Capítulo 11

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Abro os olhos e pondero um pouco. Meu surto de raiva. O por que das meninas estarem doentes. A explicação de Oliver. A explicação de Oliver! Levanto num pulo e saiu correndo seguindo o cheiro de Oliver. O cheiro me leva ao seu quarto. O vejo dormindo tranquilamente, enrolado nos lençóis e ar no mínimo.

Faça agora, Mia.
Ouço minha loba dizer.
Fazer o que?
Quebre o feitiço.

As palavras de Mel me vinham a cabeça. Eu precisa fazer aquilo, mas eu não podia... Não podia me entregar apara alguém que não me ame. Droga de cio!

— Quer alguma coisa, Mia? Eu quero dormir. —se meche e cobre o corpo inteiro. Lobos não sentem frio, mas pelo que vejo Oliver gosta de cobertores.

— Por que me odeia?
Ele não respondeu apenas imitou o som de um ronco. Sem paciência eu o empurro da cama, se ele não fosse rápido teria caído de cara, mas ele conseguiu ficar em pé em meio a queda o que é bem estranho.

— Ficou doida Mia? É por isso que te mantenho longe! Você não tem o menor respeito por mim! Leva as mãos ao cabelo, respira fundo.

Eu não tenho respeito?

— Não! Eu não tenho! Mas será por que eu não tenho? Será pelo fato de que você não é nada meu!?— grito. Ainda bem que os quartos que tem  paredes que abafam um pouco do som, e os empregados estão dormindo, mas eles não costumam se meter em brigas do alfa.

Oliver me olha irritado.

— Querendo você ou não, sou o alfa supremo! O mínimo que me deve é respeito!— aponta o dedo para mim.

— Não, eu não deve respeito ao ser que me rejeitou enquanto eu era um bebê! Eu era apenas um bebê!— grito me aproximando.— Eu não tive culpa! Eu não escolhi ser uma ômega, não escolhi ser sua companheira! Você parou pra pensar que eu era só um bebê que precisava de alguém pra cuidar de mim? Eu só tinha a você Oliver, mas você escolheu me rejeitar e me deixar ao léu! Você escolheu pessoas para cuidar de mim que nem mesmo cuidavam de si. Aliás, você quase me matou por que eu quis te dá um abraço de feliz aniversário! Eu era só uma criança que sentia amor por você e que queria ser correspondida. Acha mesmo que, diante de tudo isso, eu te devo respeito?—Gritei enquanto batia nele. Quando terminei de falar ele segurou minhas mãos e se afastou.

As expressões dele se tornaram duras e frias.
— Arrume suas coisas, amanhã você sairá da alcatéia.

Senti meu corpo gelar. Eu estava sendo expulsa da alcatéia? Droga! Droga! Não era isso que eu queria!

— Está me expulsando?— minha voz saiu mais baixa e menos firme do que eu gostaria.

— Não, estou transferindo você de alcatéia.— respondeu friamente.

Ele estava me mandando embora...

— Você não pode fazer isso!

— Não? Mia você não escuta o que eu digo, desrespeita os membros da minha alcatéia, invade meu quarto sem nenhuma permissão e desrespeita a mim. O que quer que eu faça diante disso? O normal seria eu te mandar para uma cela, mas eu tenho consideração por seus pais e sei o que ficariam  tristes em te ver lá. E uma transferência, não vai arrancar pedaços.

Ele me odiava. Por que me odiava? O que eu fiz? Eu nunca fiz nada! Por que eu não posso ser amada?

— Você me odeia?

Ele me olha sem esboçar nenhuma emoção.

— Minha resposta não fará diferença.

— Por que me odeia?— insisto.

Me aproximo ao ponto de ficar centímetros longe de sua boca. Não foi algo intencional, eu queria apenas olhar nos olhos dele, e entender o por que me odiava.

Nunca tinha prestado atenção, mas seus olhos são extremamente azuis, me fazem viajar, me fazem lembrar do som do mar. Desde quando seus olhos eram tão lindos?

— Foco, Mia.— minha loba resmunga. — De fato, são maravilhosos!

— Você não entende!— entre dentes falou.

— Me explique, eu posso tentar.

Ele olhava diretamente nos meus olhos. O que ele não costumava fazer. Para minha surpresa sua expressão se suavizou e ele. Abaixou a cabeça diminuindo ainda mais a distância dos meus lábios com os seus.

E então ele me beijou. Aquilo me deixou muito nervosa. Ele apenas encostou os lábios nos meus. Fechei os olhos, não sabia como faria aquilo, mas todos conseguiam, certo? Suas mãos foram de encontro a minha cintura e me puxaram pra si, com força o suficiente para me fazer arfar. Ele aproveitou a abertura dos meus lábios para pedir passagem com língua. Daí iniciou uma dança calma. Minhas mãos sobem pra sua nuca onde arranho fortemente, ele em resposta morde meu lábio inferior de leve.

Prometida Ao Supremo [Parada] Onde histórias criam vida. Descubra agora