AMIGOS AMIGOS, AMOR À PARTE

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O sol já cortava o céu na posição de meio dia. Não estava quente, porém a exposição prolongada àquele astro mostrava que sua intensidade era imensa. Deveria estar fazendo uns 28°C ali, mas andar por aquelas ruas davam sensação térmica de uns 34, 36°C.

Até mesmo Miguel estava com vontade de beber alguma coisa para se refrescar.

Os meninos chegaram a uma parte com menos construções e casas, e naquele espaço sem muita coisa além de ruas vazias, grama e árvores, eles entraram em um estabelecimento precário.

Tinha cara e aparência de barzinho de esquina ao estilo brasileiro, com a diferença de não estar tocando forró ou sertanejo.

Para a surpresa do moço que nunca foi lá, o lugar era mais amplo do que parecia por fora, e também era dividido em duas partes.

A primeira logo se notava um pequeno balcão com os tipos mais variados de balas, e uma vitrine em cima com coxinhas, fogaças, pasteis empadas entre outras iguarias. Olhando mais de perto, duas máquinas de suco misturavam dois sabores diferentes, aparentemente abacaxi e morango atrás das vitrines. Havia algumas cadeiras altas para poder se alimentar já na bancada e em mais, continha várias bebidas guardadas na parte de baixo. Andando mais para o fundo, subia-se um degrau pequeno que dava acesso a nave do bar com cerca de quatro mesas redondas grandes com toalhas florais.

As paredes eram laranjas, parecia ser montada especialmente para prender o máximo de luminosidade possível, e também para esconder o poderia acontecer lá dentro (contrabando de bebidas ao menor, já que Leo estava indo ali justamente para isso) (bem, sendo sincero, não era como se fosse muito impossível um menor de idade arranjar bebida).

- Essa cidade me surpreende, nunca pensei encontrar uma estrutura dessas aqui.

- É, fiquei surpreso quando encontrei também, lembra bastante o bairro que eu vivia.

Os dois se sentam em uma das mesas de trás, e já fazem seus pedidos.

Leo parecia ser conhecido do garçom que veio atendê-los. O homem parecia simpático e tinha uma "presença" enorme, na certa se daria bem em algum emprego que emane autoridade, porém sua aparência simples e jeito de pessoas do interior parecia mais que aquela pessoa era um homem do mar.

Os dois pedem um bem-bolado de salgadinhos e bebidas, além do prato do dia, alguma coisa com macarrão.

Se fosse desenho animado ou algum filme de comédia as barrigas daqueles meninos estariam rugindo em uma intensidade tal que se poderia ouvir do outro lado da rua, contudo na verdade apenas os poucos roncos que elas faziam ecoavam dentro de seus seres.

Miguel também pensou que se mantivesse a boca cheia daria mais oportunidades ao outro moço falar, e era isso que ele mais queria no momento, afinal, precisava descobrir de uma vez por todas o motivo para ambos não ficarem juntos.

- Ok, o que você quer saber? – Leo dá um longo gole em um copo de cerveja, parecia que iria beber tudo de uma vez só, e então retorna com um bigode de espuma por cima do seu bigode normal, bem cortado como sempre.

- Você sabe, escolha os detalhes que você pode compartilhar.

Miguel lhe joga um guardanapo, aquela marca de bebida realmente o incomodava, fazia-se lembrar dos "amigos" que tinha no Brasil.

- Sou do tipo de pessoa que a maioria gostaria de ver morta, aqueles que falam que não com certeza não me conhecem direito.

Os salgadinhos chegam, junto com dois pratos de ramen (tipo um macarrão com caldo que normalmente se come quente) e com o auxílio dos hashis eles começam a comer.

Missões cruzadas (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora