Papinha verde

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CAPÍTULO: 49

TYLER FONTAYNE

Quando a medida restritiva contra  Katherine, foi aceita pelo juiz, eu enfim pude descansar e permitir que Diana desfrutasse de seus direitos de ir e vir pra onde quisesse sem ter que me preocupar com algum tipo de situação indesejada que àquela vibora pudesse  provocar a minha mulher. Como não queria segredos entre mim e Diana decidi contar a verdade. No começo ela parecia ter entendido e até concordado, mas tudo relacionado a Diana é mais complicado.

Cheguei em casa cansado, havia tido um dia exaustivo e só queria minha cama e um bom banho. Quando entrei na cozinha Diana estava tentando a todo custo fazer com que a pequena e teimosa Charlotte aceitasse comer sua papinha verde. Aquilo mais parecia uma gosma do quê algo que se deve dar a uma pobre bebê, por um lado entendia perfeitamente minha filha.

— Boa noite meu amor, — beijo seus lábios e logo em seguida me viro para Charlotte que em sua língua de bebê protesta pedindo atenção —  boa noite minha sunshine.

Diana sorri com o apelido e eu beijo os ralos cabelos da nossa pequena.

— Dia exaustivo? — Minha mulher pergunta e eu me jogo ao seu lado, sentando em uma cadeira e tentando relaxar meu corpo.

— Bota exaustivo nisso, mas nada que uma massagem sua não resolva. —  Diana ri e se aproveita do descuido de Charlotte para enfiar uma colher lotada em sua boca.

— Preciso conversar contigo sobre algo, querida!

— Conte-me o que fez agora. —  Respiro fundo e peço aos céus para que Diana entenda minhas decisões.

— Arrumei uma forma de manter Katherine bem longe de vocês duas. —  Diana para com a colher no meio do caminho e nossa filha bate nela com tudo fazendo com que a maldita papinha voe pra todo lado, inclusive meus olhos e minha boca. Eca.

—  Charlotte, isso foi muito feio!

— Bah, bah, bah...

Minha garota se levanta e volta com um guardanapo em mãos, para em minha frente e com todo cuidado começa a limpar a sujeira em meu rosto.

— E qual foi?

— Uma medida restritiva, tudo dentro da lei e aprovado pelo juiz.

— Certo, mas e se ela chegar a se aproximar de mim, o que acontece? — Seu receio era palpável.

— Ela não vai ser presa como geralmente ocorre, na verdade... ela será posta na mesma clínica psiquiátrica que o filho, com direito a tratamento psicológico e tudo.

— O que vocês falaram para que ela fosse posta em um manicômio, ao invés de uma prisão?

— Meu amor, entre uma cadeia e uma CLÍNICA PSIQUIÁTRICA... eu preferiria ficar com os loucos.

Tudo bem Tyler, mas essa é a sua opinião e não a dela, você não pode alegar que ela é louca e fazer isso.

E quem disse que eu aleguei que ela era louca? Diana torce o nariz e eu faço a minha melhor cara de ingênuo. Eu conversei pessoalmente com o juiz, ele é um velho conhecido meu e contei tudo pra ele. Então, não fui eu que decidi colocar ela lá.

Sei!

Diana, vai realmente ficar chateada comigo por tentar proteger você e Charlotte?

Não.

Jura? Porque não é o que parece.

Eu sei o que parece e sabe de uma coisa? Eu acho que você se precipitou na sua decisão, Katherine só queria me convencer a ver pelo menos mais uma vez o filho dela, ouvir o que ele tinha pra dizer e me ajudar a entender os malditos motivos dele.

Meu Deus Diana, como consegue ser tão ingênua? ÀQUELE HOMEM É DOENTE, ele sofre de transtorno de identidade, foi esse o motivo pelo qual ele te atacou e quase te matou. Essa doença faz com que qualquer pessoa perto dele esteja vulnerável, nunca se sabe qual vai ser a personalidade que ele vai usar na sua presença ou as intenções dela. Você visitar ele é um erro, é um risco desnecessário que eu não quero que você corra, e se pra isso eu tiver que cobrar alguns favores pra manter a mãe desse desgraçado longe de você, eu vou! Sinto muito se não aprova meus métodos, mas eu jurei pra mim mesmo naquele hospital quando te ajudei que eu iria cuidar de você e é isso que estou fazendo agora.

Depois que surtei com ela, Diana não disse nada, então eu simplesmente subi e fui tentar descansar. Mas só consegui mesmo quando minha garota entrou naquele maldito quarto e perguntou se poderíamos fazer as pazes.

[...]

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