#CAPÍTULO 02

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  Cristina chegou em casa e subiu correndo para o quarto. Assim que entrou, se jogou na cama.
Ofegante!
Olhos arregalados!
Primeira vez na vida, sentia- se atraída por um homem.
Tirou toda a roupa ficando só de calcinha e sutiã.
Estava um calor horrível.
Frederico Rivero era um homem muito sexy e bonito.
Ela passava as mãos pelo corpo e bagunçava os cabelos, agitada.
O que estava acontecendo? Porque se sentia assim tão...tão ...  esquisita?
Foi uma sensação incrível senti- lo tão próximo. Quando ele a abraçou, sentiu um frio na barriga, suas pernas tremeram e queria que ele a beijasse, mas no último segundo, ficou com medo.

Balançou a cabeça para afastar os pensamentos...
O que fazia pensando num homem que tinha tido a ousadia de espiá-la na cachoeira? Ele era um tarado! Um mal educado! Grosso! Estúpido! Ignorante! Forte! Bonito!

– Chega Cristina! Tem coisas melhores para pensar – recriminou- se em voz alta.

Tomou banho, vestiu- se e foi ver o pai.

Severiano mesmo doente, era autoritário. Seria muito difícil convencê- lo a desistir da ideia do casamento.
Cristina era mandona, rebelde mas sempre  o obedecia.

– Papai, trouxe um chá para o senhor – Cristina entrou com uma bandeja nas mãos. –Está mais calmo?

– Está querendo me ganhar com chá, Cristina?

–Ah pai, o senhor vai insistir nisso? Eu não quero casar...

– Filha, às vezes você se comporta como uma criança – pegou a xícara que ela lhe oferecia. – Mas já está tudo arranjado. Você não tem escapatória.

– Como assim? Como pôde fazer isso? Sinto muito, não vou me casar.

– Ok. Então você e sua mãe iriam morar embaixo da ponte. Porque eu assinei um acordo. Está tudo no papel. Se você recusar o matrimônio, perdemos a fazenda. Mas se aceitar, Bananal continua no seu nome.

– Como você faz essa espécie de negócio, sem me consultar? Pai, como pôde me vender desse jeito?

– Não te vendi. Nem precisava da sua autorização. Você é minha filha, eu mando em ti e ponto. Além do mais, você casa   e salva a fazenda. Simples! É o casamento ou a ponte. Você escolhe.

Cristina olhou com raiva para o pai. Não podia recusar. Tinha que proteger Consuelo.

– Eu aceito. Mas saiba que é somente por minha mãe. Porque ela merece um lar digno.

Severiano sorriu. Tinha conseguido. Antes de morrer, veria sua Cristina casada.

– Hoje à noite, ele virá aqui. Vamos formalizar o noivado. Quanto antes melhor.

– E quem é? Com certeza, algum feioso e velho. Só alguém desesperado para aceitar um acordo assim sem antes ver a noiva.

– Se é bonito, eu não sei. Eu não vou achar macho bonito. Mas não é velho. Ele está precisando de uma esposa e na situação em que se encontra vai ser difícil achar uma mulher. Uma mão lava a outra. Vai ser bom  para os dois lados.

– Que situação? Acaso ele é doente, deficiente?

– Cristina!  Está muito curiosa . À noite vocês poderão conversar e se conhecer melhor. Agora pode sair que eu quero descansar e nem pense em fugir à noite.

Cristina resmungou algo

– Ainda não. Tem mais uma coisa.

– Que foi agora?

– Você vendeu uns metros da Bananal para um tal de Frederico Rivero e não nos disse nada. E justo onde está a melhor parte da cachoeira.

– Como ficou sabendo disso?

DOMANDO A FERAOnde histórias criam vida. Descubra agora