#CAPÍTULO 04

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Não foram para casa. Decidiram supervisionar mais um pouco  a fazenda.
Ambos no mesmo cavalo.
Sem querer admitir, Cristina gostava de sentir que alguém a protegia. Relaxou e disfrutou da  sua companhia.

Frederico foi apresentado a todos os trabalhadores como seu noivo.
Cristina recebeu elogios e aplausos.

   Os empregados estavam felizes pela patroa.
Frederico espantou-se com o comportamento de Cristina.
Ela era uma verdadeira senhora.
Dava ordens e instruções com classe.
Nem parecia aquela Cristina arrogante e briguenta que  sempre era quando  estava com ele.
Era carinhosa com as pessoas.
Tratava a todos com igualdade.

Tinha o respeito e a admiração de todos ali naquela fazenda.
Apesar dessa mansidao, era firme em suas decisões e sua palavra era lei e ninguém ousava contestá-la.
Frederico encantava-se mais por ela.

Antes do almoço, foi falar com o capataz, sem que Cristina o visse  e deu-lhe dinheiro para comprar inseticidas contra as pragas.

Foram para a casa grande, cada um em seu cavalo.
Alguém já havia trocado a cela de Cristina.
Almoçaram juntos com Consuelo.
Estela como sempre não perdeu a oportunidade de se jogar para Frederico.
Felizmente, ele estava tão pensativo que não ligou para seus flertes.
Cristina sorriu por dentro, satisfeita.
Subiram para ver Severiano.

— Oi, papai como está hoje? —Cristina o cumprimentou com um beijo no rosto.

— Impaciente. Não aguento mais ficar nessa cama, sem fazer nada. Pelo menos, vocês vêem me visitar — olhou para o futuro genro — E aí, Frederico? Minha filha tem dado trabalho?

— Olá seu Severiano. Sua filha é um osso duro de roer — Cristina o fulminou com o olhar. —  É uma mulher de caráter forte. Acho que vamos nos dar muito bem.

— Tenho certeza que vão — rindo, Severiano afirmou. — Então, já escolheram a data? Quero que seja logo.

— Ainda não, mas não se preocupe papai, eu e Frederico vamos acertar os detalhes.

— Fico aliviado em saber que está aceitando tão bem esse casamento — Severiano segurou as mãos da filha entre as suas.

— Sabe muito bem que não tive escolha. Faço pela mamãe...

— Não importa ... — ele fez sinal para que Frederico se aproximasse — Vem aqui.

Frederico sentou no outro extremo da cama e Severiano tomou sua mão e entrelaçou com a da filha.
Cristina sentiu uma corrente elétrica pelo corpo todo.
Seus olhares se cruzaram esquecendo do senhor ao lado, do mundo lá fora.
Timidamente, ela baixou o olhar.

—  O amor aos poucos irá nascendo em vocês.  Quero que  se casem logo e tenham uma união duradoura. A maioria dos casamentos atuais  são fracassados por que os casais namoram primeiro para depois  casar. Passam anos de noivado tendo uma vida juntos e aí quando resolvem formalizar a união, o enlace já está desgastado e logo vem o divórcio. Agora para ter sucesso é preciso casar primeiro para depois namorar.

— Não entendi, seu Severiano.

— O que estou querendo dizer é  que não quero vocês de agarramento por aí antes do casamento.

Frederico tossiu e Cristina reprimiu um sorrisinho. Severiano observou os dois, desconfiado.

— Frederico, você não desonrou minha Cristina?

— Claro que não, seu Severiano. Sou muito respeitador!

Imagine se não fosse.

— Rum! Não acredito muito por isso eu mesmo  vou marcar a data. Daqui a três dias, vocês casam aqui mesmo na fazenda.

DOMANDO A FERAOnde histórias criam vida. Descubra agora