#CAPÍTULO 05

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  —Ernesto??!!
A voz era desse imbecil!
Filho da puta!
Que raiva!
Interrompeu  bem no momento em que estava quase conseguindo que Cristina se soltasse e confessasse que o desejava, pensava Frederico.

Levantou rápido e ajudou Cristina. Observou como ela tentava ajeitar a roupa que estava toda amassada e os cabelos cheios de grama e terra. Estava nervosa e ainda respirava agitada. 
Felizmente, Ernesto viu só o cavalo do patrão. Não estava tão próximo e não tinha visto os dois no chão. Mas bastou chegar mais perto para se dar conta do que eles estavam fazendo.

Cristina estava vermelha, envergonhada.
Frederico furioso e com um volume nas calças.
Se não fosse o olhar assassino de Frederico, Ernesto estaria rindo da situação embaraçosa.

— Ah, desculpe, patrão. Vi seu cavalo e resolvi chamar. Não sabia que tinha companhia. Oi, dona Cristina.

— Oi, Ernesto — conseguiu falar.

Frederico não falou nada. Só metralhava o capataz com o olhar.

— Eu já vou indo. Só estava passando — arrancou com o cavalo pensando como o patrão tinha vontade de matá- lo nesse momento  pela interrupção com sua fera.

Cristina virou para o novio, esmurrando-o no peito.

— Seu estúpido, se não fosse Ernesto aparecer, você ia me violar.

— Claro que não, Cristina. Não sou esse tipo de homem — tentava esquivar- se dos golpes. —  Não fiz nada contra sua vontade, estava até gostando.

— Nãoo... eu odiei cada toque — parou com as batidas e caiu no choro.

Frederico segurou- lhe as mãos e ela apoiou- se no peito dele, sem força.
Ele a sustentou nos braços e acariciou- lhe os cabelos.

— Não chore, meu amor.

— Porque? Porque Frederico você tem que fazer isso comigo? — soluçando no peito dele.

—  E o que eu faço com você? — perguntou calmamente.

— Você... você... me perturba... me beija... me toca... e...

— E??

— E nada  — empurrou- lhe.

Frederico bagunçava suas ideias, a deixava vulnerável, besta.
Que fazia chorando no peito dele?
Que absurdo! Não podia mostrar debilidade.

— Não quero mais te ver por hoje! Não apareça em casa —  saiu, pisando duro e subiu no cavalo.

Frederico observou como ela se distanciava. Cristina era tão difícil de entender. Um momento estava embaixo dele, derretendo- se com suas caricias e outro, estava enfurecida e lhe odiando.

— Não vou desistir, Cristina. Ainda vou te domar — falou passando as mãos no cabelo.

Dirigiu- se à sua fazenda.
Ernesto ia descendo da montaria, próximo ao celeiro, quando avistou o patrão.
Tentou novamente subir, mas foi em vão.
Nervoso, atrapalhou-se todo o que permitiu que Frederico o alcançasse.

—  Vou te matar, filho da puta! — ele  ameaçou o capataz, agarrando-o pela gola da camisa e sacudindo-o, violentamente.

Ernesto tremia de medo, conhecia muito bem o gênio do patrão e lamentava, profundamente, ter tido o azar de  passar por aquele caminho.

— Eu não fazia ideia que estava com ela. Seu Frederico, não queria atrapalhar. Desculpa, patraozinho — desculpava- se Ernesto.

Frederico o empurrou. Não era culpa do empregado se estava ferrado  sexualmente, se sua novia era uma onça, cabeça- dura!

DOMANDO A FERAOnde histórias criam vida. Descubra agora