Sem piedade...

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[ 18 de maio, sábado de 2022/ Calçada ]

Mark

17:43

Já estava escurecendo. Estava chovendo. Mas aquilo não importava. Podia ser um dia de chuva normal. Mas pra mim não era. Imaginem que você visse o amor da sua vida com outra pessoa?
Além disso, tudo que ela fez foi me ignorar.

Embora não pudessem ser vistas, minhas lágrimas desciam lentamente em meio aquela chuva.

Mas havia algo de bom naquele momento. Essa chuva me lembrava os velhos tempos.

[ Flashback ]

[ 19 de junho, 2002 / Algum lugar na Tailândia ]

Por mais que estivesse frio, por mais que estivesse escuro, por mais que eu estivesse numa guerra, eu estou feliz. Eu estou me divertindo.

Quem não gosta de brincar de esconde-esconde com seus pais? Eles são meu porto seguro... Acho que não conseguiria viver sem eles.

Definitivamente não.

Quanto mais tempo passa eu me pergunto onde eles estão.

Minha mãe, ama costurar. Ela faz roupas para mim e para as bonecas das meninas da vizinhança. Ou pelo menos fazia, quando elas as meninas ainda eram vivas.

Eu estava curioso para saber o por que deles estarem demorando tanto e me levantei, saindo do meu esconderijo secreto, logo, me deparando com o sol. A chuva havia diminuído, embora quase não se notasse a sua presença.

Corri para algum lugar onde encontrei meus pais.

- Por que não está escondido? - Perguntou minha mãe com um imenso sorriso que disfarçava a dor de forma superficial.

Meu pai também sorriu minimamente. Confesso que é algo incomum e que eu aproveito ao máximo. Minha mãe é delicada e meu pai um pouco bruto mas não deixam de ser fofos juntos.

Meu pai é muito ocupado. Ele serve nosso país com muita dedicação, principalmente na guerra, com suas bombas.

Ele me ensinou algumas coisas sobre esses tipos de dispositivos. A mim e ao Deidara-San. Ele é como um irmão pra mim.

As bombas do papai são muito parecidas com as do país que estamos em guerra.

Não me lembro o nome do país agora...

E aqui estamos nós. Eu, minha mãe e meu pai... Em cima do muro. Não pela vista. Não tenho interesse em ver destroços de construções.

- Temos que ir. Os ataques começam em meia hora.

Nós nos viramos para ir embora quando eu ouvi um estrondo e logo após meus pais me abraçaram me cobrindo com abraços.

- Nós te amamos, Mark. - Falaram meus pais em coro, caindo um para o lado e um para o outro enquanto o sangue minava dos corpos mortos.

Os meus pais.
O meu porto seguro.
A minha esperança.

Foram embora.

Tudo isso...
Explodindo como uma bomba.

Deidara: - A guerra continua, Mark. Sem piedade. - Disse surgindo atrás de mim, segurando suas lágrimas.


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