2.190 horas antes.
Ser chamada de vadia não era nada legal, ainda mais quando é na frente da escola inteira e Liza Evans sabia disso agora. A patricinha do Colégio que fazia um boquete se apenas ouvisse que o cabelo estava bonito, foi assim que Hanna encontrou Wes, com as calças arriadas e Liza o chupando feito um picolé.
O diretor andava de um lado para o outro, balançando a cabeça depois de encarar os quatro na sua frente com completo desgosto.
– Eu chamei os pais de vocês. – ele disse. – Vocês estão no último ano, deviam parar de brigar feito crianças. – saiu como uma súplica.
– É só o senhor pedir pra ela – Hanna apontou para Liza que estava de braços cruzados e com olhar de tédio. – Parar de ocupar a boca com o pênis do meu namorado! – Hanna gritou fazendo o diretor ficar boquiaberto. Wes sorria, o típico idiota que adorava ter duas garotas brigando por ele. E eu? Eu não sabia o que eu estava fazendo ali. – O que diretor? Ela deveria usar uma mordaça!
Agora Liza sabia como era mexer com Hanna Cruz.
Eu andava pelo estacionamento com uma advertência em mãos e ouvindo o quanto eu era imatura e diferente do meu irmão.
– Chega Caitlin! – meu pai gritou batendo forte a porta do carro. Minha mãe olhava para o lado se dizer nada, era sempre assim nos últimos meses, meu pai gritava e ela ouvia. – Você vai parar de andar com Hanna, essa garota não passa de uma vadia!
– Você já pensou que a sua filha também é uma vadia pai? – ele simplesmente se calou me encarando pelo retrovisor.
Eu não era o Chris e nunca seria. As tentativas incessantes deles de me tornar uma garotinha patética e me formar em direito como Chris queria, todas as brigas e idas a escola ou até mesmo em um terapeuta que, segundo os últimos três, eu estava passando pelo trauma da perda. Nada disso adiantava.
Desci do carro com ele ainda ligado, minha mãe vinha logo atrás pedindo para que eu esperasse, era hora de mais uma merda de conversa. A bolsa escorregou pelo balcão e caiu no chão fazendo os chaveiros tiilindar, meu pai logo atrás me segurou pelo pulso.
– Nem pense em fugir, nós temos que conversar. – disse com a voz grossa. Meu pulso já estava vermelho onde seus dedos apertavam. – Isso já está fora de controle, você está fora de controle!
– Por Deus pai, já chega! – puxei meu braço dando dois passos para traz braços pela força que fiz. – Eu não quero saber dos seus sermões.
– Eu sei Caitlin que não foi fácil perder seu irmão, mas você está se afundando!
– Nem tudo gira em torno do Chris pai! – gritei vendo minha mãe se aproximar ainda calada, afinal, o que ela iria dizer que já não tenha dito outras milhares de vezes? – Eu não sou o seu filho queridinho!
– Chega de Hanna, chega de Wes. Chega! – sua mão chocou contra o mármore. – Você vai entrar na linha seja por bem ou por mal!
– Ótimo. – debochei abrindo a geladeira, mas a mão de minha mãe a fechou de volta. – Tem alguma coisa pra dizer senhora Blake? – sua boca abriu, mas fechou novamente. Como eu pensei.
Aquilo não era uma família, só eram três pessoas cheias de magoas. Depois de Chris tudo que sobrou foram paredes repletas de remorso e culpa. Meu pai ficava fora até tarde com a desculpa de estar trabalhando quando, na verdade, ele estava em algum lugar enchendo a cara e minha mãe recebendo visitas do vizinho todas as quintas. Ninguém conseguia se olhar ou dizer ao menos uma palavra que não era carregada de ódio.
![](https://img.wattpad.com/cover/140729242-288-k82058.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Injeção Letal.
FanfictionNos Estados Unidos, 34 de 50 estados são a favor da pena de morte. Caitlin Blake é condenada por ser acusada de matar três pessoas: Hanna Cruz, sua melhor amiga, George Martin e Wes Montês, o filho do renomado primeiro ministro e também acusada de t...