Uma dor lancinante inundou a sua mão. Milena, o agarrou pelo braço, e saíram correndo os dois, largando a caixa de esfihas ali mesmo.

Correram e correram. Esbaforidos chegaram á casa de Milena. Olhando para trás, nem sinal de Pimenta.

- Acho que conseguimos fugir! – Disse Milena procurando o ar que lhe faltava nos pulmões.

- Conseguimos sim. Vamos entrar e ficar bem quietos, ele sabe onde você mora? – Perguntou Júlio

- Acho que não! Venha, vamos entrar! – Chamou Milena

- Mi, obrigado por ter me defendido! – Diz Júlio olhando Milena em seus olhos

- Imagine amores, estou aqui pra isso! – Responde Milena ruborizada de vergonha

- Mi,temos outro problema! Acho que quebrei a mão...    

Dragão DouradoOnde histórias criam vida. Descubra agora