Sob meus Cuidados

Contradições do Destino

CAPÍTULO 12

DIANA RAMOS

— Eu gosto dessa música! Sou apaixonada pelo clipe. — Tyler me encara com a boca cheia de pipoca e quando vai falar voa milho pra todos os lados. — Que nojo cara sabia que pegar intimidade com você seria um erro fatal. 

ED SHEERAN- THINKING OUT LOUD

— Não vejo nada demais nesse clipe. — Seus olhos com aquela cor diferenciada me olham como se esperasse uma atitude um pouco mais agressiva da minha parte. Agora Tyler deu pra me provocar, às vezes acho que ele sente prazer em me ver puta da vida.

— Fala sério, o jeito que ela dança com ele é maravilhoso. Queria saber dançar assim, na verdade queria ter ele na minha vida. 

— Primeiro você tem à mim, então para de se fantasiar com homens alheios,  Diana.— Se eu disser que essa frase foi levada pra outro sentido na minha mente eu estaria sendo uma vadia? — Segundo que se você quer dançar, a gente dança! 

Tyler arranca do meu colo delicadamente o notebook enquanto me olha diretamente nos olhos, sob os lábios sustenta um sorriso de molhar calcinhas que ele não deveria estar direcionando a mim, já até imagino o fuzuê que daria se Rebeca visse essa cena. Tyler finca suas grandes mãos em minha coxa e me puxa com brusquidão me fazendo gritar em surpresa. Meu braço rodeia seu pescoço enquanto minhas pernas apertam seu quadril, estou com muito medo de cair e ele estando em pé só piora a situação. Parece que a cada dia que passa esse homem cresce cada vez mais. Ele começa a girar pelo quarto me fazendo gritar, rir e sentir náusea, tudo ao mesmo tempo. 

— Somos ótimos dançarinos, você não acha, Dina? — O apelido é estranho, mas não me contendo de alegria eu concordo. 

— Acho que vou parar de girar, estou ficando tonto e isso é extremamente ridículo para um homem do meu tamanho. 

Quando Tyler para aos poucos ele fica cambaleante me fazendo se segurar mais forte nesse maluco, ao tropeçar em seu próprio sapato Tyler faz nós dois caírem com tudo na cama, ele por cima de mim e eu ainda agarrada a sua cintura e pescoço. Foi o tempo da gente cair para Rebeca abrir a porta em um supetão.

— Então, foi por isso que você não pode ir me ver hoje?

Tyler bufa e sai de cima de mim mantendo os olhos fixos em sua namorada. Eu sei o que a cena que ela viu pode significar, mas eu nunca, digo e repito EU NUNCA, transaria com Tyler com ele sendo comprometido, além de quê ele me vê como sua protegida, talvez irmã e eu o vejo como meu salvador, isso seria errado, e eu tenho ética, tenho bom senso, tenho discernimento do que transar com Tyler poderia gerar. 

— Rebeca não é o que você está pensando, então por favor sem escândalos.

A essa altura eu já estava em pé pensando e repensando se deveria abrir minha boca para explicar. Com medo de piorar a situação resolvo ficar calada mesmo. O olhar mortal que está sendo dirigido a mim é de arrepiar a alma.

— Agora eu entendo o porque de tantos cuidados com essa daí, aliás quem garante que esse filho não seja seu! E que essa história de memória perdida seja só uma válvula de escape que vocês encontraram para...

Antes que eu e Rebeca pudéssemos sequer pensar, Tyler se movimentou com rapidez pelo quarto até parar em sua frente. Bastou algumas palavras sussurradas no ouvido da médica para que ela se encolhesse toda a deixando ainda mais escondida, em questão de segundos Rebeca saiu correndo do quarto e um Tyler furioso se virou pra mim passando as mãos pelo rosto e cabelo nervosamente.

— Fique nesse maldito quarto e por favor não ligue para o que ela disse! Rebeca só pode estar com alguns parafusos a menos.

Mesmo com medo eu abri minha boca e deixo que as palavras rolem soltas por ela.