Lívia Albuquerque
Sinto Adam erguer meu corpo mas não me movo, me sinto indefesa, como quando somos crianças e ralamos o joelho, aquilo parece que nunca mais vai sarar e tudo que precisamos é que o papai nos acolha e beije o machucado pra ficar bom de novo!
Mas nesse momento me sinto ainda mais impotente, pois sei que não adianta quantos beijinhos papai dê, ele não pode sarar o ferimento pra mim, ele não pode enfrentar o Jean pra mim, essa luta é minha e o medo do fracasso se espalha por todo meu corpo.
Adam me acomoda entre as cobertas e senta de frente pra mim, fungo um pouco parando de chorar e ele toca meu rosto um tanto preocupado, se aproxima e deposita um beijo em minha testa depois se afasta segurando meu rosto entre as mãos.
- Confia em mim Lív? - Ele pergunta baixo e assinto. - Então ouça o que vou dizer. Ele não vai ganhar!
- Mas Adam basta um exame e...
- Basta um exame e será comprovado que o Charlie tem o DNA dele, mas isso não prova nada, não faz dele pai. - Ele diz convicto. - Temos provas de que ele nunca quis o Charlie, provas de que ele pediu o aborto, tem testemunhas da sua antiga escola, no restaurante. Temos inúmeras provas e vamos usa-las.
- Acha que vamos conseguir? - Pergunto incerta e ele afirma. - Porque ele está fazendo isso? Ele não quer o bebê...
- Não sei Lív. Interesse talvez, ou querendo te provocar depois da semana passada. - Concordo. - Mas isso não importa, não são boas intenções.
- Ele não pode chegar perto do meu anjinho... - Sussurro.
- Ele não vai! - Ele me abraça de novo. - Entenda Lívia que eu amo vocês, e eu não vou deixar ninguém machuca-los. Ele não vai chegar perto do meu filho!
- Obrigada por estar aqui. - O aperto mais.
- Eu não poderia estar em outro lugar. - Ele sorri. - Seu pai está ligando pro advogado da sua família, e entrando em contato com a família do Jean!
- Acha que ele vai convence-los? - Pergunto cética.
- Seu pai é um dos maiores empresários da Europa, o poder de persuasão dele deve ser incrivelmente bom. - Sorrio com ele e apoio a cabeça em seu peito. - Vou entrar com pedido de reconhecimento de paternidade Lív!
- Como assim? - Indago confusa.
- Estive presente em cada momento desde o começo. No pré-natal, ultrassom, exames, eu estava em todos com você, assisti seu parto, estive em cada consulta do Charlie, eu sou o pai dele. Vou assumir isso legalmente.
- Mas e o pedido do Jean? - Pergunto confusa. - Acha que consegue?
- Temos provas irrefutáveis de que estive aqui sempre Lív, que o Charlie me reconhece como pai. Enquanto o Jean exigiu que você abortasse e nunca demonstrou qualquer interesse pelo Charlie. - Ele suspira. - Não sei qual a motivação dele ou no que ele pensou, mas, apesar de ser pai biológico as chances dele são mínimas!
Suspiro aliviada após ouvir sua explicação, o abraço e depois vou pro banheiro. Relaxo o corpo quando a água quente entra em contato com meu corpo, fico alguns minutos a mais ali e depois me troco no closet.
Assim que chego no quarto noto que o Adam ja saiu, deve estar com o Charlie, desço as escadas e o encontro na sala com meus pais. O Lucca está sentado no chão ao lado do Charlie enquanto meus pais e Adam estão em uma roda no canto junto a um dos advogados da empresa.
Me aproximo deles e o Adam envolve meu corpo me passando tranquilidade, conversamos por alguns minutos e ele esclareceu alguns pontos, mostrando que o Adam tinha certa razão. Ele nos instruiu a procurar um advogado especializado em casos de Direito da família, já que sua especialidade é direito trabalhista e civil.
Assim que o papai sai pra leva-lo a porta nós três sentamos no sofá assistindo Charlie brincar com o Lucca dando tapinhas em seu rosto que está sobre as pequenas pernas do Charlie. Começo a pensar em uma boa solução e me lembro de alguém!
- Mamãe o Matteo... - Ela me olha confusa mas logo sorri.
- O que tem ele? - Adam pergunta.
- A família dele tem uma empresa de advocacia, são dezenas de advogados. - Sorrio. - Papai prestava serviço pra eles criando as plantas dos novos escritórios e eles pra nós como advogados.
- Acha que eles podem indicar um bom advogado. - Ele deduz e nego.
- O Matteo é um dos melhores advogados que já vi Adam, ele se formou em Havard e continua estudando. Ele é conhecido por nunca perder uma causa. Os casos dele são sempre voltados a família.
- Isso é bom. - Ele me abraça. - Pode ligar pra ele?
- Pra quem? - Papai pergunta voltando.
- Pro Matt... - Papai pensa um segundo e sorri.
- Mas é claro, como não pensei nisso. - Ele ri. - Deixe eu ligo pra ele!
Papai sai indo pro escritório e mamãe se levanta pra segui-lo mas tem uma tontura, Lucca rapidamente a ampara a ajudando sentar novamente, me ajoelho a sua frente pra checar se tudo está bem mas o telefone toca.
- Residência dos Albuquerque... - Atendo rápido.
- Recebeu meu presentinho Lívia? - Escuto a voz do outro lado.
- Quem é? - Ele ri e sinto um arrepio. - Jean...
Não tenho tempo de pensar, o Adam toma o telefone da minha mão exalando ódio e vejo o momento em que aperta o telefone e diz cada palavra carregada de ódio.
- Eu não sei o que você quer seu moleque mas fique ciente que não vai conseguir. - Ele começa. - Você não vai chegar perto do meu filho e nem da Lív, e eu garanto que vai se arrepender de ter entrado no meu caminho.
Ele desliga o telefone ofegante, tamanha sua raiva, ele coloca-o de volta no lugar e se vira pra mim mais calmo. Respira fundo e se aproxima.
- Ele não vai conseguir Lív. - Ele diz me abraçando.
- Não vai amor. - Sussurro de volta. - Papai protetor esse.
Nós rimos e ele vai pegar o Charlie. Subo com os dois pra dar banho no meu bebê. Não sei qual a motivação do Jean, mas o Adam tem razão, ele não vai conseguir. Ele não vai chegar perto do meu filho, eu não vou deixar. E o pai dele também não!
Capítulo curto mas depois
posto mais...Meninas não esqueçam de dar uma olhadinha no próximo livro da série que já está no meu perfil.
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Beijos meus amores ❤😘
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Descobrindo o Amor - Série AMORES
Teen FictionLívia Albuquerque sempre foi vista como uma garota mimada. Por "falta de experiência", acabou engravidando aos dezesseis anos, mas sem o apoio do pai de seu filho, tudo que teve foi a família e amigos. Adam Coleman sempre foi um jovem calmo e centr...