Saída do Hospital

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CAPÍTULO 6

                DIANA RAMOS

— Preparada Diana? 

NÃO! 

— Claro, prontíssima.

— Que bom, Tyler esta ansioso pra sua chegada e não para de me mandar mensagens perguntando se já estamos chegando. Ele é muito tonto, mas eu gosto dele. — Eu sei que sim, seus olhos denunciam seus sentimentos. 

— É, pelo que você fala, ele até que parece ser uma pessoa legal. Quer dizer, ele é um ser bastante iluminado não é mesmo? Não é qualquer um que faria o que ele está fazendo por mim, então... sou muito grata por ele ter me salvado. — Estou sem graça, elogiar as pessoas pelo visto nunca foi meu forte, ainda mais sabendo que a mulher na minha frente é apaixonada por ele. 

Rebeca sorri tão sem graça quanto eu, acho que ela já percebeu que eu não sou tão boa com as palavras e agradeço aos céus quando a mesma me estende uma caixa contendo provavelmente as peças de roupas que vou usar pra sair do hospital. Mesmo não sendo íntima e não me achando no direito de exigir as coisas, pedi que me trouxesse de preferência algo leve e confortável. 

— Se precisar de ajuda no banho estou aqui, então qualquer coisa é só chamar. — Sei que ela esta tentando ser prestativa e me ajudar, mas não me sinto confortável sabendo que outra pessoa irá ver meu corpo nu, até mesmo quando as enfermeiras vieram me dar banho eu fiquei extremamente retraída, envergonhada, por sorte elas eram pacientes e pareceram entender o meu lado. Só não gostei do olhar que elas me direcionaram, parecia ser de pena... e isso havia me deixado ainda mais desconfortavel, resumindo todas às vezes em que tomei banho com alguém me auxiliando sofri um bocado, só que não posso deixar de ser grata por todas as pessoas que me ajudaram nesse tempo em que fiquei no hospital. 

E claro pretendo agradecer cada uma delas, sei que pessoalmente vai ser um pouco difícil, mas pedirei ajuda de Evandro, ele é uma boa pessoa e dúvido que me negue esse favor. 

O vestido é branco, simples de tudo, assim como eu gosto. As alsas são finas, o tecido leve e fresco perfeito pra esse domingo de manhã, sua estampa são de cactos na saia longa, algo bem diferenciado e bonito, pelo menos pra mim e nos pés Rebeca separou um lindo par de sandálias de couro marrom, tão baixas quanto uma rasteirinha, algo confortável. Pra mim melhor que isso seria impossível. Evandro já deixou avisado que aqui aonde estamos faz bastante calor e que prender o cabelo me daria um ar melhor. Por isso faço um belo coque no topo da cabeça e prendo com um amaril preto que encontro dentro da caixa, pra completar o look um par de brincos artesanais grandes e delicados. Quando me olho no espelho, mesmo vendo que estou sem maquiagem, deixando alguns machucados ainda não cicatrizados a vista de quem quiser ver no rosto, me sinto bem, me sinto viva, alegre, bonita, me sinto diferente e em paz. Me sinto livre mesmo com a alma ainda presa em um passado esquecido. Então no meio de tudo isso que vejo algo se sobressai a tudo, mesmo pequena e sem forma, minha barriga clama pela minha atenção. 

Não sinto que vou ser mãe, na verdade não sei nem como funciona essas coisas, no entanto a curiosidade fala mais alto e aliso minha barriga ainda plana por cima do belo vestido, não sei se vai vir menina ou se vai vir menino, não lembro quem é o pai ou se planejei ter esse bebê, apenas sei que independente de tudo quero amar essa vida que cresce dentro de mim como eu sinto que um dia alguém me amou. Posso não me lembrar de tudo e do que lembro ainda parece um pouco confuso, mas algo dentro de mim grita que vou ser uma boa mãe.

Sob meus Cuidados Onde histórias criam vida. Descubra agora