Capítulo 24

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[ Queria agradecer a minha FLOR pela linda capa :) Aqui e na " SUMMER PARADISE "

Dedico-te este capítulo bb ;) ]

* Harry's POV *

Acordei com leves remexeres dela junto ao meu corpo. Ela parou e eu a puxei mais para mim. Queria senti-la mais junto do meu corpo. Estava a tentar pegar no sono, mas não consegui pois ela começou a espalhar pequenos beijos junto do meu peito descoberto. Deixei-me estar assim, imóvel para que ela pensasse que ainda estava a dormir e continuasse a distribui-los em mim. Para minha surpresa ouvi-a a fundar e depois uma gota de água caiu e escorreu sobre o meu peito. Passou-me pela cabeça que estivesse a alucinar, mas quando ouvi outra vez aquele som abri os olhos com um pouco de dificuldade. Olhei para baixo e a vi com uma mão sobre mim e a outro nos olhos para limpar rapidamente as lagrimas antes que caíssem.

Fiz alguma coisa de mal? - pensei

- Porque estás a chorar? - disse com a voz rouca, a assustando.

Ela limpou os olhos e virou-se dando-me as costas. Lancei-lhe o meu braço para me arrastar até ela. Beijei o seu pescoço e falei entristecido por a ver a chorar.

- Fala comigo... por favor! - disse ao pousar o meu rosto na curva do pescoço dela.

A mão dela foi para cima da minha e acariciou-a.

- Queres mesmo saber? - disse baixinho, só para mim. Assenti com a cabeça - Mesmo que possa pôr um fim à nossa relação e que te dê nojo de estares comigo?

Quando ouvi aquilo fiquei sem saber o que responder.

Nojo? Fim? Eu não tenho isso dela e não vai haver fim conosco!

- Harry? - Ela insistiu comigo para que respondesse.

- Nada disso vai acontecer! - disse firme e segurei-lhe a mão com força.

Ela suspirou. Um suspiro profundo de quem ia recuar muitos anos na sua vida e ia começar a falar. Antes que ela o fizesse, virei-a para mim e a puxei para cima de mim. Fiquei entre as suas pernas nuas e um pouco bambas. Deixei as minhas mãos lá e as dela estavas no meu peito, que subia e descia rapidamente de tão ansioso que estava para ouvir o que ela tinha a falar, o que a deixava naquele estado.

O olhar dela penetrou o meu e pude ver que procurava esperança e calma no meu verde-esmeralda. Ela costumava-o fazer muitas vezes. Aquele simples olhar sobre mim resultou e vi-a a respirar fundo de olhos fechados agora.

- Quando quiseres que me vá embora diz... - fiz que não com a cabeça e ela fez sim com a dela, como se tivesse a certeza que o ia dizer.

Respirou novamente fundo e tentou sair de cima de mim. Fiz que não com a cabeça e amarrei ainda mais as minhas mãos ás suas pernas. Arrumou o cabelo só de um lado e começou a falar.

- Tudo começou quando eu tinha 10 anos e vivia em Manchester com a minha família. - Olhava-a atentamente, enquanto ela encarava as minhas tattoos. - Eu, o meu pai, a minha mãe e o meu irmão mais novo. Estávamos no dia mais especial para mim e para o Jason, o Natal. Na noite de 24 para 25 estávamos todos reunidos na sala a brincar e a cantar, à espera da meia noite. Eu e o Jason corríamos da sala até ao jardim das traseiras à procura do pai Natal, que ele insistia que existia. Não o podia censurar, ele tinha apenas 4 anos - disse com lágrimas e um sorriso aberto ao relembrar aquele menino. Mas, em seguida a expressão mudou - Tinha ido para o quarto com ele para os meus pais colocarem as nossas prendas junto à arvore, quando, de repente se ouviu um estrondo. Pareciam uma bomba daquelas que se vende no carnaval, o meu vizinho tinha a mania de estourar muitas dessas por isso não ligamos. Percebi que não eram as bombinhas dele, pois o meu pai deu um grito de desespero, e várias coisas a serem partidas. Começamos a ficar assustados e a minha reação naquele momento foi sair daquele quarto e ver o que se estava a passar. - Ela apertou os olhos com bastante força e escorreram lágrimas pelo rosto, caindo sobre mim. Limpei-as com o purgar e, com o meu toque ela soltou mais algumas. - Senti-me a ficar vazia por dentro. Aquela mulher linda de cabelos castanhos chocolate estava envolvida numa enorme poça de sangue. Esse sangue saia-lhe pe-pela cabeça - ela finalmente fixou o olhar no meu, o que me fez arrepiar - Lembro-me como se fosse hoje! Ao fim de oito anos essa imagem está mais viva que nunca, Harry! As pessoas a entrarem em casa, os sons das ambulâncias, os policias... tudo! - Ela disse aquilo desesperada, ela estava a relembrar um passado que nunca pensei que tivesse vivido. - Fiquei imóvel ao ver aquele cenário horrendo. Quanto o meu pai me viu nas escada especada, hipnotizada pelo sangue, correu até mim chamando-me e abraçando-me com força. A minha cabeça estava aninhada no seu peito para que não olhasse para a frente. Soluçava de pânico e tristeza. - Ela fez agora uma longa pausa.

|| Scars Of The Past || H.StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora