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Após a cerimônia, fomos chamados pra tirar fotos à luz do pôr-do-sol. De repente, o jantar deu lugar à festa e todos pareciam estar se divertindo. Eric passou boa parte do tempo ocupado com sei lá o que e eu não sabia se ficava feliz ou triste com aquilo. Fran também me alugou durante a festa.
Conversei com velhos colegas de escola e com alguns dos outros convidados, até mesmo com a avó de Ju, que parecia perdida e não sabia de quem era o casamento. "É meu neto que está casando?" ela era tão fofa. "É a sua neta que está casando com uma linda garota". Então eu ouvi enquanto aquela senhora contava a história de uma amiga de infância que ela teve que tinha uns "jogos estranhos" e que roubou seu primeiro beijo... "Mas eu sempre contei pro meu marido que ele foi o primeiro hahaha..." ela deu uns tapinhas na mão do vovô que estava sentado ao seu lado sem entender nada "Bobagem!" ele repetiu de forma rabugenta algumas vezes. "Ele tem problema de audição" vovó disse piscando pra mim.
As senhorinhas eram sempre as melhores.
Caminhei até a mãe de Fran que estava sentada sozinha numa outra mesa apenas observando todos dançarem na pista ao som de YMCA (eu sei, tão típico).
– Nathan! Meu querido, venha, sente aqui! - ela me cumprimentou com um beijo na bochecha, então segurou a minha mão - Obrigada pelo que você fez... Não consegui convencer o pai dela a vir. Nós somos separados há anos, você sabe.
– Eu sei.
– Eu sempre gostei de você. Dentre todos os amigos dela, você parecia ser o mais íntegro.
Essa era a primeira vez que alguém usava a palavra "íntegro" pra me descrever.
– Na verdade, eu torci pra que vocês ficassem juntos... - ela sorri encabulada - Mas ela está feliz agora, então é isso que importa. Além disso, a Juliana é ótima. Ela sempre vem me visitar... Às vezes tenho a impressão que a vejo com mais frequência que minha própria filha...
Quando me dei por mim, estava sentado sozinho na mesa e Eric se senta ao meu lado, suspirando alto e com uma cara emburrada.
– Como é que você tem paciência pra lidar com as pessoas? - ele pergunta, então me dou conta que ele esteve me observando.
– Eu tenho um dom - respondo sarcasticamente. Ele bufa - Cansado, meu amor?
– Com fome... Mal tive tempo de comer porque Ju me arrastou de um lado pro outro sem descanso. Ela sabe que eu odeio esse tipo de coisa.
– Dá trabalho ser um bom amigo.
Ele revira os olhos. Então pego sua mão e o levo em direção à cozinha. Seus olhos brilham assim que o prato principal pousa em suas mãos. Sentamos no chão do corredor e, enquanto ele come de forma voraz, não consigo desviar os olhos dele nem por um instante. Quando termina, Eric coloca os talheres no prato, desabotoando o botão da calça pra deixar a barriga mais confortável. Eu rio daquilo, mas ele se sente provocado e age rapidamente pousando sua mão bem na minha virilha.
– Baby... Não está satisfeito? - eu mal posso preferir aquelas palavras. Recusá-lo era algo que ia além das minhas habilidades padrão - Você não pode esperar?
– Se não agora, então quando? - ele repete aquelas minhas palavras, o que me deixa louco, então só respiro fundo tentando me conter.
– Estou tentando ser um homem decente aqui.
Sua mão perniciosa sobe pelo meu peito e então puxa meu rosto em sua direção.
– Aquela garçonete antes, o que você disse pra ela? - ele pergunta com um olhar perverso.
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Romance"Eu não era do tipo de cara que acreditava que algo pudesse durar para sempre. Existiu um tempo em que eu achei que não podia gostar de alguém tanto assim. A maior parte do tempo eu estava apenas.... existindo. Mas às vezes encontramos pessoas em no...