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Jimin podia parecer bobo e tapado, mas ele estava longe de ser qualquer um dos dois.
Quando Yoongi lhe disse que ele precisava escutar apenas a sua versão, o rosa sabia que as confidências trocadas entre eles seriam muito sérias e pessoais. Talvez o suficiente para mudar a relação que estavam criando.
Ele não estava reclamando. Queria saber da vida do rapaz que estava se apaixonando, mas não sabia se estava realmente pronto para isso.
Parecia complicado, só por como Yoongi se comportou. Como ele pareceu aturdido e fragilizado. Não eram reações normais dele.
Eles estavam prontos para esse passo?
— Eu sou ex-militar.
Foi a primeira frase que saiu da boca do Min. Ele relaxou as pernas na cama, mas olhava para as próprias mãos enquanto as embolava em cima das coxas.
— Sou órfão, não faço ideia de onde estão meus pais e porque me abandonaram num parquinho em outra cidade. Eu não considero quem me deu um lar um pai. Mas o mais importante e o que eu realmente quero te contar, é que eu sou uma pessoa estragada. Não quero ter um relacionamento com você, porque você é uma pessoa... - Yoongi hesita. Seu olhar vazio é direcionado para Jimin, que abraça um dos seus travesseiros. As pernas de índio estão imóveis, mas os dedos pequenos na boca inquietos. - Especial. E eu não sei o que posso te dar se não for sexo. E eu sou estragado porque até por isso, que é a única coisa que posso dar pra alguém, já fui feito de idiota.
Jimin engoliu o seco. Os olhos úmidos desviaram para baixo, e ele queria muito dizer uma coisa importante.
Que Yoongi uma vez o deu conforto quando passou por tudo com Taehyung.
Que ele transformou a sua vida naquele condomínio em algo menos tedioso.
Que ele salvou sua vida do homem torto.
Que ele o beijou no chuveiro como se o mundo fora daquele apartamento estivesse ruindo, e fora o melhor beijo de sua vida.
Que a rotina de sexo e abraços era incrível, e provavelmente era o motivo pelo qual ele não estava depressivo com a situação dos pais.
— Eu vivi nas ruas por muito tempo e com pouca idade, e quando tive uma oportunidade, eu me agarrei a ela e dei tudo de mim. Primeiro Byung-hun me acolheu, mesmo que eu o odeie. Eu ganhei um irmão, e ele me admirava. O Jungkook era muito sozinho, acho que o destino nos colocou juntos. Só de pensar nele sozinho com aquele pai de merda, eu não sei o que seria dele hoje. - A amargura no tom do moreno fazia Jimin querer chorar. Ele chorava por tudo, não era segredo, mas o tom de voz do Min tornava a tristeza uma força concreta, como se ela estivesse ali, junto deles dois. - Trabalhei numa confeitaria e massacrei minha mão numa máquina. Por sorte um funcionário a desligou e ela automaticamente abriu, era uma máquina de prensa. Só consegui fazer uma plástica nela quando fiquei velho e ganhei dinheiro. Eu fui pro exército contra a vontade do Byung-hun. - Um sorriso. Quebrado. - Era meu sonho, e mais tarde se tornou do Jungkook também. Eu dei meu máximo outra vez. Mas Jimin...
