❝Enquanto durou...❞

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[ 21 de março de 2022, Tokyo. / Apartamento de Osana Najimi. ]

Osana Najimi

9:30 PM

Eu admito que tenho problemas em demostrar sentimentos mais profundos às pessoas na maioria das vezes.

Principalmente homens.

Na minha opinião todos cometem erros. Mas... Acho que se apaixonar por seu melhor amigo já é um pecado.

Eu tenho muita sorte dele não deixar de ser meu amigo porque sou grossa com ele. Ou porque uma vez eu dei comida estragada a ele.

Hoje é o dia do baile da primavera e eu vou me declarar para o Senpai. Por mais difícil que seja.

Meus pensamentos foram interrompidos por um lento e arrastado miado.

Era Mei. Minha gatinha manhosa. Ela é toda branquinha e de olhos azuis. Ela não usa coleira por algum motivo desconhecido.

A peguei e levantando-a encontrei seu nariz no meu.

Coloquei ela em meus braços e desci até a cozinha para comer alguma coisa.

Coloquei ração para Mei é coloquei água para ferver para fazer meu lámen.

Em cima da mesa havia papéis em branco é uma caneta esferográfica rosa pastel.

Me sentei e comecei a escrever uma carta para o Senpai.

Fui interrompida pelo apito da chaleira elétrica avisando que a água estava quente.
Me levantei e coloquei a água em meu lámen e esperei.

(...)

Levei Mei até sua cama e fui tomar banho.

Saí do banho, vesti minha camisola, me sentei na cama e me cobri com meu  edredom Queen.
Acendi meu abajur e peguei um livro em minha cabeceira da cama.

"Caminho de borboletas"

(...)

6:15

Arrumei minha bolsa, prendi meus cabelos alaranjados e coloquei meu perfume.

Desci as escadas e fui até a cozinha pegar alguma coisa. Abri a geladeira e peguei uma maçã vermelha.

Não acontece mais com tanta frequência mais eu e Jeon ainda vamos juntos para a escola.
Ele tem medo de ficar sozinho enquanto seu pai esta na cidade.

Hoje é sábado. Não tem aula mas todas as garotas estão se arrumando para o baile.

(...)

[ Baile da primavera, 10:30PM ]

Entediada e determinada peguei meu celular e mandei uma mensagem para Jeon.

Seu celular tocou em seguida e vi que ele sorriu com a mensagem.

Corri para trás da escola e comecei a me encorajar. Essas palavras sem querer saíram pela minha boca.

Senti minha boca ser tapada por uma mão e antes que qualquer coisa acontecesse eu vi. Eu vi a S/n.

Senti uma agulha penetrar minha pele e logo apaguei.

(...)

[ Terreno baldio, 5:40 PM ]

As minhas feridas realmente doíam. Mas nada doía mais que saber que meu amor pelo Senpai era minha passagem para a morte.

Se você for enterrada vai entender o quanto ruim é se sentir sufocada. Se a terra não te sufoca a sociedade faz isso pra você.

S/n me chutou para dentro do buraco e minhas lágrimas vagarosamente começaram a se misturar com a terra.

Eu não odeio S/n. Eu não odeio o Senpai. Eu não odeio ninguém. Eu me odeio.

Tudo que eu queria era poder voltar no tempo e reescrever minha história. Eu não escolheria nascer. Eu não escolheria ser gentil. Eu não escolheria me apaixonar por alguém. Eu escolheria nunca ter tido uma existência.

E sem que eu percebesse eu já estava coberta de terra e aos poucos vou perdendo a respiração.

Foi muito bom enquanto durou.

O conto de fadas acabou...


My Senpai...Onde histórias criam vida. Descubra agora