#CAPÍTULO 29(FINAL)+

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* Meses Depois*

— Parem, meus amores — Cristina pediu a duas crianças que corriam pela sala de um lado para o outro, davam saltos e alguns gritinhos. Eram Maria do Carmo e Carlos Manoel: seus gêmeos, seus filhos com Frederico. — Assim vão se machucar...

Conseguiu agarrar a menina já que o garotinho driblou a mãe, saindo em disparada para o colo do pai que assistia a tudo sentado no sofá com as pernas cruzadas.

— Te peguei, campeão — a voz grossa do fazendeiro ecoou pela sala fazendo o menino sorri para o pai.

— Ótimo! Agora me ajude a subir com eles — Cristina não esperou resposta, encaminhou-se para a escada e Frederico a seguiu.

Agora que os filhos  haviam aprendido a andar...
Andar? Não!
A correr!
Era mais difícil controlar seus pequenos; e a hora de banhar para dormir era a mais difícil. Ficava esgotada mas jamais reclamava. Ser mãe foi o melhor presente que recebeu em toda sua vida. Amava-os com todo o coração, daria a vida por eles.

E quase deu quando Estela juntamente com Débora roubaram os gêmeos quando apenas completaram dois meses que vieram ao mundo. Foi o pior momento que viveu mas graças ao seu marido-herói tudo se resolveu.

Sorriu, enquanto subia às escadas, ao lembrar da surpresa que tiveram quando Angelo Luís anunciou que teriam duas crianças ao invés de uma.
Não quis saber o sexo antes, queria uma surpresa.
E baita surpresa tiveram...
Gêmeos!!
É, Fred Jr era bom de pontaria.

Bem que todos achavam sua barriga maior que o normal, mas como as pessoas brincavam dizendo que seria um macho à altura do pai, não passou por sua cabeça que seriam um lindo casalzinho.

Entrou no quarto dos filhos, ainda com Maria do Carmo no colo, e foi direto para o banheiro.
Há meses que não tinha um tempinho com o marido, seus encontros eram rápidos e logo interrompidos pelo choro  de algumas das crianças ou de ambas. Por isso, essa noite queria deixá-los dormindo. Consuelo havia se oferecido para ficar com os netos enquanto ela e o marido escapuliam para Olho D'água para uma noite a sós, sem bebês, sem choro, somentes eles.

Não estava se desfazendo deles, era agoniante para ela passar tanto tempo longe dos seus pequenos.

— É somente uma noite, Cristina — dissera Consuelo quando ela recusou de imediato a sugestão da mãe.

— Mas mamãe, não posso deixá-los. E se eles sentirem minha falta? — argumentara na tentativa de não ceder embora morresse de vontade de ficar com o marido na outra fazenda.

— Cristina, eles estão crescidinhos. Além do mais, eu sou a avó deles, saberei muito bem como cuidá-los. Esquece que  também sou mãe?

— Eu sei, mas acontece que...

— Entendo que esteja preocupada, meu amor. Mas você precisa cuidar de seu casamento também. Tem que cuidar de Frederico, seu marido...

— Ele comentou algo com a senhora? — perguntara mordendo os lábios com um aperto no coração enquanto esperava a resposta.

— Não! Frederico é muito paciente e te ama demais para sair reclamando por aí. Mas andei observando vocês, vi como sempre são atrapalhados pelos meus netos e eu posso ajudar ficando com eles enquanto vocês namoram um pouco.

— Tem razão, mamãe — concordara por fin. — Afinal é somente uma noite longe deles...

— Isso! Severiano adora os netos e me ajudará em tudo. Pode ir tranquila.

— Obrigada, mamãe — agradecera enquanto abraçava dona Consuelo.

— Mas se acontecer alguma coisa, não hesite em mandar um peão nos chamar. Não falarei nada para Frederico, será uma surpresa.

DOMANDO A FERAOnde histórias criam vida. Descubra agora