A culpa de um pecador.

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  Era tão... Bom. Sentir a brisa batendo no meu rosto toda vez que as ondas quebravam e a água alcançava meus pés, os primeiros indícios de que o sol estava pronto para mostrar toda a sua grandeza.  Joguei a cabeça para trás e era como se eu estivesse flutuando, duas mãos me envolveram em um aperto forte, os traços negros na pele dando formas em vários desenhos que eu ainda não tinha parado para analisar.

– No que você está pensando? – sua voz estava baixa, mas era o suficiente para fazer meu corpo se arrepiar. – Pensando em mim?

– Talvez. – virei um pouco o rosto, seu cabelo voando levemente. – Esse lugar é tão lindo.

– Podemos ficar aqui para sempre. – ele sorriu, tão majestoso que qualquer um cairia de joelhos. – Aqui, onde podemos ser nós. É perfeito, não é?

– Mas Justin... Você tem que ir. – ele segurou meu rosto, as pontas dedos gelados. – Esqueceu?

– Mas logo eu estarei com você. – seu rosto tomou um tom laranja, a água avançou e molhou minhas coxas. – E a manterei sã e salva.

– Eu não quero ficar sozinha. – me encolhi em seus braços, sua mão deslizando pelo meu ombro. – Eu tenho medo.

– Agora está uma loucura. – ele disse. – Eu não sei parar ou ir mais devagar. - senti um vazio no peito, ele me fitou entendendo meus pensamentos sombrios. - Sei que precisamos discutir alguns assuntos, mas eu não posso ficar.

– Como o fato de eu ter dito que te amo? – levantei o olhar e ele anuiu. A água ficando quente pelo sol que a esquentava. – Ou com o fato de você ter que ir embora toda vez?

– Porque você não me deixa te abraçar mais um pouco? – ele me apertou antes de me girar e deitar sobre o meu corpo na areia molhada. – Te beijar mais um pouco? Quero me lembrar disso para sempre. E vai chegar um momento que você nunca mais se sentirá sozinha.

– Para você se lembrar de mim, pegue um pedaço do meu coração e o torne só seu. – ele balançou a cabeça sorrindo. – E você também nunca se sentirá sozinho.

– Eu sempre vou estar com você, Caitlin.. – seu nariz deslizou pelo meu, os dedos se entrelaçando nos fios do meu cabelo e os grãos de areia. – Mas eu preciso terminar isso. É meu trabalho. Um dever.  Mas - ele sorriu gentilmente, os dentes a mostra dando o toque de perperfeição em seu rosto. -  Quando dormir está noite lembre-se que estamos sob as mesmas estrelas.

– Um dia você vai voltar? – segurei seu rosto, sussurrando. – Mesmo que não possa ficar, virá aqui me ver?

– Eu sempre vou estar aqui. – seu dedo deslizou até meu peito. – Onde sempre nós existiremos, onde nenhum mal pode alcançar. Você nunca estará sozinha.

        Seus braços passaram pela curva das minhas costas, aproximando-me mais do seu corpo quente e me embalando com seus lábios que me afogavam em um eterno êxtase. O toque queimava mais do que sol, que agora já invadia o céu, era como uma promessa de eternidade, a cada beijo ele me mostrava mais de cinquenta tons de desejo.

Injeção Letal.Onde histórias criam vida. Descubra agora