Eu sou.

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68 horas antes. 

As mãos cruzadas, os lábios alinhados sem nenhum resquício de que uma palavra sairia por eles, o olhar investigativo e profundamente instigante. A mulher sentada na minha frente me encarava sem dar nenhuma pista do que estava pensando, como se esperasse que eu implorasse por respostas que, a proposito, eu precisava urgentemente.

– Porque Vivian chamou você? – disse, curvando um pouco as costas. – Chega de jogos.

– Chega de jogos? – sua língua deslizou devagar pelos lábios. – E que tipo de jogo seria esse? – ela ficou em silencio esperando que eu respondesse, mas desistiu quando dei de ombros. – Você precisa de ajuda, por isso estou aqui.

– Você pode me livrar da morte? – foi como se as palavras tivessem corrido para fora da minha boca sem permissão.

– Se é isso que você quer. –delicadamente ela cruzou as pernas, tudo que eu pude pensar era na elegância que ela conseguia ter dentro de uma prisão.

– Chega de enrolação senhorita. – ela sorriu de canto, debochada. – Diga a verdade, os motivos pelos quais você está aqui, os motivos que te faz oferecer ajuda e então nós vamos conversar.

– A verdade? Muito bem. – sua cabeça balançou de um lado para o outro. – Justin Bieber acabou de ser suspenso da promotoria e terá uma investigação aberta contra ele sendo acusado de ser seu cumplice e você, Caitlin Blake, terá sua sentença comprida em, no máximo, três dias. Você estará morta. Então acho melhor parar de ter essa atitude de quem tem tudo sobre controle porque você não tem, e comece a dar valor na mulher que está sentada a sua frente. E agora, está disposta a conversar? – o ar entalado na garganta.  Fiz um sim com a cabeça.  – Ótimo.

POV Justin Bieber.

      Por algum motivo eu conseguia sentir esperança. Esperança por Caitlin. Paz pela minha alma, embora eu tivesse poucas horas para livra-la da morte.  Todos os dias em que eu ousei em pensar naquela garota de outra maneira a não ser uma presidiaria eu me condenava mil vezes, era como enfiar uma lamina entre os meus dedos e arranca-los, porque isso era como arrancar a justiça que vivia dentro de mim.

      Pelos céus, Deus sabe que eu não sou o melhor homem desse mundo, mas ser promotor era a única coisa certa que eu sabia fazer, que eu sei ser! E duvidar disso era terrível, querer alguém que cuspia e pisoteava sobre a moral e a honra me sufocava. Mas... Caitlin era inocente e isso me deixava... Como? Eu deveria me sentir mais culpado por uma garota inocente poder morrer!

    Chacoalhei a cabeça sentindo o vento que entrava com toda a sua força pela janela aberta do carro. Eu já podia ver o presidio  a minha frente, em poucos minutos eu poderia olhar pra ela sem ter nenhuma duvida em mente e, talvez, com alguma esperança de um futuro para... nós.

No meu bolso o celular começou a vibrar, o segurei e era Chaz.

– Pode falar. - eu disse.

– Justin, onde você está? – ele disse um pouco rápido demais.

Injeção Letal.Onde histórias criam vida. Descubra agora