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ESPECIAL - Cedo ou tarde

Oi gente, quem é vivo sempre aparece né? Sei que faz alguns meses que estou devendo a continuação da história, e hoje eu venho com mais uma atualização pra vocês! Não é uma continuação na verdade, é um capítulo especial. Outro dia eu tava pensando como na primeira parte do conto, algumas cenas ficaram muito curtas ou subentendidas, e de repente me deu vontade de contar elas em mais detalhes. Espero que gostem!

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"Não seja tão intenso. Você é muito intenso às vezes... isso vai assustá-lo"...

Talvez eu devesse me comportar naquela noite?! Com certeza aquela era a coisa mais certa a se fazer.

Foi com aquele olhar que eu soube que meu plano já tinha ido por água abaixo.

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‒ Você chegou - ele disse me fitando profundamente, sem desviar o olhar. Aqueles olhos realmente me fizeram tremer por dentro.

Naquele momento meu cérebro virou gelatina então apenas fiz que sim com a cabeça vagarosamente. Eu já nem sabia mais porque eu tava ali.

Eric caminhou até mim com passos descontraídos mas confiantes e parou bem ao meu lado.

‒ Não dói? - ele perguntou. Percebendo a minha confusão momentânea, continuou, fazendo um sinal pra própria boca - está mordendo os lábios com bastante força.

Finalmente me dou conta. A dor bate junto com a realização do que eu estava fazendo. Ouch... E ele apenas ri, como se eu fosse tão óbvio. Eu estava tentando não pensar demais, não supor demais. Estava tentando controlar os impulsos dentro de mim, mas ele tornava tudo tão difícil...

Dou uma corridinha para alcançar Eric, que já está dando a volta no mercadinho até a porta de sua casa.

‒ Vem, entra. Vou pegar gelo pra você.

Apoiei o ombro no batente da porta da cozinha enquanto Eric tirava um pouco de gelo da forma e colocava dentro de um saco plástico.

‒ É um pouco perturbador ser observado por você - ele diz, ainda de costas pra mim.

‒ Desculpe.

Mesmo assim ele vem até mim e pousa gentilmente o saco de gelo sobre minha boca, esse contato fez um choque percorrer meu rosto.

‒ Ai!

‒ Você deveria ter mais cuidado... Parece uma criança. Segure isso por um tempo.

Eu poderia pensar em diversas razões pelo qual tudo aquilo era desnecessário. Eu nem tinha mordido os lábios tão forte assim. Talvez ficasse um pouco inchado, mas isso era de longe um problema. Mas também era bom ver Eric se preocupar comigo. Ou melhor, eu gostava de como Eric buscava uma razão pra se preocupar comigo.

‒ Por que está sorrindo assim? - sua voz me condenava.

‒ Nada... não é nada - mas é claro que aquilo não me fez parar de sorrir.

‒ Pare de pensar besteiras.

‒ Eu não estou...

‒ Você não tem jeito - Ele diz dando meia volta pra fora da cozinha - você não vem?

Jogo o gelo na pia e o sigo através dos corredores até a escada sentindo meus lábios formigarem pela mudança de temperatura.

‒ A internet mais cedo tava uma merda, sabe? Demorei séculos pra baixar um mísero episódio. Eu tava pensando em mudar de operadora, qual você usa...?