A cabana.

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         Unidade Polunsky – Prisão de segurança Máxima: West Livingston – Texas.

– Droga! – lancei o cinzeiro contra a parede ouvindo o choque ao bater no chão no chão.

Passei a mão no cabelo soltando o ar impaciente, eu relia aqueles papeis pela milésima vez. O que estava acontecendo comigo? Quando os lia eu tinha a completa certeza da culpa, mas quando eu a olhava eu só via... Inocência. Mas por quê? Porque eu via inocência em alguém que tinha tudo para estar onde está, na prisão?

Apertei as folhas nas mãos amassando-as em forma de bola lançando ao chão.De alguma forma aquilo me deixava frustrado.

– Problemas no paraíso? – disse quando a bola de papel esbarrou na porta que ele tinha acabado de abrir. Chaz me encarou e entrou na sala. – O que foi?

– Caitlin Blake, isso que aconteceu. – disse entredentes. – Tome, leve isso e veja se serve para comparar com o sangue encontrado no carro. – entreguei o saco transparente com o tijolo que Cailin tinha usado no dia anterior. Aquela cela ainda rondava meus pensamentos.

– Por favor, diga que você não bateu nela com isso. – ele ergueu o saco analisando-o com um certo nojo no olhar.

– Eu não sou maluco Chaz! – disse nervoso. – Ontem ela usou isso pra tentar tirar a tatuagem da nuca. – ele cruzou o cenho sem entender. – Isso mesmo, Caitlin tentou lixar o pescoço para arrancar a tatuagem.

Escondi o rosto nas mãos sentindo o cansaço no meu corpo por não ter dormido direito.

– E porque você esta desse jeito? – sentou-se.

– E se ela for inocente, Chaz? – ele comprimiu os lábios e eu vi o quão idiota aquilo soava da minha boca. – E se a história dela for verdade e eu estiver mandado uma pessoa inocente para a pena de morte?

– Há uma semana você coleta provas contra essa garota, Justin. – disse. - Provas que a condenam, você não pode se culpar por isso.

– Exatamente. Provas contra ela. Só ela. Como que em uma investigação de seis meses o nome dela só aparece agora? – Por Deus! Cale a boca! gritou meu inconsciente. Soltei o ar pesado. – O que está acontecendo comigo?

– Vou fazer uma pergunta e eu quero a verdade. – ele se ajeitou na cadeira e eu o encarei. – Você, Justin Bieber, o cara que eu conheci na faculdade, e não o promotor ou o diretor de um presidio, você Justin tem a completa certeza de que essa garota é capaz de matar? Matar três pessoas?

– Eu não sei. – admiti frustrado. – Quando eu leio esses papeis eu a condeno de todas as maneiras. Mas quando eu a olho  não consigo enxergar a mesma culpa.

– Merda... – sussurrou.

– Eu sei.

  Encostei-me na cadeira e Chaz fez o mesmo passando a mão pelo queixo  me encarando. Depois de ontem eu sentia um frio no estômago que não saia, eu só podia ouvi-la dizer “Você vai conseguir viver com a culpa de ter matado alguém inocente?”  

Injeção Letal.Onde histórias criam vida. Descubra agora