Cuidar e Proteger

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Capítulo: 58

Tyler Fontayne

Ver Diana mais uma vez deitada no leito de um hospital me cortou o coração. A ver tão debilitada psicologicamente me levou a lembranças do passado.

Lembrança de quando confrontei minha mãe por a mesma não aceitar minha decisão de abrigar Diana, mesmo não a conhecendo direito.

- Já decidiu o que vai fazer com aquela garota? - Vera pode ser a melhor mãe do mundo, mas em algumas questões ela deixa a desejar.

- Mãe, agora não!

- Não me olhe com essa cara, sabe muito bem o que penso de tudo isso.

- O nome dela é Diana e não me venha com essas suas ideias baratas de que um homem não deve viver sob o mesmo teto que uma mulher se não forem casados, sabe muito bem que tenho um grande apreço por ela. Aliás não a salvei para depois de quase dois meses desacordada, a jogar na cova dos leões. Sem falar que não moro mais com a senhora, tenho meu próprio dinheiro e idade suficiente para fazer minhas próprias escolhas.

- Querido, como posso dizer isso sem ofender a ninguém? Você vêm de uma família nobre, digamos que é de sangue azul, é rico, bonito, dono de um hospital e agora chefe de todo o setor financeiro, teve estudo e sabe falar várias línguas, um ótimo partido e filho. Então me responda uma coisa... O que vão pensar quando descobrirem que você abriga em sua casa uma mulher negra, vítima de um estupro e grávida de um homem que ela nem sabe quem é? Você acha que vale realmente a pena levantar questões apenas para continuar bancando o Senhor Salvador das Causas Perdidas?

- Eu acho que vale muito mais que isso, aquela garota está sob os meus cuidados agora, e vou deixar bem claro pra senhora e pra qualquer outra pessoa, QUE NADA E NEM NINGUÉM VAI ME FAZER MUDAR DE IDEIA. Agora por favor, faça a gentileza de sair da minha sala e me deixar sozinho, têm muitas pendências a serem resolvidas e sua presença com assuntos tolos, me atrapalha. - Abro um sorriso beirando ao irônico antes de ver minha mãe se levantar com graça da cadeira e sair pela mesma porta por onde entrou.

Volto à mim com minha mulher me chamando.

- Tyler!? - Diana abre seus lindos olhos castanhos e me fita confusa, quase como se não estivesse realmente me vendo.

Meu coração se aperta um pouquinho mais no peito e me aproximo da sua cama tentando lidar com mais lembranças que rondam minha mente.

- Estou aqui meu amor, estou aqui! - Passo a mão por seus fios encaracolados e beijo sua testa.

Pego sua mão quando vejo de seus olhos escorrerem grossas gotas de lágrimas. Beijo cada uma delas e sussurro palavras de acalentamento em seu ouvido.

- Ele voltou. - Ao pronunciar essas duas palavras engulo em seco, louco pra discordar e dizer que foi só um pesadelo ruim, mas infelizmente não posso.

Não posso fingir que aquele maldito não voltou, e pior, não posso fingir que ele não está decidido a ter minhas mulheres de volta.

- Eu sei meu amor, eu sei... - Mesmo isto sendo claramente contra as regras, me ajeito ao seu lado na pequena cama do hospital. Apenas quero fazer com que sinta protegida, segura! - Não se preocupe, vou fazer o impossível para manter esse desgraçado longe da nossa família, eu prometo.

Nos ajeitamos na cama e ficamos abraçados até eu sentir sua respiração tranquila.

[...]

Ao me dar pro satisfeito com o sono pacífico de Diana, calmamente me levanto. E antes de me retirar do quarto passo a mão pelos seus belos cachos e beijo levemente seus lábios. Quando saio, a primeira coisa que faço é ir atrás da minha filha, que a está hora provavelmente deve estar com Rebeca. Queria muito que mamãe e Dorotéia estivessem aqui, elas saberiam como me ajudar com Diana e nossa filha, o problema é que ambas resolveram viajar ao mesmo tempo. Uma com o namorado para Paris, e a outra à fim de visitar a família. Enquanto rumava atrás da ruiva com a minha garotinha, lembranças de hoje de manhã com minha mulher, uma manhã quente e muito gostosa, voltavam em minha mente.

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