Cap. 5 - Parte II

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     MINHA cabeça está apoiada em um travesseiro macio, e um cobertor paira sobre mim.

   -- Mãe, ela acordou. -- Ouço Kell gritar para minha Tia que entra como um furacão no quarto.

   -- Você está bem, Filha? -- Ela pergunta.

   -- Melhor. -- Consigo dizer.

   -- Parou de ver ele?

   Balanço a cabeça afirmativamente.
   -- Foi coisa de sua cabeça, Luna. -- Kell fala.

   -- Não, não foi. Tenho certeza disso. -- Digo. -- Quero voltar para casa.

   Percebo a preocupação no rosto de minha tia.

  -- Queríamos tanto você aqui, Luna. -- Ela diz. -- Não acho que seja necessário. Robert disse que você está fora de perigo.

   -- E como ele sabe?

   -- Roby é como o pai. -- Ela diz simplesmente, com a voz carregada de tristeza, ao lembrar do marido. Kell ouve tudo calada.

   Robert entra é vem até mim.

   -- A bela adormecida acordou. -- Ele diz e não tem nenhum resquício de preocupação em sua voz. Como se o que eu vi não fosse preocupante. -- Como era ele exatamente? -- Pergunta incrédulo e com sarcasmo na voz.

  Nao preciso de muito tempo para lembrar de suas características. Foi muito rápido, mas consegui vê-lo perfeitamente e sua imagem não sai da minha cabeça.

   -- Preto. Todo preto... Fiapos saem dele, Acho que são pelos. Ele tem os olhos tão vermelhos que... -- Não consigo terminar porque meu corpo é tomado por um pavor enorme ao lembrar. -- Muito vermelhos, como se fossem laser, sabe... -- Tento explicar fazendo gestos com a mão. -- E dentes... dentes enormes e afiados.

   -- Que tipo de bicho acha que é? -- Kell pergunta.

  -- Nossa mente cria... -- Robert começa mas interrompo-o.

   -- Eu estava com medo, mas não a esse ponto Robert. -- Digo, e sei que não é verdade, minha mente estava sim, a esse ponto. -- Continuando... suas patas são grandes, e tem garras longas e afiadas.

   Minha tia me encara pasma Kell parece pensativa e Robert: incrédulo porém mantém o silêncio. Todos pensam o mesmo que eu: Ele está comendo as pessoas.

    Kell me trás um chá e bebo vagarosamente tentando me acalmar.

   -- Quero voltar para casa. Corro perigo aqui. Todos corremos.

   Ninguém diz nada. Cada um viaja em seus pensamentos.

   -- Onde é o poleiro? -- Pergunto quebrando-o. -- alguém vai comigo lá? Quero fale com Jim. -- Digo me sentando na cama.

   -- Luna, calma. -- Minha tia diz. -- Não precisa se apressar nada vai pegá-la. É só...

   -- Mãe, assume. -- Robert a corta se decidindo. -- Não adianta mais ficar negando. Tem alguma coisa nessa  floresta. -- Nunca vi ele tão furioso antes. -- Talvez seja verdade, algumas pessoas viram-o e saíram dizendo que aqui é assombrado. Ele deve está comendo as pessoas e veio atrás de Luna. O melhor a fazer é tirar você daqui antes que algo aconteça.

Ele diz me encarando.

    Tia Jane encara as mãos. Kell parece desconcertada.

   -- Onde é o poleiro? -- Pergunto novamente.

    -- Pegue seu celular. Eu te levo. -- Kell se oferece.

   Abalada demais para dizer alguma coisa, caminho até minhas malas, pego meu celular e a jaqueta que ganhei de Jim, para me proteger do vento que está meio friozinho.

O Lobo e Eu (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora