Mentiroso

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💠🔹Serial Killer🔹💠
Lana Del Ray

⏮️⏪  ⏯️  ⏩⏭️

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[ 25 de maio, terça feira de 2022 / À 2 quadras de casa ]

17:30

S/n: — É claro que não. - Disse afastando seu rosto. — Você é uma vergonha para a humanidade. - Tentei me manter firme, não deixando claro que eu estava mentindo.

Senpai: — E como eu sei que posso confiar em você?! - Perguntou massageando as têmporas. Ele claramente estava perdendo a paciência.

Não para sorte dele, eu também estava.

S/n: — É sério isso, Jeon? É ISSO MESMO?          Confiança é algo que se adquire através de atos, com o tempo. E tudo que eu fiz por você até hoje não foi suficiente para saber que você poderia confiar em mim? Eu salvei sua vida três vezes, eu te ajudei com sua irmã no hospital, levei até comida pra VOCÊ NÃO COMER A PORCARIA DE COMIDA DO HOSPITAL! E agora, por que eu machuquei alguém com uma arma me defendendo, você não confia em mim. - Berrei no seu ouvido enquanto ele engoliu em seco. Graças aos céus, a rua estava deserta. — Agora me responde uma coisa, Jeon Jungkook... Você já me mostrou algum sinal de que EU podia confiar em você? - Perguntei sarcástica vendo o outro calado deduzi que ele estava sem argumentação e, provavelmente, arrependido de ter perguntado sobre confiança. — Não, não é? Você nunca mostrou. Mas eu nunca duvidei de você e depositei minha confiança em você. E ainda sim mesmo depois de tudo que você fez e disse, eu confio em você, mais que na meu próprio pai.

Explodi no seu ouvido e saí pisando quente. No caminho de casa o bom foi que ninguém implicou comigo, caso contrário eu era capaz de fazer uma loucura no meio da rua.

Ou até em casa mesmo.

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Encarei meu reflexo distorcido no espelho do banheiro. Ou pelo menos o que havia restado dele. Minha imagem era craquelada devido a alguns pedaços do vidro que ficaram no suporte com um pouco de sangue. As minhas mãos apoiadas na pia contiam cortes grandes e pequenos, de onde minava sangue e descia pela pia de forma gloriosa.

Mexi meus pés descalços no chão e ouvi o barulho dos cacos do espelho ao chocarem com outros cacos. Caminhei sem medo até a porta sentindo minha respiração ofegante tentando se regular e abri a porta com dificuldade devido ao estado da minha mão.

Saí da minha suite do quarto e desci até a sala, me sentando no sofá, onde minha respiração se normalizou.

Há vários anos eu não tenho um surto desses.
Na verdade, desde que meu pai foi embora.

Suspirei rindo cínica ao me lembrar dele. Era um idiota consumido pelo desejo de dinheiro. Ele já foi um bom homem. Carinhoso, atencioso, alegre... Mas isso mudou depois que ele matou minha mãe.
Acho que ele percebeu que um pedido de desculpas não preenche o vazio da falta de alguém.

Acho que ele percebeu que sangue não saí a água da porra da torneira.

Mas tudo bem. Eu não sinto muito falta da única pessoa que poderia me entender nesse mundo. Claro... Agora todos que restaram, me tratariam como uma louca se eu contasse como eu me sentia.

Deitada no sofá, eu suspirei de tédio, mais uma vez enquanto o telefone tocava.

Quem seria? Senpai talvez. Mas isso só seria possível se ele pegasse meu número com a Kokona. Ela é muito boca mole. Mas eu sei que não. Existe algo repugnante nos homens. Algo que se chama orgulho.

Embora realmente eu não estivesse com um pingo de vontade de atender ao telefone, fui vencida pelo cansaço.

S/n: Alô?

— Alô! Sentiu minha falta? - Exclamou com doçura a voz da outra linha. Eu não acreditava no que estava ouvindo.

S/n: — Pai? - Perguntei pra ter certeza se o barulho das balas disparadas não tinham mexido com minha audição.

— Sim! Como vão as coisas por aí? - Perguntou animado.

— Aconteceu alguma coisa? - Perguntei tentando não ser grossa.

— Uau. Não posso mais ligar pra minha única filha? - Perguntou retórico fingindo-se de ofendido.

— Pode sim... Só é algo raro. Mas sério, aconteceu algo?

— Na verdade, eu só liguei pra contar uma novidade.

Por favor não seja o que estou pensando...

S/n: — E qual seria? - Questionei receosa.

— Vou passar as férias junto com você!

Agora ferrou.

S/n: — Ma-mas e o seu trabalho? - Tentei fazê-lo mudar de ideia, em vão.

— Não se preocupe. Consegui dar um jeito. Nos vemos na quinta!

S/n: — Cla-claro. Nos vemos lá. Beijos.

— Tchau minha flor. Beijos.

[Chamada encerrada]

E era como no trecho de um livro que eu li quando menor.

"Perto de um assassino, você pode morrer. Perto de um ladrão, você corre o risco de ser roubado. Mas na companhia de um mentiroso, você nunca sabe o que pode acontecer."

Então veremos...





My Senpai...Onde histórias criam vida. Descubra agora