CAPÍTULO 3
TYLER FONTAYNE
— Você deve gostar muito dessa moça, não? — A bela mulher de olhos castanhos me encara com um sorriso radiante no rosto.
— Você está falando sobre...?
— A mulher do quarto 306 que ainda não acordou.
Ainda a garota misteriosa não acordou e para o meu total desespero ninguém sabe dizer quem ela é e pelo visto duvidamos muito que a garota tenha familiares, ainda ninguém se manifestou a sua procura e pra ajudar um pouco mais, ela não acorda. A colocaram no coma e os médicos dizem que o corpo está reagindo dessa forma para que possa se recuperar. Sendo assim tudo que posso fazer é esperar. Tanto é que Deus só pode ter tocado no coração de pedra de minha mãe, porque a grande e poderosa Vera Fontayne até disse que pode esperar mais alguns dias para me passar definitavemente o cargo chefe do hospital.
— Eu não a conheço, nem sei nada a seu respeito que não seja as coisas que o médico disse, mas posso dizer que criei fortes sentimentos por ela.
— Acho que todos temos, aliás os enfermeiros daqui fazem fila para auxiliar em seu tratamento.
— Não sabia disso!
— Agora você sabe. Espero que isso não te incomode, é que ela por ser muito bonita chama atenção, digamos que é inevitável.
Acho que já sei qual e o jogo dessa mulher e se ela esta interessada em saber quais são os fortes laços que criei com a garota, vou deixar bem claro.
— Acho que seria mais fácil perguntar sem rodeios se sou apaixonada por ela, não acha, Doutora? — Vejo suas maçãs do rosto ruborizar e sorrio largamente por ter acertado em cheio.
— Me desculpe, devo estar sendo patética. — Ela esfrega os dedos na testa, com um sorriso sem graça brincando sobre seus lábios pintados de um tipo de rosa.
— Que falta de educação a minha, por que a senhora não se senta? Assim podemos conversar melhor e dessa vez sem rodeios, o que acha?
— Acho uma ótima ideia. — Quando ela se acomoda em minha frente sorrio mais uma vez e chamo uma das atendentes do pequeno café para nos atender. — Senhorita.
Ela repete constrangida e eu a encaro confuso.
— Eu não sou tão velha para o senhor usar o termo senhora, muito menos comprometida. — Acho que o rubor de suas bochechas é uma forte característica sua.
— Claro me desculpe, a propósito pode me chamar de Tyler, Doutora..
— Rebeca. — Ela se apressa em dizer, mas logo em seguida acrescenta, mais uma vez vermelha. — Pode me chamar de Beca se preferir.
Assim que a atendente pega nossos pedidos, engajamos em uma conversa satisfatória, onde Rebeca me conta sobre sua profissão como obstetra e em como as pessoas a confundem com ginecologista.
[...]
UM MÊS DEPOIS...
Abro meus olhos lentamente e sinto minha garganta seca, não sei onde estou e nem porque têm tantos aparelhos ligados ao meu corpo, que se encontra nu, coberto apenas por um fino lençol. Olho para o lado com cuidado com medo de desconectar algum desses aparelhos estranhos e me deparo com algo parecido com uma TV. Nele aparece alguns traços e números. Respiro fundo e sinto todo o meu corpo dolorido, como naquelas vezes em que eu acordava tarde em casa e quando me levantava parecia estar pesando toneladas. Sorrio ao lembrar do meu pequeno casulo e mais uma vez me pergunto o que estou fazendo aqui, será que estou doente? Eu não consigo me lembrar de muitas coisas, será que estou sozinha? Por que não aparece ninguém pra me ajudar? Onde estou afinal? O pânico vai aos poucos tomando conta do meu corpo junto das dores, fazendo com que uma súbita vontade de arrancar esses aparelhos me invada e quando vou puxar alguns deles da minha pele um homem aparece e corre até mim. A primeira coisa que me chama atenção em seu rosto, são seus olhos, não sei descrevê-los com precisão, mas parecem amarelos, não, eu acho que são verdes... ou castanho? Ele esta dizendo alguma coisa, mas não consigo prestar atenção e quando ele levanta uma das mãos, algo em mim fica em alerta e me encolho com medo. Vendo minha reação ele me olha triste e me pede pra ficar calma, diz que vai chamar os médicos e que eu não devo me movimentar. Então eu estou em um hospital? Mas pra que todos esses fios? Eu não estou doente, estou? Bem, eu não me lembro de muitas coisas e, tenho muitas perguntas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sob meus Cuidados
RomanceA HISTÓRIA VAI TRATAR DE DOENÇAS PSICOLÓGICAS, ABUSO SEXUAL E DE SUPERAÇÃO. O tempo nesse livro é a chave de tudo. *PLÁGIO É CRIME* "A vida inteira esperei uma resposta É engraçado como tudo aconteceu Quando parei de esperar Minhas escolhas me troux...