— JÁ SABEMOS tudo, não? — pergunto para Dhiilay querendo voltar para casa.
Tirar as dúvidas é maravilhoso, mas bom mesmo é estar de volta a nossa linda e amada – nem tanto, ultimamente: poluição do ar, hidrografia na UTI, desmatamentos... – Terra, porque um lugar que não amanhece não pertence sequer ao sistema solar! E será que essa lua é a mesma que ilumina nosso planeta? E se não conseguir sair daqui?
Acho que nunca tiramos todas as nossas dúvidas. É meio que impossível. As vezes acho que nós, seres humanos, fomos condenados a isso, porque por mais que tentamos sempre vamos nos perguntar coisas como: "Qual o sentido da vida?" "Deus existe?"
— Acho que sim — ele responde —, mas Xiina é meio maluca...
— CALADO! — ela grita aparecendo pelo buraco. — Dhiilay, querido, por que ao invés de ficar falando lorotas, não conta para Kayo a origem dele e o que ele faz aqui, por que eu vou arrumar as coisas para a viagem.
Arregalo os olhos. Ela vai junto! Quem vai aguentar essa mulher e Tia Jane juntas?
— Mas você não... — ele inicia um protesto.
— Vire-se! — ela corta-o e desaparece novamente.
O barbudo suspira alto e depois de um tempo em silêncio, estica o pescoço para inspecionar discretamente se Xiina não está mais ouvindo.
— Não sei se vocês perceberam mas... — ele balbucia.
— Dhiilay! — ela aparece novamente nos fazendo pular de susto — Falando mal a minhas costas? Onde já se viu isso?
— Xiina...
— Eu te odeio, seu abutre! — ela suspira e começa a chorar alto demais para uma velha. O barbudo abre a boca para dizer alguma coisa mas ela interrompe parando de chorar tão rapidamente quanto começou: — Não diga mais nada! Suas palavras são tão nojentas como sua barba!
Mordo a bochecha para não soltar uma gargalhada. Kayo funga em uma mistura de dor e vontade de sorrir deixando seu corpo pender no chão novamente e sua cabeça encostar em minhas coxas. Dhiilay revira os olhos e Xiina desaparece pelo buraco novamente.
— Então, Kayo — ele fala alto para garantir que ela escute — segundo aquela senhora rabugenta, completamente louca, feia e...
— Você me ama! — Ouço ela gritar.
— Nem se eu tivesse o seu cérebro — ele retruca alto.
Xiina não responde. Ele se vira para nós:
— Após Kriem se entregar, os Moryniis...
— Espere! — grito. — Mas fomos nós que roubamos vocês? — pergunto completamente confusa.
— "Nós" quem?
— Os Moriinys — respondo desejando com todas as forças que ele saiba responder.
— Na nossa língua, Moriinys significa salvação, como a feiosa vidente ali te disse — rio discretamente —, e Moryniis significa Maldição, por isso que apilidamos assim os Pentacartenses.
Então na pedra da biblioteca está escrito maldição e salvação ao mesmo tempo? Se eu sou a salvação, quem é a maldição?
— Onde é Pentacarta? — pergunto ao velho voltando a acariciar os cabelos macios de Kayo.
— Não há só o nosso mundo, Srta. Moriinys, há vários outros. E acho que não precisarei contar-te pois se tudo correr bem, estou certo de que você conhecerá cada um deles, e seus habitantes.
— Por que eu? — faço a pergunta que mais me incomoda.
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O Lobo e Eu (EM REVISÃO)
Werewolf"Ela amava o Luar, Ele era obscuro como a noite." Uma maldição milenar, um mundo destruído. Impasses e professias que levarão Luna Moriinys a uma missão árdua e a colocará frente a frente com objetos fatais, criaturas mística, e universos obscur...