ESPECIAL - Uma peça solta do quebra-cabeças

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N/A: Quando vocês menos esperam, eu posto um capítulo novo! Eu sei que faz um tempo. Esse capítulo eu escrevi e reescrevi, e até agora não tenho certeza se faz juz a tudo que imaginei para esse personagem tão querido. Este é o especial do personagem que chegou de fininho, como quem não quer nada e ganhou o meu, o seu, o coração de todos  ❤ 


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"Mãe, eu já disse que não tenho namorada"

"Mãe, por favor, me escute..."

"Não! Eu também não tenho um namorado!"

"Sim, eu tomei o chá milagroso que a senhora me deu da última vez"

"Visitar? Vou sim, no próximo feriado"

"Tá bom, mãe, eu prometo"

"Tchau, mãe"

"Bênça"

Quando desliguei o celular, o tenente sorria de modo desconcertante.

‒ Me desculpe, você sabe... a minha mãe...

Ele só concordou com a cabeça.

‒ Eu sei, ela me ligou mais cedo também - ele disse como se não fosse nada.

‒ Ela!!! Ela te ligou? Jesus, quantas vezes preciso dizer que...

‒ Hey, Tiago! - ele coloca a mão sobre meu ombro, me confortando - Não se preocupe, é sério. Ela só estava preocupada.

‒ Preocupada? Com o que? Eu juro que não esqueci de depositar o dinheiro desse mês.

‒ Ela disse que você parecia muito solitário.

‒ Solitário?

‒ Bom, mas eu disse pra ela ficar tranquila, porque você já tinha alguém.

Porque eu já tinha alguém... HÃÃ?!

Eu tenho alguém e nem ao menos sei disso?

Ele dá um peteleco na minha testa.

‒ Acorda! Assim ela vai parar de fazer perguntas - ele diz ao dar uma grande mordida em seu sanduíche, deixando o resto no prato - Vamos, ou senão vamos nos atrasar.

Ah...


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Meia hora depois, já no escritório, o tenente estava conversando com um dos outros oficiais do nosso departamento, enquanto eu organizava algumas caixas que iriam para o arquivo morto.

‒ Esse assistente... ele é bem diligente, não é mesmo? - o oficial perguntou, apontando na minha direção - Não se encontram mais como esse hoje em dia, não é mesmo?

‒ É uma pena que ele não seja o seu assistente - o tenente respondeu em tom provocador.

Mas os dois começaram a rir como se tivessem um mútuo compreendimento das coisas. Era por causa de coisas assim que eu o admirava tanto, não só porque foi ele que me treinou, mas porque ele tinha uma presença marcante, um homem que impõe respeito por onde passa.

E quanto a mim? Apenas continuei meu serviço, afinal haviam muitas pesquisas comparativas esperando por mim depois.

Aqueles dias haviam sido bastante intensos com muita coisa rolando no departamento. Às vezes não tínhamos nem tempo de ir ao banheiro. Mas o trabalho era duro mesmo para o tenente, que às vezes passava noites em claro.

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