O que eu faço agora?

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FELIZ DIA DAS MULHERES

CAPÍTULO 4

TYLER FONTAYNE

- Já decidiu o que vai fazer com aquela garota? - Vera pode ser a melhor mãe do mundo, mas em algumas questões ela deixa a desejar.

- Mãe, agora não!

- Não me olhe com essa cara, sabe muito bem o que penso de tudo isso.

- O nome dela é Diana e não me venha com essas suas ideias baratas de que um homem não deve viver sobre o mesmo teto que uma mulher se não forem casados, sabe muito bem que tenho um grande apreço por ela. Aliás não a salvei para depois de quase dois meses desacordada, a jogar na cova dos leões. Sem falar que não moro mais com a senhora, tenho meu próprio dinheiro e idade suficiente para fazer minhas próprias escolhas.

- Querido, como posso dizer isso sem ofender a ninguém? Você vêm de uma família nobre, digamos que é de sangue azul, é rico, bonito, dono de um hospital e agora chefe de todo o setor financeiro, teve estudo e sabe falar várias línguas, um ótimo partido e filho. Então me responda uma coisa... O que vão pensar quando descobrirem que você abriga em sua casa uma mulher negra, vítima de um homem maluco e grávida de um homem que ela nem sabe quem é? Você acha que vale realmente a pena levantar questões apenas para continuar bancando o Senhor Salvador das Causas Perdidas?

- Eu acho que vale muito mais que isso, aquela garota está sob os meus cuidados agora, e vou deixar bem claro pra senhora e pra qualquer outra pessoa, QUE NADA E NEM NINGUÉM VAI ME FAZER MUDAR DE IDEIA. Agora por favor, faça a gentileza de sair da minha sala e me deixar sozinho, tenho muitas pendências a serem resolvidas e sua presença com assuntos tolos, me atrapalha. - Abro um sorriso beirando ao irônico antes de ver minha mãe se levantar com graça da cadeira e sair pela mesma porta por onde entrou. E quando acho que vou poder descansar e pensar com mais clareza sobre o curioso caso de Diana nunca falar quando estou perto, Rebeca entra em minha sala, logo fazendo perguntas que sinceramente eu não queria responder.

- Agora que ela acordou, acredito que podemos finalmente marcar nosso encontro, não? - Rebeca está a dias me enchendo sobre esse assunto, não que eu não a queira, apenas não tenho cabeça para pensar em encontros, sexo, beijo ou qualquer coisa que não envolva contar para Diana sobre...

- Ei, Terra chamando Tyler, câmbio. - Lhe dou um sorriso forçado e me desvencilio de seu quase abraço.

- Olha, ultimamente eu tenho andado preocupado, ocupado e cansado. Então me desculpe, tudo o que menos desejo agora é uma noite romântica, compreende?

- Hum, tudo bem! Acho que hoje vai ser mais uma daquelas noites solitárias em que irei beber sozinha e conversar com as paredes. - Apesar de sorrir, sinto que não está feliz com toda essa situação. Na verdade Rebeca me mostrou que é solitária a um nível impressionante, achei que a mesma tinha muitos amigos que seria uma mulher rodeada de pessoas que a levam sempre pra um barzinho no final do expediente, mas após algumas boas conversas eu vi que as aparências enganam.

- Prometo que quando Diana ter alta e eu conversar com ela sobre... aquele assunto, teremos a noite que você merece, sim? Então será que você pode esperar só mais um pouquinho, por nós?

Suas bochechas ganham um tom mais avermelhado que o normal e eu entendo isso como um sim, lhe dou um beijo na testa e saio as pressas para ver a minha luz. E mesmo ela não falando comigo, me sinto em paz com sua presença, me sinto realizado quando estou perto dela e essas sensações não tem preço algum, muito menos palavras que as expliquem com clareza.

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