#CAPÍTULO 26

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— Calma, Estela — ironizou Débora. — Logo, logo você quita essa dívida. Agora não se estresse, temos muito o que fazer para a noite.

Estela assentiu de má vontade. Ela e Débora se dirigiram a uma espécie de camarim que havia no interior do salão. Havia peças e mais peças de roupas minúsculas e sensuais, plumas, objetos sexuais e uma penteadeira com um espelho oval e muita maquiagem e produtos de beleza.
Ambas eram prostitutas de um bordel.

Estela ao sair da fazenda  foi para uma cidade próxima, ficou sem emprego e quando o dinheiro acabou tentou arranjar um trabalho, mas sem sucesso. Vagando pelas ruas foi abordada por um homem que vendo sua situação, tratou de levá-la ao cabaré. Começou a prostituir-se para sustentar-se. Ela conheceu Débora Falcão, uma jovem prostituta. Não se tornaram  grandes amigas mas ambas contavam seus problemas uma a outra.

E assim, Estela teve uma ideia de como se vingar de Cristina.
E seu plano pareceu funcionar quando, depois de três meses, o cafetão mudou-se  de cidade e levou suas garotas juntas para um novo bordel, dessa vez para o  povoado que ficava próximo da fazenda de Cristina.

Estela usaria Débora para dar em cima de Frederico, coisa que a garota não rejeitou depois de ver uma foto do bonitão fazendeiro. Assim criaria uma crise no matrimônio e ficaria mais fácil de livrar-se do bebê que agora Cristina esperava.

Estela queria  vê-la destruída, com o pior dos sofrimentos, acabada.
Era tão grande seu ódio por ela que nem mesmo a prostituta sabia exatamente o porquê de tal sentimento.

À noite, Cristina recolheu-se mais cedo.
Cansada, dormiu tão rápido como foi possível ao deitar-se.

Mais tarde Frederico subiu, tinha estado em conflitos com seus pensamentos no escritório e, finalmente, chegou a uma conclusão.
Havia sido uma besteira ou um cuidado demasiado por não ter tido relaçoes com a esposa.

Entrou em silêncio, aproximou-se do leito.
O colchão macio cedeu com o peso de Frederico, fazendo que Cristina escorregasse para junto dele.

A respiração dela nem sequer se alterou quando ele a abraçou pelos ombros.

Três meses sem sexo completo.
Parte da formação do bebê já estava encaminhada, não havia mais risco. Havia conversado com João Luís, e este dissera  que era paranóia de Frederico, não havia razões para ele não ter sexo.  E ele temendo fazer mal ao bebê, recusou-se a fazer amor com a esposa.
Mas agora já havia superado seus medos. Nao conseguia mais ficar nenhuma noite sequer  sem sua ferinha.

Cristina remexeu-se na cama, voltando-se para ele e pressionando a face macia de encontro a seu peito.
De repente, num gesto inconsciente, ditado talvez  pela força do hábito de tantos meses juntos, a mão de Cristina foi repousar no peito forte de Frederico.
Sem resistir mais, Frederico segurou-lhe o queixo e, erguendo-lhe o rosto, apossou-se da boca tentadora. Seu desejo por ela era maior do  que nunca. A labareda que ainda queimava em seu corpo transformou-se numa fogueira ardente que ameaçou consumi-lo por inteiro.
Impacientes, seus dedos rasgaram o tecido de cetim da camisola, revelando os seios fartos pela gravidez. Perdendo o pouco de paciência que ainda tinha com o vestuário, Frederico o  rasgou de alto a baixo. O gritinho abafado que escapou da garganta de Cristina mostrou que ela estava bem acordada. Então num gesto deliberado, jogou para longe o traje de dormir todo destruído.

— Não posso esperar mais, Cristina — ele murmurou com voz rouca. —  Preciso de você, preciso estar dentro de ti, completamente.

—  Oh — exclamou — mal posso acreditar que estou ouvindo isso. Te quero, Frederico. Te desejo!

Sem mais palavras ele cobriu-a com o corpo másculo, a boca ávida procurando nos lábios sensuais de Cristina a única certeza que existia entre ambos: amor.
De lado e por trás foi como Frederico a tomou com ansias.
Saciaram seus corpos depois de tanto tempo sem aquele contato íntimo.

DOMANDO A FERAOnde histórias criam vida. Descubra agora