Missões cruzadas (COMPLETO)

Bracelete

Nunca antes eles tinham pego um carro tão veloz. Quem quer que seja o indivíduo que aprovou Gaby a dirigir, devia ver os seus conceitos, e quem sabe se demitir.

Aliás, quando foi que ela tinha conseguido uma Ferrari vermelha? Dinheiro não deveria ter sido o problema, porém, coisas assim ela sempre pedia algum tipo de concelho ou enviava fotos para seu filho, algo que não tinha feito dessa vez.

Bom, não importa.

As ruas passavam rápidas, uma após a outra sem que se fosse possível focar direito.

Tess estava amando, parecia que aquela coisa tinha uma fixação muito grande pela sensação de adrenalina e perigo. Sentada no banco da frente, era eminente seu sorriso de felicidade, e mesmo que em ruas comerciais não se pudesse correr muito, realmente, estava adorando.

Enquanto isso, ele, no banco de trás apenas tremia nervoso, balançava no ritmo das curvas e era jogado de um lado para o outro. Miguel não parecia estar animado quanto as outras duas, porém, diferente delas, estava preocupado... pois dependeria dele a liberdade de Tess.

Da primeira vez, sem qualquer tipo de pressão e uma adrenalina estranha, foi surpreendentemente divertido burlar aquele software que se reescrevia em uma velocidade imprescindível, que tentava o expulsar de qualquer jeito, no entanto, agora as coisas eram diferentes, e para ele, uma magnitude muito maior poderia representar problema.

Era do Alan que estávamos falando, o primeiro sucessor dos Monroe, e o único dos filhos que a própria Tessriel temia.

Talvez só fosse alguma disputa, ou talvez, poderia se tornar algo muito maior.

De qualquer jeito, sua única certeza era que necessitava se acalmar, e mais, precisava dar tudo de si para poder trazer a liberdade para aquela garota tão amargurada.

E lá vamos nós.

- Era de se esperar de uma Ferrari, bonita e muito rápida!

- Você me entende! – Gritou Gaby. - Ganhei em uma aposta com um amigo, e sinceramente, adorei. É a primeira vez que eu dirijo um carro tão maciozinho, você ouviu o ronco do motor? Acho que estou apaixonada.

- Um dia vou ter um desses! – Respondeu a moça.

- Ah, se você quiser tanto eu dou esse para você, mas quando tiver carteira de motorista e casada, fechado?

Tess se avermelhou toda. Francamente, em quesito de romance aquela coisa não consegue pensar logicamente sem dar algum tipo de bug mental.

- Menos mãe! – Gritou Miguel da parte de trás. – Bem menos.

- Fechado! – Disse a bonequinha, escondendo o rosto por trás de suas mãos. – Vou estar esperando esse dia.

Depois disso, Gaby parou o carro na primeira esquina e apertou a garota fortemente, com um sorriso de ponta a ponta em seu rosto. Tess ria, parecia estar muito feliz naquele momento.

Talvez... pelo fato daquilo tudo que estava passando nos últimos momentos serem o mais próximo ao amor de mãe de verdade que receberia desde seu nascimento.

- Garotas! – Disse o moço na parte de trás do carro. – Foco! Precisamos do computador logo!

- Filho! – Gaby estava praticamente sufocando a menina nos braços dela – Deixa eu curtir poxa, não é todo dia que a gente ganha uma nora.

- Ok, curte depois, ok? Vamos logo.

- Chato – disse sua mãe. – Tudo bem... mas já chegamos.

O garoto olhou para a janela tentando descobrir para onde sua mãe o tinha levado, e se surpreendeu com a cara de pau da mulher ao leva-lo para a sede de sua empresa.