Um beijo inesperado

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Ele me levou pra longe dali, mas não tão longe pois eu não conseguia me manter em pé por muito tempo, meu corpo todo parecia ter ganhado um novo peço e eu não sentia mais as minhas pernas. Nós paramos no passei da casa de alguém com um banquinho de madeira enganchado entre duas árvores, nos sentamos ali e ficamos encarando o vazio a nossa frente, ele não fez nenhuma pergunta sobre o que houve e nem precisou, eu acabei lhe dizendo tudo enquanto minha cabeça descansava em seu ombro.

-Ei, não se preocupe mais com isso okay? Eu aposto que ele não é tão culpado como aparenta ser, as garotas daqui são bem assanhadinhas quando se trata de homem, ainda mais alguém tão bonito quanto ele- ele riu- Aposto que uma delas se jogou pra cima dele enquanto ele tentava gentilmente dizer não a ela. Vai ficar tudo bem.

Eu concordei com a cabeça, talvez ele estivesse certo ou talvez não.

-Só prometa pra mim que não vai ficar pensando muito nisso.- ele ergueu o dedo mindinho e eu sorrir pra quele ato que eu conhecia tão bem.- Jura de mindinho?

-Juro de mindinho!- eu disse, mas tinha com a outra mão os dedos cruzados atrás das costas.

Depois de um tempo rindo das piadas que ele fazia sobre ele ser desajeitado com mulheres, inclusive as que choram- pra mim não parecia isso, ele soube muito bem o que fazer e eu seria eternamente grata a ele- quando resolvemos voltar pra casa, ele me levou até a porta de casa.

Eu odeio esse dilema de não sabe se devo ou não beijar quando chega esse momento.

Eu abaixei a cabeça e ele levantou meu queixo com o dedo. Sem excitar ele me perguntou com os olhos se podia e eu confirmei com a cabeça, então ele aproximou seu lábio do meu e me beijou com tamanha delicadeza e cuidado, e posso dizer que me sentir especial por ser beijada desse jeito.

Nos separamos depois do beijo e ele inclinou a cabeça sorrindo abobalhado para mim.

-Senhorita.- e beijou a minha mão- Tenha uma boa noite.

Soltei um risinho.

-Nos veremos logo. Isso é uma promessa, agora que sei onde mora- e piscou pra mim.

Sorrir e concordei com a cabeça enquanto o observa ir embora. Tão gentil e galanteador. Ele era um completo cavalheiro que sabia muito bem lhe dar com mulheres.

Entrei em casa, onde a festa já havia acabado e me deparei com o Austin me encarando feio.

-Onde você estava?

-Não é da sua conta.

-O quê? A agora sai beijando estranhos por ai?

-Bom, primeiro que ele não é estranho e segundo, o que eu faço ou deixo de fazer com os outros não cabe a você saber ou decidir.

Ele bufou.

Eu fui em direção ao meu quarto, mas voltei a ficar novamente de frente para ele.

-E ah, já ia me esquecendo. Pelo menos não fui eu que estava com uma garota quase nua encima de mim no meio da sala de estar.- sorrir e ele me olhou abismado e então eu voltei a andar novamente indo em direção ao meu quarto, me joguei na cama exausta, triste e feliz ao mesmo tempo e dormi como uma pedra sem nem trocar de roupa ou tirar a maquiagem antes.

MINHA VIDA DE CABEÇA PARA BAIXO.Onde histórias criam vida. Descubra agora