❝De partir o coração❞

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[ 14 de maio, terça feira, 2022 / Hospital central Orion ]

7:30H
..........

Ele tinha uma visão perfeita do meu estado. Roupas sujas de sangue, cabelos bagunçados, machucados leves, arma na mão.

Aquela pergunta foi de partir o coração.

Uma pequena lágrima silenciosa rolou lentamente pelo meu rosto se misturando com sangue do meu corte.
Abaixei a arma e terminei de matar o homem.

Me levantei e me aproximei de Jeon que estava assustado em minha frente. Me abaixei, soltei a faca  olhei profundamente nos seus olhos.

S/n: — Não importa o que aconteça. Eu sempre vou te proteger. Lembre-se disso para sempre. - Disse isso e logo dei um beijo em sua bochecha.

Ouvi um estrondo como o de uma explosão e logo rachaduras se formaram no teto.

Peguei Jeon que ainda se encontrava processando tudo aquilo, coloquei-o em minhas costas e corri.

Cada cômodo do hospital estava esplodindo e a coluna desmoronando.

Olhei pra trás e vi o quarto de Hanako completamente destruído. Não havia nada.
Logo senti o chão ceder e balas tentarem atingir-me. Olhei pela janela e avistei um atirador de longa distância.

Droga.

Saí pulando nos pedaços de construção que caiam até chegar numa parte longe do desmoronamento.

Os estilhaços da janela pulavam alto mas alguns ainda me acertavam. Era difícil desviar de balas com alguém nas costas mas eu estava fazendo o possível.

Metade do segundo andar já estava chão. Dava-se para ouvir as sirenes da polícia civil e da ambulância de clínicas ou outro hospital.

Cheguei na recepção e vi várias pessoas feridas ou mortas. Senti o teto desabar sobre mim.

(...)

Acordei depois de alguns minutos. O mundo foi colaborador comigo. Eu atravessei na frente do Senpai pra que ele não se machucasse e os grandes pedaços de concreto fizeram um pequeno "abrigo" se assim posso dizer.

Senpai: — Vo-Você me promete? - Perguntou com voz trêmula direcionando minha atenção para si. — Você promete que vai me proteger sempre?

S/n: — Não dúvides nem um pouco disso.

Com muito esforço eu tirei a parte da coluna que tapava minha visão e levei Jeon para uma sala próxima dali.

Entrei lá e encontrei tudo que eu precisava para tratar os ferimentos do Senpai.
Os limpei e enfaixei cuidadosamente cada um deles com carinho e delicadeza.

Me virei para bancada ficando de costas para Senpai e encontrei o líquido necessário para fazer aquele processo e coloquei na seringa veterinária.

S/n: — Você me perdoa, Senpai? - Perguntei-lhe ainda de costas encarando o teto e deixando as lágrimas descerem pelo meu rosto lentamente.

Senpai: — Co-Como assim? - Perguntou confuso.

S/n: — Eu sou muito grata por essas últimas 24h que passamos juntos. De verdade. E eu prometo te proteger mesmo que isso custe minha vida. Mas... - Fiz uma pausa enquanto me aproximava de Jeon. — Infelizmente você ainda não pode saber quem sou eu. Você ainda é puro e tem suas mãos limpas. Já eu... Estou nesse caminho a muito tempo e... Estou perdida. Não quero que você se perca. Muito obrigada por me completar Senpai... Mas eu terei que apagar sua memória.

Ele não disse nada. Não protestou contra nada. Nem fez nenhum movimento brusco. Apenas puxou meu rosto para junto do dele me fazendo sentir o cheiro de seu hálito fresco de menta e me beijou deixando suas lágrimas rolarem também e entrarem em contato com as minhas.



Senpai: — Muito obrigado também, S/a-Chan....


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