Me ouça agora.

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    POV Caitlin Blake.

   A porta bateu contra a parede e eu recuei até que minhas costas batessem contra algo duro, eu estava com medo daquilo ser mais uma alucinação como vinha acontecendo desde o tribunal. Eu já não sabia quanto tempo estava ali, se era dia ou noite, se estava chovendo ou sol, frio ou calor porque meu corpo estava anestesiado.

       Os passos ficaram mais próximos e um pouco de claridade entrava mesmo que eu estivesse apertando os olhos me negando ver quem estaria ali daquela vez. Wes? Hanna? O tal George Martin com uma faca? Chris? Eu tinha medo do que eles falariam agora, se me xingariam por não ter confessado, se sentariam do meu lado e ficariam em silêncio, eu tinha medo, disso eu tinha certeza.

– Sai, sai! – gritei tentando fazer com que se afastasse. – Por favor, me deixe em paz! Por Deus me deixe em paz!

– Caitlin, para! – senti os dedos em volta do meu braço, pressionando a carne e deixando o calor entrar. – Sou eu, olhe pra mim.

– Não! Eu não quero olhar pra você. – eu mantinha os olhos fechados, tinha medo do que eu iria encontrar. – Você está sozinha, você está sozinha, você está sozinha!

     Eu precisava acordar, me livrar de mais um pesadelo e a dor me faria acordar. Em movimentos consecutivos minha cabeça bateu forte contra a parede grossa revestida com chapas de aço, eu acordaria e veria tudo aquilo vazio.

– Por Deus, abra os olhos! – ele gritou e agora eu sabia com quem eu estava alucinando. – Abra os olhos!

– Não! Você não está aqui! – com um impulso segurei mais forte seu braço e o empurrei, eu fugiria dali, dos meus pesadelos. – Você não está aqui Justin! Não está!

– Sim. Estou. – sua voz era firme, mas eu não acreditava mais naquilo. O cérebro é capaz de te enganar. – É só abrir os olhos e ver que eu sou real.

– Assim como todos os outros! Hanna, Wes, meus pais! – abracei meus joelhos e um silêncio apavorante tomou conta. Talvez tivesse ido embora, mas eu não queria abrir os olhos pra checar.

– Caitlin. – não, ele não tinha ido embora. Eu precisava da dor para acordar. – Caitlin! – ele gritou e todo o meu corpo se arrepiou, minha cabeça batendo contra a parede tão forte que o barulho ecoava. – Eu estou falando com você! Abra os olhos! – Então seus dedos rodearam o meu braço e agora realmente sentia o calor atravessar a minha pele. Deus, pare de me castigar!  Tudo ficando cada vez mais forte, minha cabeça latejando pela pancada. – Não estou de brincadeiras, abra os olhos agora!

   Meu corpo foi levantado do chão e lançado para frente e para trás feito uma marionete. Sentia meus dentes baterem uns contra os outros e minha cabeça chacoalhar. Abri os olhos rapidamente esperando que aquilo desaparecesse, mas tudo que eu via eram dois olhos castanhos me encarando extremamente confusos.

– J-Justin? – gaguejei. – É você? De verdade?

– Claro que sou eu, pensou que era quem? – ele ainda me segurava perto do seu rosto e eu nunca tinha agradecido tanto por aquilo ser real.

Injeção Letal.Onde histórias criam vida. Descubra agora