❝Apenas começando❞

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[ 16 de maio, quinta feira de 2022/ Em algum lugar escuro. ]

3:30AM

Estava escuro. Estava frio. Eu não via nada. Não sentia nada.

Tudo que eu sentia era um vazio.

Eu estava sozinha. Como eu sempre estive. E então como um flash de luz tudo ficou branco. Mas eu ainda não via nada.

Uma tinta preta começou a escorrer e pessoas começaram a se aproximar de mim. Eram pessoas conhecidas. Elas estavam sorrindo. Elas estavam mortas.

Elas eram, todas as pessoas que matei.

E elas me esfaquiavam. Isso doía. Isso sangrava. Mas eu não morria.

Eu já estava morta.

Elas soltaram as facas quando o barulho de um choro pisicopata invadiu aquele lugar.

Uma garota de cabelos brancos e pele completamente branca havia adentrado àquele lugar. Pelos seus braços e pernas escorria uma tinta negra assim como em seus olhos. Em seus olhos não se dava para destinguir pupila de íris. Eles eram completamente negros e por eles escorriam tinta preta.

Ela apenas sorria com tudo aquilo.

— Nós vamos nos divertir muito! - Falou alargando seu sorriso.

As outras começaram a rir é uma dor de cabeça começou a fazer minha mente girar.

Minha cabeça parecia que ia explodir.

* Sonho Off *

Acordei ainda com a cabeça doendo. Desci as escadas até a cozinha para pegar um copo de água.
Abri o armário pegando um copo e logo após abri a geladeira despejando um pouco de água. Quando fechei a porta que me virei aquela garota branca estava lá.

Soltei o copo no chão. O copo se despedaçou soltando cacos de vidro por todos os lados, me cortando. A água também se espalhou completamente pelo chão.

A garota de tinta usava um uniforme preto e branco da escola com duas tranças bagunçadas de cor branca e algumas mechas negras. A única coisa que a destacava eram um amuleto que tinha em seu pescoço.

— Do que vamos brincar agora? - Perguntou num tom inocente.

S/n: — Co-Como assim? - Perguntei enquanto passava as mais pelo balcão a procura da gaveta.

Assim que a encontrei a abri bruscamente e peguei uma faca pondo-a em minha frente como se aquilo fosse minha defesa.

— Isso é meio violento... Mas vamos brincar do que você quiser! - Falou virando sua cabeça de forma que nenhum humano conseguiria.

Seus cabelos começaram a se movimentar como tentáculos que agarraram a faca em minha mão e começou a puxar. Eu não queria soltar e comecei a puxar Também.

Ela puxou de uma vez me fazendo soltar a faca e bater contra parede.

Ela se aproximou de mim e eu percebi que a faca estava um pouco distante de mim.  Peguei a faca, me levantei e a empurrei pra longe.

Corri até a sala e abri a porta começando a correr pela rua. Havia apenas algumas pessoas àquela hora. As que me viam estranhavam. Também acho estranho uma garota correr às 4 da manhã pela rua de pijama com uma faca na mão.

Pelo que via apenas eu podia ver aquela aberração correndo atrás de mim enquanto sorria.

Quando me dei conta eu já estava em uma parte muito afastada de onde eu moro.

Era uma construção abandonada. Havia cimento, vigas ferro, areia, tijolos e blocos de concreto por todos os lados.

Parei perto de um guindaste. Eu não aguentava mais correr. Ela veio pra cima de mim lentamente.

E o ranger do guindaste me assustou. Logo, vigas de ferro fundido caíram em cima da garota de tinta que se desfez em tinta, realmente. A única coisa que ficou foi seu amuleto.

Olhei para cima do guindaste e avistei alguém que realmente não era real mas talvez seria bom se fosse.

Eu vi... A minha mãe.

Ela estava brilhando de maneira ofuscante. Desceu até mim  e passou as mãos em meus cabelos bagunçados.

Eu te disse, não disse? Você encontrou quem te completa. Corra atrás dele entendeu? Seja feliz como eu fui um dia. - Fez uma pausa se abaixando e pegando delicadamente o amuleto da garota de tinta e colocando em meu pescoço. — Não importa o que você faça daqui pra frente. Eu sempre vou te amar. - Falou em meio à um sorriso doce.

Eu permaneci parada enquanto ela sumia lentamente.

Saí daquele transe ao ouvir pessoas procurando pelo que causara toda aquela barulheira.

Saí correndo para casa dormir novamente. Aquele amuleto tilintava aos movimentos que eu fazia ao correr.

Isso está apenas começando.

My Senpai...Onde histórias criam vida. Descubra agora