N/A: De volta à narração do Nat! \o/ Agora começa oficialmente a reta final da história! Eu sei, eu sei... também não estou pronta pra me despedir ainda desses personagens, mas eu acredito que as boa histórias precisam de uma conclusão. Quem aqui nunca começou algo que nunca terminou, certo? Estou tão feliz por sequer ter chegado até aqui. Era só um conto e virou um livro, ou até mais que isso. Agradeço imensamente pelos leitores, pelos comentários que sempre me alegram e me motivam a continuar, porque eu sei que essa história é tão minha quanto de vocês. Mas vamos a leitura... x)
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Observei de longe enquanto Zero-um ocupava meu lugar no treino da manhã. "Não pegue leve com aqueles caras", disse a ele na noite anterior. Agora que eu o via gritar com aqueles soldados sem nenhuma piedade, fazendo-os correr em formação, eu sabia que ele não me decepcionaria.
Quando me vê, ele faz uma continência, que eu respondo igualmente.
Já Tanque era outra história. Como ele passou vários dias desconfortável ao me ver, quase constrangido, decidi enfrentá-lo no torneio daquela semana. Ele me deu um soco na cara que me deixou desacordado por dois minutos inteiros. Por alguma razão que desconheço, nós voltamos a falar normalmente depois daquilo.
Nós todos nos veríamos novamente, com certeza.
Então era isso. Eu estava voltando pra casa. Meu coração batia rápido, e eu não sabia se era de ansiedade ou medo, ou as duas coisas. Nós amaldiçoamos cada dia naquele lugar, mas ao mesmo tempo, no lugar da angústia cresceu o sentimento de que formávamos uma... família.
Subi no helicóptero, coloquei os protetores de ouvido e tentei me preparar para o que seria aquele retorno - ou o resto da minha vida.
Quando cheguei, minha mãe esperava por mim no aeroporto com o maior sorriso que já havia visto em seu rosto. "Você parece mais magro" ela disse enquanto checava meu rosto minuciosamente, para depois me abraçar como se não me visse há anos.
Você dormiu o suficiente? Comeu bem? Passou protetor solar? Usou repelente? Foi pago pelas horas extras? Cuidou da sua saúde? Pude ler todas essas perguntas em seus olhos, mas tudo o que ela fez foi falar sobre coisas triviais. A sua viagem para o Caribe. Tretas de família. Suas novas empreitadas culinárias. Talvez ela não quisesse me sobrecarregar com suas preocupações ou talvez não quisesse realmente saber a resposta.
Sentado no banco do passageiro, me senti tão estranho. Tudo estava igual, a cidade, as ruas, as pessoas, mas eu já não me sentia mais o mesmo. Quase como se eu não me encaixasse mais a aquela realidade.
- Querido... - ela hesita - e então, como foram as coisas com o Eric?
Tive a sensação de que ela queria me perguntar sobre aquilo desde o começo.
- Ah... isso... ele me convidou pra ir morar com ele - sorrio só de lembrar dele pedindo.
- Ele convidou?! - ela pergunta como se minha vida fosse o capítulo empolgante de alguma novela - Ahhh... esse garoto é mesmo tão encantador.
Você não diria isso se soubesse como ele tornou a vida do seu filho um inferno com requintes de crueldade.
Mas ela tinha razão...
- A mãe dele estava realmente preocupada enquanto ele esteve lá.
- Ah... a mãe dele? Você tem conversado com ela? - finalmente me viro.
- Todos os dias por telefone.
- Uau... Vocês são amigas agora?
Ela dá de ombros, como se não pudesse evitar aquela situação.
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Romance"Eu não era do tipo de cara que acreditava que algo pudesse durar para sempre. Existiu um tempo em que eu achei que não podia gostar de alguém tanto assim. A maior parte do tempo eu estava apenas.... existindo. Mas às vezes encontramos pessoas em no...