❝Pirralha❞

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Eu tinha que me apressar para chegar em casa cedo. Queria ficar bonita para meu Senpai. Eu nunca senti essa vontade. É minha primeira vez...

Apenas vesti uma roupa quentinha já que naquela noite estava fazendo frio, em plena primavera. Peguei meu caderno, uma caneta e uma bolsa pequena.

Coloquei minha jaqueta e meu patins e saí de casa.

Deslizei na calçada lisa e seca em direção a casa do Kookie-Senpai.

A lua estava minguante. Mas não deixava de ser bonita.

(...)

Não precisei de muito esforço para encontrar a casa do Senpai.
Ela era simples, mas muito bonita.

Apertei o interfone e ouvi a porta ser destrancada. Caminhei pelo caminho de pedras que por sinal não era muito grande. Bati na porta e em alguns segundos vi a porta ser aberta por uma... Garota?!

—Quem é você?! - perguntou arisca.

S/n: — Sou uma amiga de Jeon. - Respondi firme tentando não ser mal educada.

Ela me olhou de cima a baixo e disse:

— Meu irmão não precisa de uma putinha atrás dele.

Irmão? Putinha?

Antes que eu pudesse falar ou fazer qualquer coisa ela bateu a porta na minha cara.

Eu não sei se eu estava mais brava ou mais magoada...

Andei um pouco até avistar um banco e me sentar. A rua estava deserta e céu, limpo. Adimirei a lua por alguns minutos... Até ouvir alguém me chamar.

Senpai: — S/A-CHAN!

Me virei e avistei  Kookie-Senpai com a respiração ofegante.

S/n: — Oh... Senpai... Algum problema? - Perguntei envergonhada, encarando o chão.

Senpai: — Olha eu... Minha irmã... Me desculpa S/a-Chan... Ela foi grossa com você. Eu estava tomando banho e quando saí ela disse que você veio me procurar... Ela veio morar aqui à 10 dias... Então eu me esqueci de avisar que você teria que ir... -  Disse preocupado.

S/n: — Tudo bem... Eu entendo... - Dei uma leve olhada em seu rosto angelical e abaixei a visão novamente.

Ele rapidamente pegou a minha mão com delicadeza e gentileza e puxou educadamente como sinal de que deveríamos correr.

Deslizei meu patins de acordo com suas passadas apressadas. Meu coração batia fortemente conforme meu celebro captava que eu realmente estava sozinha com meu Senpai segurando minha mão.

Chegamos em sua casa e quando ele abriu a porta eu não avistei sua irmã.

Não demorou muito até Mark chegar. Logo depois, subimos para o quarto do Senpai onde tinha o computador para fazer a pesquisa.

Seu quarto era bonito. Tinha cartazes de bandas, filmes e jogos por quase toda parte. Sua cama era enorme e aparentemente fofinha com um edredom preto e vermelho. Seu quarto era praticamente preto vermelho e branco. As paredes eram brancas e davam um aspecto de leveza ao cômodo mas o vermelho do rodapé e do piso dava a sensação de uma boa vibração. O preto se encontrava apenas em alguns detalhes mas ainda era notável.

Havia também uma estante de mangás... Desde One Piece até Tokyo Ghoul. Em uma prateleira acima do Notebook havia bonecos de edição de colecionador de alguns animes e filmes.

Percebi que ele gostava muito de jogos de realidade virtual. Nunca experimentei e não posso julgar. Acredito que seu quarto fosse seu mundo. Tinha de tudo, incluindo um pequeno frizer.

Me sentei ao lado direito do Senpai e comecei a escrever o texto de acordo com a pesquisa.

(...)

— ONII-CHAN! - Gritou a pirralha no quarto ao lado de uma forma enjoada.

Senpai estava perdendo sua paciência embora ele tentasse ao máximo, não demonstrar.

Já estávamos quase terminando o trabalho. Mesmo assim, ele teve que ir ver aquela pirralha por mais inconveniente que fosse. Provavelmente era uma besteira para que ela tivesse sua atenção. Ela seria um problema na minha aproximação com o Senpai.

É cada uma...

Mark: — Gostei dos patins... - Elogiou puxando conversa.

S/n: — Obrigada.

Antes que ele falasse qualquer coisa, Senpai chegou e terminamos o trabalho.

Senpai: — Vocês querem comer alguma coisa?! - Perguntou animado. – Tem pudim de leite! - Anunciou sorridente.

Mark: — Eu quero! Tô morrendo de fome... - Falou espontâneo.

S/n: — Quero sim... Obrigada... - Minha dificuldade de falar era evidente mas ele não questionou.

Seguimos Senpai até a cozinha que era bem simples e ele abriu a geladeira pegando os potinhos de pudim, nos entregando.

(...)

Assim que terminamos eu e Mark nos despedimos do Senpai e saímos. Já era 10h da noite.

Ainda na rua, meu medo acontece. Tinha começado a chover e eu não trouxe guarda-chuva... Eu já estava encharcada e podia sentir as gotículas de chuva escorrerem pelo meu rosto. Mas derepente eu sinto uma presença e isso para.

Era Mark. Mark tinha estendido seu único guarda-chuva para mim. Um guarda-chuva vermelho... Vermelho como sangue...

Mark: — Pode ficar... - Disse se distanciando antes que eu pudesse agradecer por educação.

Segui meu caminho deslizando devagar na calçada molhada.

My Senpai...Onde histórias criam vida. Descubra agora