Capítulo 04

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Pov. Mitsuki

Abro os olhos lentamente, ouvindo uma canção. Olho para o lado e vejo minha irmã cantar uma música que minha mãe sempre canta quando uma de nós está machucada. A música que eu mais gosto.

Meroko:
Volta pra mim...
Volta pra mim...
Nas ondas eu te espero, sim!
Nenhuma magia fará esquecer,
Na canção das baleias, eu lembro, você...

Ela canta de olhos fechados. Respiro fundo, feliz por sentir o ar nos pulmões. Ela volta a repetir apenas o refrão da música.

Meroko:
Volta pra mim...
Volta pra mim...
Nas ondas eu te espero, sim...

Meroko e Mitsuki:
Nenhuma magia fará esquecer!
Na canção das baleias, eu lembro você... — minha irmã, ao perceber que não canta sozinha, abre os olhos e me vê, abrindo um sorriso caloroso.

Meroko: Sua sem-vergonha! Tu quase me mata do coração!

Mitsuki: Foi sem intenção, louca! — digo, enquanto me sento na cama.

Meroko: Tá, eu vou fingir que acredito.

Mitsuki: Me conta as novidades, mana!

Meroko: Bem... Você passou um dia inteiro dormindo, o Kanda fez os objetivos certinhos, ele também veio te visitar sempre que dava e...

Mitsuki: Pera! O Kanda veio me ver? — digo, já criando inúmeras ilusões para mim mesma. Eu sou uma iludida!

Meroko: Sim. Quando deu o horário de almoço, ele veio até aqui e passo uma hora inteira aqui, do seu lado.

Eu coro violentamente, enquanto tento controlar meu coração. Mordo o lábio inferior e seguro uma risa tímida. Ver a cara limpa da minha irmã de estamos falando de filme é de matar! Ainda mais com esse assunto!

Meroko: Eh, maninha... Tá ruim, heim? Precisa melhorar ainda mais seu controle sobre seus sentimentos! Como quer se tornar uma estrela?

Mitsuki: E eu sei lá? — começamos a rir juntas. — Você não fez mais nenhuma merda não, né?

Meroko: Err... Acho que não. Pera! É. Não. — ela diz e voltamos a rir.

Ela para de rir e me encara, para logo depois olhar para o lado, esperando que alguém aparecesse. Sim, ela tem ótimos reflexos e audição aguçada.

Meroko: Bem, mana... Eu já vou indo! Até mais!

Mitsuki: Err... Tchau, maninha. — ela sai e eu encaro o teto.

Fecho os olhos por longos segundos e, quando resolvo abri-los, vejo um par de olhos azuis-escuros na minha frente. Se eu não estivesse deitada, com certeza teria caído.

Mitsuki: Meu Deus, Kanda! Que susto! — colocando a mão no coração, tentando controlá-lo.

Kanda: Desculpe. Não foi minha intenção. Já está melhor?

Mitsuki: Claro.

Kanda: E... Desde quando você fala de mim? — ele fala, hesitante.

Abro a boca pra responder. Porém, fecho ela pra pensar em algo. Como ele sabe que eu falo dele? Será que... Não, eu sei que sou sonâmbula, porém não ao ponto de falar uma merda dessa. Mas, do jeito que sou... Acho que devo ter falado algo do tipo.

Mitsuki: Quem te falou isso?

Kanda: Bem... Ontem, quando te trouxe, sua irmã comentou algo assim. Foi tão passageiro que custei acreditar que era verdade. Mas, pela sua expressão, isso deve ser verdade. — eu coro em centenas de tonalidades de vermelho.

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