Presa

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[ 25 de maio, terça-feira de 2022 / Ruínas do vestuário masculino. ]

15:10

Minha mira não é das melhores. Sem dúvida nenhuma. Agora, acertar a perna da Letícia de raspão foi muito bom. Não vou mentir. Eu queria ter acertado o seu coração.

Embora ela fosse misteriosa, eu nunca a imaginei armada. Não é todo dia que você descobre que a responsável pelo jornal da sua escola é uma portadora de armas. Com certeza não é todo dia.

Info-Chan, o que mais você esconde?

Desviei meu olhar dos seus cabelos ruivos que balançavam enquanto ela tentava separar Senpai do Mark e voltei a fitar a quenga elétrica grunhindo de dor.

S/n: — Ah, pode coçar... Tá doendo não é infeliz? - Provoquei a mesma enquanto ela se punha de pé com extrema dificuldade.

Letícia: — Doeu nada. Só tremi. - Riu ironica ainda com a voz embargada de dor.

Ri do mesmo modo, mirando a arma na  sua cabeça. Puxei o gatilho e a bala não saiu. Apertei novamente e nada. Eu havia esgotado as balas. Eram 5. Eu acertei duas.

Droga.

Com ela se aproximando, e sem muita opção, joguei a arma na sua cabeça, a fazendo ficar inconciente. Fiquei em cima dela e comecei a dar socos no seu rosto.

— Vamos. - Falou a ruiva juntamente com Jeon que tinha seus lábios sangrando e me olhava estranho.

Olhei para trás e vi Mark deitado no chão. Mas ele não parecia estar morto.

S/n: — Você o matou? - Perguntei me pondo ao seu lado e caminhando.

Info-Chan: — Não tive tempo. - Disse apressando os passos enquanto se ouvia a sirene da polícia.

Corremos até uma saída de emergência e vimos um carro estacionado.

Info-Chan: — Entrem. - Falou entrando no carro vermelho.

S/n: — Porque está nos ajudando? - Perguntei receosa impedindo que Jungkook entrasse no carro, colocando meu braço na frente do mesmo.

Info-Chan: — Uma jornalista mantém suas fontes. - Falou ajeitando seus óculos.

S/n: — O que você quer? - Murmurei quase como um sussurro.

Info-Chan: — De preferência, eu gostaria que acertassemos isso depois. A não ser que queira ser presa por tentativa de homicídio. - Riu irônica enquanto o som da sirene ficava mais forte.

Senpai soltou um suspiro profundo. Antes que eu pudesse rebater a provocação daquela idiota com mais uma ironia, Senpai tirou meu braço da frente dele  e me puxou para dentro do carro com um pouco de delicadeza.

Encarei seu rosto por alguns minutos tentando decifrar o enigma do seu olhar que também me encarava nos olhos seriamente.
Independente do que estávamos tentando dizer nos olhando, Info-Chan pisou no pedal do acelerador e o impacto da velocidade me fez encostar as costas no encosto acolchoado do carro.

Mesmo numa grande velocidade, vários e vários carros da polícia vinhan atrás de nós.  Os vários cruzamentos de Tokyo não chegaram nem perto de ser um obstáculo para ela. Ela sempre mantinha a calma e os olhos na pista. Numa manobra que realmente não conseguiria descrever ela saiu da pista, pegando um atalho para Holy Cross e dispistando uma boa parte dos carros que tentavam incansavelmente atirar em nós.

Chegando perto do viaduto Holy Cross onde passava o metrô central  de Tokyo, já havia até um helicóptero sobrevoando acima de nós. Chegamos em um momento em que haviam três carros vermelhos extremamente parecidos com o nosso, um de cada lado da pista, que era dividida em três partes, todas no sentido de Hortus desk narwhal. Bem próximo ao cás. Já dava pra sentir o vento levemente salgado vindo do mar.
Ela simplesmente passou na frente do carro a direita e pisou no freio dianteiro fazendo o de trás passar para a pista de lado, ou seja a pista em que estávamos. Quando saímos de debaixo do viaduto eles seguiram apenas o carro que mudou de posição conosco. Nós? Simplesmente pegamos um desvio.

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Eu e Jeon descemos do carro duas quadras antes da minha casa. Jungkook permaneceu calado durante a maioria do trajeto. Quando falava comigo, ele evitava me olhar nos olhos. Tudo que eu temia era que Mark tivesse dito algo que não devia à ele.

Antes de sair, Info-Chan fez questão de me fazer notar uma piscadela intencional.

Eu e Senpai nos entroalhamos por alguns segundos e voltamos a nos encarar.

S/n: — Por que você confiou nela? Agora estamos presas a ela. ESTÁVAMOS APENAS NOS DEFENDENDO. - Disse ao perder a paciência.

Senpai: — Eu confiei nela pelo mesmo motivo que eu confiei em você. - Falou sério me fazendo ficar calada. — Por que vocês são diferentes. Tem algo em vocês que eu quero entender. Tem algo... Aqui. - Falou encostando dois dedos na minha testa. — Que eu quero entender. - Completou suspirando.

S/n: — Eu não sou um enigma, Jeon Jungkook. - Falei tirando bruscamente a mão de Jeon de perto da minha cabeça. — Ela não é confiável. Eu... Eu não acredito que me comparou a ela! Eu não admito. AGORA ESTAMOS PRESOS A ELA. - Gritei chamando atenção. — Agora ela vai... Ter a oportunidade de... - Murmurei baixo, parando, antes de dizer o que não devia.

Senpai: — Oportunidade de quê, S/n? Você esconde alguma coisa? - Perguntou levantando meu rosto com o queixo.


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