Oi, tudo bem?

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- Simpático ele, não é?

- Muito... – Diz Miguel em tom de ironia.

O garoto acabara de fechar a porta de onde havia conversado com Alan, e novamente estava perto da entrada da casa.

A respiração do menino se tranquilizava, e mesmo estando dentro do recinto ainda, o ar agora parecia tão mais leve, o clima já mudava de incerto para descontraído.

Miguel olhou para o pratinho de bolo que tinha adquirido das mãos de Alan. Parecia estar bem assado, macio, cheio de calda de chocolate com granulado. Deveria estar uma delícia, se eles não tiverem feito alguma besteira com os ingredientes, deveria estar uma delícia.

- Ah. – Disse a mocinha. – Leve um pedaço para Tess também, ela não come nada desde que chegamos de viagem.

O jovem tratou a observar mais uma vez aquela garota. Não tinha muitas informações a respeito, mas de todos, mesmo mostrando poucos sentimentos na fala e interesse quase nulo nas coisas, parecia ser alguém bem dócil e quem sabe, frágil também.

Seus cabelos ruivos eram bem longos, até a altura do quadril, e a pele, muito branca. Diferente de sua irmã tinha menos sardas e os olhos azuis idênticos aos de Alan em cor, mas parecidos com os de Tess em intensidade. No mais, parecia uma menina bem fofa.

- Foi você que fez? – O menino levantou o prato. - Digo, o bolo, parece estar gostoso.

O elogio parecia um tanto vazio, porém ele precisava puxar assunto de alguma forma, e essa foi a primeira coisa que veio a sua cabeça.

- Eu ajudei, mas quem fez mesmo foi o Alan. Não sou muito boa com essas coisas de cozinha, já ele, parece que tem o dom para cozinhar.

Miguel olhou a comida com outros olhos agora. Não era como se pensasse que estava envenenado ou coisa do tipo, porém, relacionar trabalho doméstico com uma pessoa que anda com uma arma no bolso não era a associação mais fácil do mundo.

"No final, eu só fiz o que um irmão mais velho faria" essa frase veio instantânea em sua mente.

Será que... ele era do tipo de pessoa super protetora? Daquele tipo de gente que faria tudo pelas pessoas que amasse?

Um pequeno sorrisinho cortou o semblante do moço, talvez tivesse interpretado mal os seus motivos... ou não, quem sabe.

- Mi? – A garotinha inclinou-se em direção a ele, foi a primeira vez que mostrava algum tipo de reação. – Posso te chamar assim, não é? – Parecia feliz, era o que as bochechas coradas dela sugeriam. - Gostaria de lhe agradecer.

De todas as coisas que ele esperava, essa estava fora da lista. Como alguém que ele nem conhecia tinha algum agradecimento a ele?

- Desculpe ser indelicado, mas pelo que exatamente?

- Por colocar um sorriso na minha irmã. Posso te fazer uma pergunta?

Ele sorriu e levou toda sua atenção a ela.

- Pode sim, o que você quiser.

Charlotte demorou um pouco para falar, nos leves traços que ela mostrava de sentimentos, parecia um tanto envergonhada.

- Tess fala de mim na escola?

Era triste, no entanto conseguiu ver uma garota com muito afeto pela irmã naquela frase. Tess odiava falar sobre a família, evitava o máximo que conseguia aquele tema.

Era ruim dizer uma mentirinha naquele instante? Falar que já chegou a comentar alguma vez sobre ela ou alguns dos outros irmãos? Dizer que ela já citou brevemente a sua antiga casa ou algo assim?

Missões cruzadas (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora